sábado, 30 de maio de 2009

Zé Rodrix e a crítica aos especialistas medíocres

No blog do Ulysses, esbarrei neste belo depoimento de Lázaro Freire sobre o músico e compositor Zé Rodrix, que partiu há poucos dias. Trechinho:

(...)
O primo Zé, um generalista genial por definição, e que em muitos aspectos sempre foi um "pai" e exemplo para mim, fez um breve porém cirúrgico discurso a favor do generalismo inteligente que contrabalance e lance voz crítica a uma sociedade de especialistas medíocres. E me disse algo que JAMAIS esqueci, quase um pedido, um legado, que no dia soou para mim quase como uma daquelas frases que pais entregam para seus filhos no leito de morte:

"Primo, nunca se esqueça, esse discurso de 'foco' (numa atividade só) é para os medíocres. Nunca, nunca, nunca, mas nunca mesmo, permita que a mediocridade dos demais lhe roube NENHUM de seus talentos"
(...)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Atendimento ao leitor: sabiá da mata

- Bom dia amigo procuro sabia da mata fêmea. abraços zumari.

-
Zumari, obrigado pela visita. Não faço ideia de onde encontrar uma sabiá da mata nem das suas intenções com a avezinha. Se me permite a sugestão, no youtube há dezenas de vídeos com o Turdus fumigatus. Clique lá e aprecie as melodias sem tirar o bichinho da mata. Vamos deixar a sabiá passarinhar em paz. Atenciosamente, DV

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Histórias de Cinema - Episódio 1


Chico Caprário e suas Histórias de Cinema. Veja também o Episódio 1 - 2a. Parte.

Chico é um cara tranqüilo. Ele vive em Santa Catarina, tem uma namorada e muitos amigos. Mas Chico tem um sonho diferente: ser cineasta. Para realizar seu desejo, ele decide fazer um filme que vai mudar a sua vida para sempre.

Nessa aventura ele conta com a ajuda de seus amigos cineastas. Eles dão dicas sobre como fazer cinema e contam histórias que fazem Chico voltar no tempo e entender o que é fazer cinema.

Histórias de Cinema é uma série em três episódios que mistura a linguagem do documentário e da ficção Uma série informativa, emocionante e divertida que mostra uma visão diferente sobre a aventura de fazer cinema em Santa Catarina.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Autores de romances policiais

Hoje deixei um comentário no blog da Regininha pedindo que ela citasse seus autores favoritos de romances ou contos policiais/detetivescos. Poucas horas depois ela respondeu. A lista dela tem duas categorias: brasileiros e estrangeiros. Presentão, pois a maioria eu não conhecia ou só tinha ouvido falar. Acho que vou começar pelo sueco Stieg Larsson. Gosto bastante do gênero, mas conheço mais os "clássicos". Minha lista de 8+:

