Power to the people: o dia seguinte a um dia histórico
Ontem de noite fui comemorar na rua. E vi a festa cívica mais bonita da minha vida, talvez só igualada aos comícios do movimento Diretas Já. Logo depois que Lula fez seu pronunciamento como presidente eleito, o povão cantou junto o hino nacional. Foi lindo olhar as pessoas nos olhos, falar com elas sem precisar de palavras. De arrepiar! Um personagem, entre tantos, me chamou a atenção: um sujeito vestido com uma roupa engraçada verde colante, com capa e óculos grandes. Na roupa tava escrito: Super-cidadão. Essa fé coletiva numa vida mais justa, por mais ingênua que possa parecer, é poderosa. É energia em estado puro, água jorrando em comportas abertas de milhões de Itaipus. A mudança é inevitável.
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Hoje vi muita gente rindo "à toa". Ressaca de festa boa que lavou a alma. De tarde, li a notícia que Lula pretende criar uma Secretaria Emergencial de Combate à Fome, já no dia primeiro de janeiro. Prioridade acertadíssima: um país não vai pra frente com suas crianças de barriga vazia. No Jornal Nacional ele enfatizou essa obsessão: fazer com que todo brasileiro possa ter direito a três refeições por dia. Um dia vou poder mostrar ao meu menino os jornais de hoje e dizer: "Filho, você nasceu num tempo difícil, mas maravilhoso, porque as pessoas não tinham vergonha de sonhar".
segunda-feira, 28 de outubro de 2002
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