segunda-feira, 5 de junho de 2006

Era uma vez...eu mesmo

Aos dois anosBolei uma nova série de histórias pra contar pro Miguel antes de dormir. Coisas que aconteceram comigo quando eu era menino. "Era uma vez... eu mesmo" tá sendo um grande sucesso de audiência. Rende olhares arregalados de atenção e, outras vezes, risadas gostosas. Um resumo de algumas:

- Já tive um bicho-preguiça em Manaus. Meu pai encontrou numa estrada na selva e trouxe pra casa. Ele tinha unhas enormes, mas era mansinho. Levava uma hora pra comer uma folha e um dia pra subir na árvore do quintal [aqui, arremedos de bicho-preguiça em câmera lenta].

- Uma vez pegaram uma cobra enoorme perto lá de casa. Acho que era uma sucuri. Usaram uma forquilha pra colocar a bicha dentro duma jaula. Na mesma época saiu no jornal a notícia de uma sucuri que deu uma rabeada na porta do carro e quebrou a perna do homem.

- Outra lembrança amazonense: num dia de tempestade, um som bem alto fez nossa babá Inês largar no chão um copo plástico, que saiu quicando. A gente correu na chuva até a calçada e viu na esquina uma árvore grandona pegando fogo. Tinha caído um raio nela.

- Eu adorava uma girafinha amarela de plástico, que apitava quando a gente apertava a barriga dela. Meu irmão André detestava o barulho do apito. Um dia a girafa sumiu. Passou um tempão até que alguém, limpando o alto do guarda-roupa, achou o brinquedo escondido.

- Carnaval recifense, aos dois anos de idade. Todo mundo pulando e dançando lá em casa e ninguém pra me reparar. Abri a porta da geladeira, peguei um pote de azeitonas e comi inteirinho. Vomitei em seguida e passei os próximos dez anos sem tocar numa azeitona verde.

- Aos oito anos, em Recife, a gente ia prum descampado comer azeitona roxa numa árvore isolada. No pôr-do-sol aparecia um monte de morcegos. A brincadeira era tentar acertar pedradas neles, mas os radares dos bichos eram bons e eles sempre se desviavam.

- Uma vez, passando férias em Fortaleza, eu tava brincando com meus primos de jogar água uns nos outros. Enchi um balde e fiquei escondido numa esquina da casa. De repente apareceu alguém e despejei a água em cima. Era minha vó! :)