Eu tinha quatro anos e morava em Manaus, onde as transmissões de TV ao vivo ainda não chegavam. O povo ouvia no rádio e conferia no dia seguinte por videoteipe. As genialidades de Pelé, Rivelino e companhia eu só vim conhecer depois, em retrospectivas.
~
Esse lance de ouvir futebol pelo rádio sempre me impressionou. Mal comparando, é como jogar xadrez de memória. O sujeito tem que imaginar as quatro linhas e botar toda a imaginação pra trabalhar junto com o locutor, numa viagem encantada à terra da bola rolando. Cruzamentos, trajetórias em parábolas, dribles geniais, tudo é recriado a partir da visão do outro. Fantástico.
|