  1. Edgar Allan Poe. O gênio delirante de Boston/Baltimore conseguia ser ao mesmo tempo cerebral e mexer com os terrores atávicos dos leitores. Sou fãzaço. Pai do conto policial moderno, criou o detetive Auguste Dupin e uma série de "histórias extraordinárias" que pendem mais pro gênero da literatura fantástica.
  2. Arthur Conan Doyle. Pai de Sherlock Holmes, o detetive mais famoso do mundo, excêntrico fumador de cachimbo, cheirador de cocaína e hábil em disfarces, que resolve casos por deduções lógicas de seu intelecto afiado. O parceiro doutor Watson é um figuraço, perfeita "escada" pro protagonista exibir seus dotes mentais. Dizem que Doyle resolveu vários casos reais usando os métodos de seu detetive fictício. Algumas das soluções de Holmes me parecem meio inverossímeis.
  3. Agatha Christie. Mãe do detetive belga Hercule Poirot e da velhinha esperta Miss Marple, a dama britânica era uma usina criativa. Escreveu mais de 80 obras de ficção, a maioria sobre crimes misteriosos, mas também alguns romances e peças ótimas com outros temas. Dos 50 e poucos livros que li dela, só adivinhei o assassino em três, embora ela recheasse as histórias com dicas. Meus favoritos são Cai o pano (o último caso de Poirot) e seu primeiro sucesso, O assassinato de Roger Ackroyd, de 1926 - em que ela usou um recurso narrativo inovador para a época, desprezando as convenções do romance policial (com essa dica você tem tudo pra descobrir o criminoso).
  4. Rubem Fonseca. Contista brilhante e mestre da palavra. Gostei muito de A grande arte. Também curti Bufo e Spallanzani, mas não tanto. Pai do detetive Mandrake, advogado carioca namorador e conhecedor do submundo do Rio. Seu livro de contos Feliz ano novo é espetacular. Não gostei do romance Agosto, mas, em se tratando de Rubem Fonseca, mesmo quando ele é ruim, é bom.
  5. Raymond Chandler. Suas histórias são cinematográficas e cheias de atmosfera noir, lembram um pouco os personagens de Humphrey Bogart. Um dos romances mais conhecidos de Chandler é Adeus, minha adorada.
  6. Patricia Highsmith. Gostei muito de O amigo americano e de O talentoso Ripley. Em ambos, o protagonista Ripley é um criminoso discreto cujas características são a extrema inteligência, a empatia e a amoralidade.
  7. Philip Kerr. Desse escritor escocês li somente a trilogia Berlim Noir (Violetas de Março, O assassino branco e Réquiem alemão), que se passa no início da ascensão do nazismo, durante a Segunda Guerra e no pós-guerra. Ixpetáclo!, a gente mergulha junto com os personagens naquele ambiente da História recente. O detetive é um cara durão e dono de um senso de humor peculiar, com frases boas que às vezes lhe custam umas porradas.
  8. Peter Hoeg. Conheço só um livro desse escritor dinamarquês: Miss Smilla's feeling for snow (não sei como traduziram pro português, é algo como "o sentido da senhorita Smilla para a neve"). Em Copenhague, uma filha de groenlandeses decide fazer uma investigação amadora sobre a morte de um menino que caiu do telhado de seu prédio. As pegadas na neve são a chave que a leva a uma aventura na terra de sua mãe. Muito bom! Virou filme com Julia Ormond, mas na tela a história perdeu as sutilezas sobre diferenças culturais.
p.s.: Os links nos nomes dos autores remetem à Wikipedia (em português ou inglês), mas nem sempre os verbetes são muito esclarecedores. Pra ir mais fundo sugiro googlear em outras fontes.

O conteúdo das faculdades de jornalismo

O Christofoletti dá a dica, em seu blog, de um excelente artigo de Eugênio Bucci, As faculdades de jornalismo e seu conteúdo, publicado hoje no Observatório de Imprensa. Bucci aprofunda as sugestões que apresentou à comissão que estuda a reforma nas diretrizes curriculares pros cursos de jornalismo. Também aborda de passagem três dimensões da atual crise na profissão: a agonia dos jornais impressos, o vazio jurídico criado com a extinção da Lei de Imprensa e o debate sobre a extinção da exigência do diploma. Ele propõe a articulação do novo currículo em torno de sete eixos:

  • Linguagens.
  • Democracia e Liberdade.
  • Estudos da Comunicação.
  • Humanidades.
  • Reportagem.
  • Cultura e Crítica.
  • Gestão e Negócio.
Trechos:
... Além das diretrizes propriamente ditas, ela [a comissão] se viu instada a lidar com outra variável, sugerida pelo próprio ministro da Educação: a de abrir a possibilidade para que pessoas já graduadas por outras faculdades se formem também em jornalismo por meio de um segundo bacharelado, abreviado, mais curto. Teríamos, assim, um curso rápido (de um ou dois anos) para que engenheiros, médicos, economistas, sociólogos, advogados e outros se tornassem também jornalistas. A idéia é boa – é mesmo o caso de dizer que ela é necessária para a melhoria geral da profissão no país. O problema da comissão, um problema espinhoso, é encontrar um modo de colocá-la de pé sem melindrar seriamente o corporativismo. ...

... Adolescentes que chegam aos bancos do ensino superior movidos por seus sonhos puros e grandiosos encontram verdadeiros paredões de pessimismo e acidez. A marteladas, são forçados a se convencer de que o jornalismo não melhora o mundo, não muda a vida, não traz realização pessoal: é meramente uma ferramenta nas mãos das "elites" perversas que se dedicam sem descanso a dominar corações e mentes. O jornalismo seria a arte de tecer mentiras a favor da "classe dominante". Em pouco tempo, esses meninos são intimados a se envergonhar, a se arrepender de suas aspirações de criança e, sem perceber, passam a carregar a cruz ressentida das gerações que lhes deveriam servir de inspiração e encorajamento. Em alguns casos, as salas de aula se converteram em câmaras de triturar esperanças e utopias pessoais. Muitas vezes, ensinam a criticar (muito mal e precariamente) a imprensa, mas não estimulam (nem ensinam) a fazer imprensa. É uma pena. ...

