Leio agora no blog Hedonismos, que acabo de conhecer no portal Interney Blogs, um texto muito bom sobre Roberto Carlos. Em Estupidez em Detalhes, Donizetti diz de sua admiração por um dos maiores nomes da nossa música popular, admite que o Rei não é mais aquele e lastima a censura, a pedido do cantor, da biografia escrita pelo historiador Paulo César de Araújo, Roberto Carlos em Detalhes (Editora Planeta, novembro de 2006).
Aprendi a apreciar o trabalho dele antes mesmo de saber direito o que era música. O primeiro disco compacto que ganhei na vida (Manaus, 1970) foi a história dos três porquinhos. O segundo era um com a canção Estupidez. Um tempo depois, em Natal, lembro de um programa de rádio chamado "A hora do rei", que o pessoal lá em casa ouvia. Tínhamos uma empregada que era fanática e não perdia um programa, colecionava fotos do cantor e tudo mais.
Roberto Carlos foi responsável por alguns dos mais belos clássicos da música romântica - coisa que o pessoal na casa dos vinte anos hoje desconhece. Até que a fonte criativa dele foi secando. E o público, ou parte dele, é implacável com os gênios: ou produzem genialidades a vida inteira ou em algum momento caem no ostracismo - o que não é exatamente o caso do Rei, que embora seja hoje rotulado de brega, ainda idolatrado por muita gente nesse Brasilzão afora.
Se ele tivesse morrido em 1985, como diz Donizetti citando Biajoni, ninguém teria sentido falta da obra posterior a essa data. Concordo. Mas o que ele fez antes disso dá a ele o direito de ser chamado de Rei pelos fãs, com toda justiça. Não conheço os detalhes da disputa jurídica, mas acho uma pena que os leitores sejam privados do acesso a um livro que poderia resgatar essa história toda. Quem leu diz que é um trabalho sério que honra a biografia do cantor.
sexta-feira, 2 de março de 2007
O Rei Roberto e a censura
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