Quando observamos como algumas pessoas sabem gerir sua experiências - suas experiências insignificantes, do dia-a-dia - de tal modo que elas se tornem um solo arável que produz frutos três vezes ao ano, enquanto outras - e como essas são numerosas! - são arrebatadas pelas grossas ondas do destino, pelas correntes mais multifacetadas dos tempos e das nações, e ainda assim estão sempre à tona, como uma rolha de cortiça, acabamos sendo tentados a dividir a humanidade numa minoria (ínfima) dos que sabem extrair muito do pouco e uma maioria dos que sabem extrair pouco do muito.Nietzsche, citado por Alain de Botton em A arte de viajar
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Às vezes me sinto uma rolha de cortiça. Aí aproveito a lembrança e abro um bom tinto.
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