... Infelizmente, temos visto turmas e mais turmas feridas pelas "desilusões perdidas", desilusões dos outros, em ambientes que não cultivam o orgulho próprio, que não cultivam a confiança na enorme diferença que uma história bem contada pode fazer no destino de uma pessoa, de uma comunidade, de um país. O jornalismo, muito mais do que o samba, é um privilégio. Por maiores que sejam as crises. É isso o que deveria ser ensinado nas escolas de jornalismo, nosso colégio. Mas não é. Olho em volta e, exceções à parte, não vejo altivez, não vejo convites ao talento, não vejo vibração. ...

Dauro en la cena de los premios Nobel

Es un honor para Dauro una vez más, poder estar en uno de los banquetes más prestigiosos y de larga tradición e historia del siglo XX. Como cada año desde 1901, el 10 de diciembre, día del aniversario de la muerte de Alfred Nobel, se entregan los Premios que se instauraron a la muerte del inventor e industrial sueco, y se ofrece una cena de gala donde el Rey y la Reina de Suecia y otros miembros de la Realeza son los invitados de honor. La cena se celebra en el Ayuntamiento de Estocolmo desde 1930 y después de una meditada selección de los mejores productos de la gastronomía internacional se prepara un menú que pasará a engrosar la lista de todos los menús de la historia de los Premios Internacionales más insignes concedidos a hombres y mujeres de todo el mundo que investigan y trabajan por el avance y mejora de la Ciencia, la Literatura y la Paz.
Já fui à Escandinávia, mas nunca a tão refinados ambientes. O Dauro a que se refere o texto é um azeite espanhol. Pesquei aqui. Dica da nossa correspondente para assuntos gastronômicos aleatórios em Madri, a querida Dadivosa.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Trailer de Espírito de Porco


Ficou pronto o trailer do documentário Espírito de Porco, dirigido pelo Chico Faganello e por mim. A estreia é em junho.

sábado, 23 de maio de 2009

Lido & Leno: Single&Single e Bartleby e companhia

Single&Single não é dos meus livros favoritos de John Le Carré, mas prende do início ao fim. É um thriller de suspense sobre lealdade versus traição - tema recorrente na obra do escritor. Os cenários são a Inglaterra, a Turquia mediterrânea, a Rússia e a Geórgia. Sai de cena a guerra fria de seus primeiros romances, entra o crime organizado em tempos de desarticulação da União Soviética. Um escritório de advogados britânicos, especializado em lavar dinheiro, passa a fazer grandes negócios com parceiros da máfia georgiana, mas em certo momento as coisas desandam. Pontos altos pra densidade psicológica do protagonista, sócio do pai na firma que dá título ao livro, e pra verossimilhança da história. Ponto negativo pro ritmo desigual -tive a impressão que deu uma acelerada excessiva no fim. Se você ainda não conhece Le Carré, sugiro começar por O espião que saiu do frio ou O jardineiro fiel. Mas se já conheceu e gostou, recomendo. O homem domina o ofício.
~
Comecei a ler Bartleby e companhia, de Enrique Vila-Matas. É sobre a impossibilidade de escrever, com muitas histórias curiosas sobre pessoas que escreveram um ou dois livros - ou nenhum, apesar da vontade ou vocação - e se afastaram pra sempre da literatura. Melville, Rimbaud, Salinger, Rulfo e muitos outros. Depois escrevo sobre o livro... se conseguir.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Os direitos inalienáveis do leitor

O prazer da leitura é um tema que me interessa muito. E devia interessar também a todos os pais e professores, que, muitas vezes, na maior das boas intenções, terminam criando aversão nos filhos/estudantes ao obrigá-los a certas coisas, como ler O Guarani sem preparação e estímulo prévios. A propósito, encontrei essa lista bacana e divido com vocês: Os direitos inalienáveis do leitor, por Daniel Pennac, em "Como um Romance" (citado em Peciscas, onde cheguei pela dica de Lady Rasta). Comentei abaixo de cada tópico.

