"Don´s speak. Point!" A afirmação é de Ethan Zuckerman, co-fundador do GlobalVoices, durante uma palestra em que foi perguntado se achava que os editores de jornais e tevês ainda seriam relevantes nestes dias de jornalismo participativo, ou "cidadão". A afirmação radical "Aponte para as pessoas e saia do caminho!" se referia ao fato de que os dias em que os jornalistas falavam "em nome das pessoas" ou "para as pessoas" já se foram. Diante da realidade em que informações e opiniões circulam livremente, o papel dos jornalistas está se transformando no de facilitadores, de organizadores do fluxo. Bruno Giussani, no Lunch over IP, cita essa síntese e aponta três ingredientes do futuro do jornalismo.
1. The assembled media, ou mídia feita de partes anexadas a partir de outras fontes - por exemplo, vídeos publicados no youtube que qualquer um pode reproduzir no próprio blog colando um código na página.
Embedding is a win-win situation: You upload something and embed it in your blog: Somehow it becomes "yours" --part of your own blog, of your story, of your online persona -- while remaining "theirs." It maintains their format and branding and extends their reach into your audience. Whatever way you turn it, that's extremely powerful. And—regardless of whether you're an individual with a laptop or a large media organization—it heralds a new way of creating, of assembling really, a news or entertainment product. The potential is virtually infinite.2. The read-write media. Mídia em que a audiência ganha domínio sobre as ferramentas e passa a ser também produtora de informação, contribuindo para a construção coletiva de narrativas.
The collision of new technologies and media is making the "audience" more involved; the tools to gather, treat and distribute information are now in the hands of multitudes. This is transformative.3. The media as places. Jornais e canais de rádio tevê passam a ser "lugares" onde ocorrem conexões de comunidades.
The direct implication is that the newspaper and the television/radio channel are no longer a mere product --and that they have to relinquish their self-representation as "beacons" or "heralds." They have to become places. Places where people from the community converge, stop by, make connections and come back again to build a common future.Para Giussani, a "velha mídia" e a "nova mídia" não são antagônicas, mas complementares, e têm um relacionamento dialético que vai transformar ambas. A nova força dos editores e jornalistas vai depender da sua habilidade de desenvolver novas tarefas: animar um grupo de pessoas; desenvolver formas de organizar como a informação é obtida e utilizada, com a participação do que se costumava chamar "a audiência"; e ajudar as pessoas a navegar em um ambiente de informação a cada dia mais movimentado e instável.
O que isso tem a ver com o futuro do jornalismo? Três coisas, ele diz:
"Primeiro, os jornalistas vão estar aqui por um bom tempo. Segundo, eles não precisam ter medo do que virá, porque isso será excitante e vai expandir bastante suas possibilidades. Mas, em terceiro lugar, eles precisarão se reinventar como uma parte qualificada da multidão, em vez de professores, para se tornarem mais tolerantes à ambigüidade e fluentes tanto nas inovações tecnológicas como nas transformações nas dinâmicas sociais que estão conduzindo o desenvolvimento da mídia".
O artigo completo está aqui, em inglês.
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