A repórter Gina Pontes, do jornal Mídia Mais, de Concórdia (SC), publicou entrevista comigo e o Chico Faganello sobre o documentário Espírito de Porco, que finalizamos agora e devemos lançar em junho. Saiu dia 8 na edição impressa e hoje no site. Um trecho:
A íntegra
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MM - O porco (seus dejetos) é visto como o grande causador da poluição dos rios na região. O filme quer mostrar que a culpa não é só dele e sim dos humanos?
Chico: Não existe uma idéia de culpa, mas de responsabilidade direta, uma vez que o homem controla o porco. O porco faz o que deve ser feito na suinocultura industrial.
Dauro: Existe uma cadeia de responsabilidades neste modelo de atividade produtiva, e ela gera consequências. O consumidor final também faz parte da história, mesmo que não tenha consciência clara de seu papel e da sua força.
MM - Afinal, o documentário quer fazer com que as pessoas reflitam sobre a causa porco-poluição-desastre ambiental? Ou quer apenas divertir e mostrar o outro lado?
Chico: Os dois. O porco do filme não pede que as pessoas vejam as coisas como ele vê, apenas quer que o seu ponto de vista seja respeitado. E às vezes tentamos um tom de comédia, porque tanto humanos como porcos são bichos engraçados.
Dauro: O protagonista sintetiza essa dupla abordagem quando se refere a um chiste popular: "Se não fosse o porco não haveria merda nenhuma na região".
MM - O documentário foi selecionado entre 556 obras de 51 países para estar na mostra oficial do Festival Internacional de Cinema Ambiental, que acontecerá em Goiás entre 21 e 26 de junho. Como é já começar a ter o reconhecimento de um trabalho bem feito?
Chico: Ficamos felizes por acreditar que, finalmente, o porco será ouvido.
Dauro: É uma rica oportunidade de debater o tema por diversos ângulos, como o bem-estar animal e a proteção dos mananciais.
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