1 - O direito de não ler
Não li Ulysses nem O monge o e executivo. Nem a maioria dos livros escritos pela humanidade, aliás. Minhas Mil e uma noites não chegam a um trimestre.

2 - O direito de saltar páginas
Gosto de abrir um livro novo pelo meio e bisuiar umas linhas antes de começar pelo começo. Amei Rayuela, do maluco do Cortázar.

3 - O direito de não acabar um livro
Pode me xingar, mas parei no primeiro capítulo de Os Sertões, de Euclides da Cunha. Dizem que a partir do segundo a coisa engrena.

4 - O direito de reler
Releituras recentes: Os vagabundos iluminados (Kerouac), Sagarana (Guimarães Rosa), Cai o pano (Agatha Christie).

5 - O direito de ler não importa o quê
Bula de remédio, rótulo de caixas de sucrilhos, Tex, pulp fiction...

6 - O direito de amar os "heróis" dos romances
Larry de O fio da navalha (Somerset Maughan); Bandini, de Pergunte ao pó (John Fante); Tarzan, de E. R. Burroughs; Huckleberry Finn, de Mark Twain.

7 - O direito de ler não importa onde
No ônibus; na praia; comendo (se tou sozinho) e descomendo. Meu lugar preferido é a rede embaixo das árvores. E um dos mais desconfortáveis é a tela do computador.

8 - O direito de saltar de livro em livro
8b: e o direito de espalhar livros não lidos pela casa toda, pra esbarrar neles por acaso.

9 - O direito de ler em voz alta
Pros meninos antes de dormir. Monteiro Lobato em voz alta é uma delícia. Imito as vozes de Emília, do Visconde, de Pedrinho, de Dona Benta...

10-O direito de não falar do que se leu.
Comentar livro erótico é que nem sair contando como foi a transa.

Mapa da sexualidade humana

Pra se divertir no fim de semana com (o)(a)(s) parceir(o)(a)(s): mapa da sexualidade humana (em inglês), dividido em "territórios" como massagem erótica, voyerismo, exibicionismo, fetiches profissionais, banhos de leite, brincadeiras com produtos químicos e muito mais, num leque de opções que vão do papai-mamãe às maiores bizarrices. Você clica no mapa interativo e vai pregando alfinetes coloridos: "experimentei e gostei", "experimentei, mas não gostei", "coisas que eu gostaria de experimentar" e "somente fantasia mesmo".

[dica do Vinz]

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Barca dos Livros precisa de um PC

A biblioteca Barca dos Livros, um fantástico projeto cultural de incentivo à leitura que funciona a duras penas na Lagoa da Conceição, em Floripa, está precisando de um computador (configuração mínima de 233 mhz, 128 MB RAM, HD de 4 GB, unidade de CD-ROM ou DVD). Se você quiser doar ou souber de alguma pessoa ou empresa que se disponha, o contato é pelo fone 48/ 3879-3208 ou pelo e-mail administracao [arroba] amantesdaleitura.org

Palavras...


Uma representação visual do texto que escrevi sobre minhas lembranças da rua dos Surfistas, no Campeche. Clique aqui pra vê-la ampliada. Fiz a brincadeira no www.wordle.net

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Tchau, Mario Benedetti

Chau número tres

Te dejo con tu vida
tu trabajo
tu gente
con tus puestas de sol
y tus amaneceres.

Sembrando tu confianza
te dejo junto al mundo
derrotando imposibles
segura sin seguro.

Te dejo frente al mar
descifrándote sola
sin mi pregunta a ciegas
sin mi respuesta rota.

Te dejo sin mis dudas
pobres y malheridas
sin mis inmadureces
sin mi veteranía.

Pero tampoco creas
a pie juntillas todo
no creas nunca creas
este falso abandono.

Estaré donde menos
lo esperes
por ejemplo
en un árbol añoso
de oscuros cabeceos.

Estaré en un lejano
horizonte sin horas
en la huella del tacto
en tu sombra y mi sombra.

Estaré repartido
en cuatro o cinco pibes
de esos que vos mirás
y enseguida te siguen.

Y ojalá pueda estar
de tu sueño en la red
esperando tus ojos
y mirándote.

