Em poucos dias a escavadeira e os caminhões reduziram a reluzente clínica médica a um terreno de barro compacto e plano, cercado de tapumes. A demolição da casa na esquina abriu visão para a lateral da boate vizinha, prédio cinza escuro de dois pavimentos com seis exaustores e quase sempre de janelas fechadas. Uma moça sobe a escadaria do quintal e entra pelos fundos, sem pressa. Chinelos, blusa, cabelos pretos presos, zero glamour. Ali perto, o vendedor de flores aproveita o sinal fechado para oferecer seu produto aos casais com jeito de apaixonados - vende pouco. Na terra arrasada, estruturas de metal com roldanas dão a entender que em breve teremos um bate-estacas martelando nossa paciência e preparando a chegada de mais um edifício. A cidade não pára.
Ouvindo Chico Science na radiola-cachola.
GILBERTO GIL, LUZ E FAROL
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GILBERTO GIL, LUZ E FAROL
Embora ele não precise disso eu gostaria de escrever uma ode, um texto
longo para Gilberto Gil. Nada que soas...
Há 3 dias









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