terça-feira, 13 de dezembro de 2005

2 filhos de Francisco

"Você não precisa gostar da nossa música pra gostar do filme". Quem disse foi Luciano, o irmão e companheiro de palco de Zezé Di Camargo, numa entrevista sobre 2 filhos de Francisco. Fui conferir e é bem isso. Continuo não gostando da música deles, mas agora a entendo melhor, consigo enxergar suas origens. E passei a gostar deles, indivíduos. A trajetória da família, casal de agricultores do interior de Goiás que migrou com uma penca de filhos pra periferia da cidade grande, é forte e bonita. Uma história que tem apelo universal e estava esperando pra ser contada no cinema. O filme transpira amor, sonho e esforço de superação - da pobreza e da dor de perdas terríveis. Sensível sem pieguice, mostra Brasil que a gente não tá acostumado a ver nas telas. E que meninos fantásticos os intérpretes da dupla quando crianças! A cena dos dois tocando na rodoviária e a do menino tocando gaita pro pai na roça são primorosas. Talvez o filme pudesse ser um pouco mais enxuto, mas esse é um detalhe menor. Gostei. 88/100.
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Nos extras, me chamou a atenção uma declaração de Zezé no making-off. Ele diz pra câmera mais ou menos assim: "O mundo é muito mais que aquilo que a gente vê. Não se deixe enquadrar, lute pelos seus sonhos". É por aí.