~
[peguei aqui]

sábado, 16 de maio de 2009

Há três anos

Há três anos São Paulo sofreu uma onda de ataques criminosos contra o Estado como nunca tinha sido registrado antes - seguida de uma retaliação brutal da polícia que provocou quase (ou mais de?) 200 mortes, a maioria não-esclarecidas até hoje. Alexandre Inagaki, do blog Pensar Enlouquece, tomou a iniciativa de escrever sobre o episódio traumático e convidar alguns amigos blogueiros pra compartilhar sua lembranças (veja no final do texto dele a relação atualizada dos que estão contribuindo).

A iniciativa é muito boa, pois preenche uma lacuna importante em algo que imprensa nunca conseguiu cumprir com competência: acompanhar os desdobramentos das notícias (fazer "suíte", no jargão jornalístico). O blog de Marcelo Soares, por exemplo, traz informações novas ao calcular quanto os ataques do PCC custaram aos cofres públicos. Focados no factual, jornais, revistas e programas de tevê costumam deixar cair no esquecimento assuntos que continuam evoluindo e são de importância capital - como é o tema da falência da segurança pública no Brasil. A memória coletiva ajuda a refletir sobre o passado e dá instrumentos pra melhorar o presente e o futuro.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Blog da vez: Rota Hot Dog

O Rota Hot Dog é um blog coletivo que se propõe a ser um guia gastronômico para os apreciadores dessa iguaria em Floripa e região. Seus colaboradores são "um grupo de amigos que busca bom atendimento e qualidade na hora de fazer um lanche". As opções são avaliadas com notas que vão de zero a cinco salsichas. O blog também conta com georreferenciamento, indicando os locais em um mapa do Googlemaps. Confira um trecho da avaliação sobre o Cachorro Quente do Silva, que recebeu três salsichas:

(...) O dog é do jeito que eu gosto: simples, duas salsichas e prensado. E tem um ingrediente que não é muito comum aqui em Florianópolis: o purê de batata. Confesso que fiquei receoso, porque minhas experiências anteriores de dogs com purê não tinham sido muito boas, mas nesse cachorro quente mudei de opinião. Outra coisa que gostei é o fato de usarem queijo parmesão, que para mim é melhor queijo para acompanhar um bom cachorro quente.
...
curiosamente eles têm QUATRO telefones celulares pra receber as ligações com os pedidos, um da Claro, um da Tim, um da BrTel e outro da Vivo. Presumo que seja para beneficiar os clientes que tenham preços de tarifas especiais pra cada uma das operadoras; e se for isso mesmo, estão de parabéns! Ninguém tem desculpa pra dizer que ligar pra pedir um dog sai muito caro. (...)
p.s.: Incluí neste post as tags floripa, comida, blogosfera e, naturalmente, aventura.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Homem-Aranha de repouso

Ontem à noite Miguel fraturou o antebraço numa das suas frequentes escaladas nos vãos das portas. Susto e correria - somos pais de primeira viagem quanto a ossos quebrados -, mas tá tudo bem. Foi uma "fratura benigna", disse o ortopedista. Nada que uma semana de tala mais três de gesso não deem jeito em nosso homem-aranha de seis anos. Natação e judô, naturalmente, ficam suspensos, mas as aulas continuam.

O atendimento na policlínica municipal 24 horas foi gentil e não muito demorado: em torno uma hora entre a espera, a consulta, a radiografia e o diagnóstico. O "pequeno"detalhe foi que, verificada a existência da fratura, não havia ortopedista de plantão pra resolver o caso! (talvez eles imaginem que as pessoas não quebram ossos durante a noite). Fomos encaminhados ao Hospital Infantil. Lá, às nove da noite, o movimento era intenso na emergência, com casos muito mais graves. Consultamos por telefone um amigo pediatra e ele nos indicou uma clínica particular de ortopedia no Santa Mônica. Do momento da queda até chegarmos em casa com Miguel medicado se passaram 3 horas e meia. Fico imaginando essa mesma peregrinação pra quem não tem carro nem plano de saúde e depende do transporte coletivo integrado da capital.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Habilitação para novas rádios comunitárias

Recebi do jornalista Lúcio Haeser, pela lista de e-mails do Campeche, e passo adiante pela relevância. Dê um toque pras lideranças do conselho comunitário do seu bairro.

Pessoal

Depois de 10 anos, o Ministério das Comunicações abriu novamente a possibilidade para que associações de Florianópolis habilitem-se para obter autorização de rádios comunitárias.

