Natal. Rua Bacopari, Ponta Negra. Ao som de "Voa, canarinho, voa!" e animado pela melhor seleção brasileira que já vi jogar, curti essa Copa em clima de comunidade. Na Bacopari tínhamos uma vizinhança animada, que todo ano fazia a melhor festa junina da cidade. Enchemos a rua de bandeirinhas, pintamos tudo de verde e amarelo e cada vitória era uma festa. Apostei pela primeira vez em um bolão. Foi também minha primeira Copa regada a cerveja e caipirinha. Das partidas, lembro bem da virada contra a União Soviética, que terminou em 2 x 1 com um gol de Sócrates. A vitória contra a Argentina foi uma delícia.
Já a fatídica partida contra a Itália, como esquecer? Aquele gol de Falcão num tiro de longa distância foi a última alegria que nos deram aqueles feras do "futebol arte". Logo depois, Paolo Rossi liquidou o placar em 3 x 2 e fez todo mundo chorar. No fim do jogo saímos caminhando pelo conjunto Ponta Negra até a casa de um amigo, Jorian, onde a turma continuou entornando latinhas e sofrendo junta enquanto se refrescava na piscina. Na mesma época ganhamos um cachorrinho, mistura de vira-lata com perdigueiro, que foi batizado de Rossi. A Copa de 82 foi minha última no Nordeste, entre os amigos queridos do bairro. Teve um ar de despedida de uma era - pro futebol e pra minha vida. Dois anos e meio depois, zarpei pra Santa Catarina.
Desinformação e crise de confiança
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