A última vez que encontrei a Nathan faz dois ou três anos, no apartamento do Itacorubi que ela tinha dividido com amigas nos tempos de estudante. Ela tava de passagem pela cidade. Foi uma noite agradável, com música, comidinhas, cerveja e muitos papos, todo mundo sentado no chão da sala ou de pé na cozinha. Não lembro quase nada do que conversamos, só sei que fluía com facilidade, um assunto emendando no outro. Ela contou histórias de seus tempos em Londres e Madri, de sua turnê a Santiago do Chile com um grupo de teatro amador, dos planos pro futuro. Demos muita risada e só nos despedimos quando o sono bateu geral. Essa noite e outros momentos têm me voltado à mente sem parar desde que eu soube da partida dela. Não é fácil a gente se acostumar com a idéia de que tudo passa. Isso devia ser a coisa mais natural do mundo, mas quando alguém morre na casa dos trinta anos, cheia de planos - ela ia casar em breve com um alemão - fica uma enorme sensação de perplexidade. A gente se dá conta de como tudo é breve, de como precisa aproveitar cada instante e espalhar bondade pelo mundo, como ela fez. Nathan vai fazer muita falta!
sexta-feira, 21 de abril de 2006
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