Na primeira habilitação que contemplou Floripa, lançada em 1999, 10 entidades se lançaram na luta. Só duas chegaram ao fim da corrida de barreiras burocrática. A Rádio Campeche, em 2005, e a Associação Civil Floripa é Dez, recentemente.

Agora, o caminho está aberto novamente. Mas se a associação com a finalidade de executar serviço de rádio comunitária ainda não existe, é preciso correr, e muito. O prazo para envio da documentação vai até 25 de junho. Em outras ocasiões o prazo foi dilatado, mas não é bom ficar contando com essa possibilidade.

Nesse link tem mais informações e um link para saber o que precisa ser feito.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Lido & Leno: Noites Tropicais e Single&Single

Com nove anos de atraso, li o ótimo Noites Tropicais, de Nelson Motta. Ele combina sua autobiografia com uma viagem deliciosa à história recente da música brasileira. E o leitor pega carona. Muitas músicas que ele cita foram trilhas sonoras de minha infância, adolescência e do início da vida adulta. Daqui a um tempo quero conhecer o audiobook. Esse livro é perfeito pra ser ouvido.

Comecei Single & Single, de John Le Carré, autor de O espião que saiu do frio e dO Jardineiro fiel, que virou filme nas mãos de Fernando Meirelles. Leitura leve e prazerosa pra balancear uma fase de outros textos pedreiras de trabalho. Também comecei O picapau amarelo, do mestre Monteiro Lobato, em que as personagens de ficção se mudam pro sítio de Dona Benta. Quase todas as noites leio um capítulo pros meninos antes de dormir. E pra mim mesmo, claro.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Entrevista sobre 'Espírito de Porco' no Mídia Mais

A repórter Gina Pontes, do jornal Mídia Mais, de Concórdia (SC), publicou entrevista comigo e o Chico Faganello sobre o documentário Espírito de Porco, que finalizamos agora e devemos lançar em junho. Saiu dia 8 na edição impressa e hoje no site. Um trecho:



(...)
MM - O porco (seus dejetos) é visto como o grande causador da poluição dos rios na região. O filme quer mostrar que a culpa não é só dele e sim dos humanos?
Chico: Não existe uma idéia de culpa, mas de responsabilidade direta, uma vez que o homem controla o porco. O porco faz o que deve ser feito na suinocultura industrial.
Dauro: Existe uma cadeia de responsabilidades neste modelo de atividade produtiva, e ela gera consequências. O consumidor final também faz parte da história, mesmo que não tenha consciência clara de seu papel e da sua força.
MM - Afinal, o documentário quer fazer com que as pessoas reflitam sobre a causa porco-poluição-desastre ambiental? Ou quer apenas divertir e mostrar o outro lado?
Chico: Os dois. O porco do filme não pede que as pessoas vejam as coisas como ele vê, apenas quer que o seu ponto de vista seja respeitado. E às vezes tentamos um tom de comédia, porque tanto humanos como porcos são bichos engraçados.
Dauro: O protagonista sintetiza essa dupla abordagem quando se refere a um chiste popular: "Se não fosse o porco não haveria merda nenhuma na região".
MM - O documentário foi selecionado entre 556 obras de 51 países para estar na mostra oficial do Festival Internacional de Cinema Ambiental, que acontecerá em Goiás entre 21 e 26 de junho. Como é já começar a ter o reconhecimento de um trabalho bem feito?
Chico: Ficamos felizes por acreditar que, finalmente, o porco será ouvido.
Dauro: É uma rica oportunidade de debater o tema por diversos ângulos, como o bem-estar animal e a proteção dos mananciais.
(...)

A íntegra

domingo, 10 de maio de 2009

Gaivota no Pântano do Sul


Gaivota no Pântano do Sul, originally uploaded by dveras.

Nesta praia as gaivotas são gigantes, do tamanho de barcos.

Sorveteiro na Lagoa do Peri 2

Sorveteiro na Lagoa do Peri

sábado, 9 de maio de 2009

Praia do Campeche, rua dos Surfistas



Em 1998 e 1999 morei na rua dos Surfistas, numa pousadinha, bem perto desse ponto da praia do Campeche - tão perto que eu via, escutava e cheirava o mar pela janela enquanto trabalhava. Aí nessas areias lagarteei ao sol, caminhei de manhã na neblina, comemorei aniversário com amigos, fogueira e lua cheia. Nesse mar nadei sem pressa em águas mornas e transparentes, mergulhei rápido em águas arrepiantes e brabas, vi pinguins, visitei as inscrições pré-históricas da ilha do Campeche, prestei atenção nos ventos, nos trovões e estrelas, no tempo.

Nas dunas li Os Irmãos Karamazov e Grande Sertão - Veredas num longo inverno gelado, escrevi roteiros pra tevê, acompanhei navios e barcos de pesca de tainha, tive longos papos inspirados com a amada. O apartamento era pequeno e a vida, simplérrima, mas leve e doce, cheia de alegrias e tragos compartilhados com vizinhos gentes finas e com visitas ilustres, como a amiga dinamarquesa Nynne, que ficou conosco dois meses, e a animada turma de tchecos que adoravam cachaça e banho no mar gelado. Claro, morar tão perto do mar tem seus inconvenientes: em poucos meses a maresia corroeu nosso computador, fez vários rombos na lataria do carro, atacou a geladeira e o fogão da pousada. Mas não é a oxidação o que ficou mais presente na lembrança, e sim o oxigênio de momentos belos.

Em janeiro de 2000, Laura e eu deixamos nosso apezinho e fomos de mala e cuia pro Rio de Janeiro. Dois anos depois, voltamos pra Ilha de Santa Catarina, nos mudamos de casa várias vezes e finalmente construímos nosso cantinho no Campeche - a uma distância segura da maresia, mas perto o suficiente pra ir à praia de bicicleta. Este ainda é nosso point favorito na praia, e agora o exploramos com os dois meninos, que adoram brincar nas areias brancas fininhas. Não me canso de fotografar o lugar dos mais diversos ângulos e condições de luz. Essa temporada mágica não foi suficiente pra que eu me transformasse em um bronzeado cavalgador de ondas, mas com certeza reforçou meus vínculos com esta Ilha que escolhi pra viver.

Texto dedicado a seu Edson e dona Chiquinha, Mauro Martini e Gian, Cynara e Maurício, Marcelo Camelo e Liz, Dorva Rezende, Clarissa, Cleo e Joãozinho, Silvio Ligeirinho, Nynne Livbjerg, Fernando e Regina (que se apaixonaram ali, tempo depois), cachorrinhas Rebeca e Tinga (que estão no céu dos cachorros) e a todos os que não cito porque a memória me falta.

Quarteto Rio Vermelho

Som intrumental do bom aqui da Ilha de Santa Catarina: Quarteto Rio Vermelho, que acaba de lançar o primeiro álbum.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Espírito de Porco selecionado pro XI FICA

Espírito de Porco, documentário dirigido por mim e pelo Chico Faganello, acaba de ser selecionado pro XI Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, entre 556 obras de 51 países. Vamos lançar o filme em junho no Alto Uruguai, região do Oeste de Santa Catarina onde está uma das maiores concentrações de suínos do planeta. A ideia é fomentar um debate sobre meio ambiente que leve em conta o ponto de vista do porco.

O título do filme se refere a um "espírito" suíno que volta ao mundo dos vivos pra defender sua espécie das calúnias que sofre há milênios. O porco se irrita porque o acusam da poluição de rios, solo e ar. Com a participação de produtores, consumidores, pesquisadores e trabalhadores ligados à suinocultura industrial, o documentário mostra, nestes tempos de gripe suína, que a relação entre os humanos e os animais da criação industrial tem que mudar, para o bem da saúde do planeta.


Veja a lista das obras selecionadas para o XI FICA.

Mais informações sobre o projeto, em português e inglês.

p.s.: A exibição do filme no XI FICA está marcada pro dia 18 de junho.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Desenhando


Desenhando, originally uploaded by dveras.

Laura nas dunas do Campeche numa tarde esplêndida de outono.

Folhas secas


Folhas secas, originally uploaded by dveras.

Cá estou de volta em minha fase "texturas". Gosto especialmente de publicar essas fotos quando tou com preguiça de blogar.

Tronco


Tronco, originally uploaded by dveras.

Casca


Casca, originally uploaded by dveras.

domingo, 3 de maio de 2009

Ditaduras, feminismos e relações de gênero

A amiga Juliana Kroeger faz parte da organização deste colóquio na UFSC que pode render boas pautas aos colegas antenados na história recente da América do Sul.

Evento na UFSC reúne pesquisadores do Cone Sul

Colóquio aborda ditaduras, feminismos e relações de gênero

Começa na segunda-feira, 4 de maio, o primeiro Colóquio Internacional Gênero, Feminismos e Ditaduras no Cone Sul. Durante quatro dias, serão discutidos temas como a trajetória de mulheres na luta contra as ditaduras no Cone Sul e o gênero da esquerda em tempos de ditadura.

As palestras e mesas redondas, abertas ao público, serão realizadas no auditório da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina. Além disso, há 138 comunicações de pesquisa que serão apresentados em diversos grupos de trabalho.

Segundo Joana Maria Pedro, professora do departamento de História da UFSC e uma das organizadoras do evento, o Colóquio “pretende constituir uma rede de pesquisadores envolvidos com pesquisa e recuperação da história recente no Cone Sul sobre a temática gênero, feminismos e ditaduras, produzindo, na troca e exposição dos trabalhos, um momento de debate e de produção original de conhecimentos sobre a temática”.

Entre os palestrantes convidados estão a pesquisadora argentina Elizabeth Jelin, o médico paraguaio Alfredo Boccia Paz, a historiadora chilena Margarita Iglesias, a professora uruguaia Graciela Sapriza e a professora da Universidade Federal Fluminense Rachel Soihet.

A programação completa do evento está disponível em www.coloquioconesul.ufsc.br

As conferências de abertura e encerramento serão transmitidas ao vivo pela internet.

Para marcar entrevistas: Juliana Kroeger (48) 9911-1177
julianakroeger [ at ] yahoo com br

sábado, 2 de maio de 2009

Wired conta de onde veio o ancestral da gripe suína

Reportagem publicada ontem pela Wired Science aponta que o "ancestral" do vírus da gripe H1N1 surgiu em 1998 em fazendas industriais nos Estados Unidos.

Swine Flu Ancestor Born on U.S. Factory Farms

Scientists have traced the genetic lineage of the new H1N1 swine flu to a strain that emerged in 1998 in U.S. factory farms, where it spread and mutated at an alarming rate. Experts warned then that a pocket of the virus would someday evolve to infect humans, perhaps setting off a global pandemic.

The new findings challenge recent protests by pork industry leaders and U.S., Mexican and United Nations agriculture officials that industrial farms shouldn’t be implicated in the new swine flu, which has killed up to 176 people and on Thursday was declared an imminent pandemic by the World Health Organization. (...)
Wired Science - News for Your Neurons

Risíveis promessas

Marcos Donizetti começou hoje no seu novo blog uma série de contos ilustrados por fotos de seus leitores. Uma foto que tirei na Lagoa da Conceição (no aniversário do Antonio Faganello) foi escolhida pra ilustrar a primeira história: Risíveis promessas. O amigo blogueiro me contou que este possivelmente vai ser o primeiro capítulo do próximo livro dele. Se voce quiser conferir mais da literatura heDonista, recomendo os contos de Meias Vermelhas & Histórias Inteiras, a serem lidos ao som de Julia, de Lennon. Sábado que vem tem mais história com foto.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Eventos de EaD

Educação a Distância (EaD) é um dos meus interesses profissionais e pessoais. A quem se interessar, catei alguns eventos de EaD ao longo deste ano. Floripa vai ser sede de vários.

- 7º SENAED - Seminário Nacional ABED de Educação a Distância: 23 a 31 de maio de 2009. O evento será totalmente a distância. Inscrições a partir de 27 de abril.

- 15° CIAED - Congresso Internacional ABED de Educação a Distância - 27 a 30 de setembro de 2009 em Fortaleza. O tema é "A procura de inovações no processo de ensino e aprendizagem em EAD". Há possibilidade de participação em mesas redondas e minicursos. A coordenação do evento aguarda sugestões de temas.

- ICBL 2009 - International Conference on Interactive Computer Aided Blended Learning - 5 a 7 de novembro, Florianópolis (UFSC). A coordenação do evento aguarda sugestões de temas.

- 4o. CONAHPA - Congresso Nacional de Ambientes Hipermídia para Aprendizagem - Florianópolis (UFSC), 5 a 7 de novembro. A coordenação do evento aguarda sugestões de temas.

Fonte: Polo ABED-SC (Associação Brasileira de Educação a Distância)

[tks Marialice Moraes]