Difícil classificar O Cheiro do Ralo num rótulo, mas poderia ser chamado de "comédia de humor cínico". Cinemão nacional independente, de baixo orçamento e qualidade acima da média. Lourenço (Selton Mello) vive de negociar objetos usados, que compra pagando mixaria a quem está no aperto. Está de casamento marcado com uma mulher de quem não gosta. E tem fixação pela bunda de uma garçonete do boteco onde lancha - interpretada pela catarinense Paula Braun. Um cheiro de merda começa a exalar do ralo do banheiro da loja e interfere no seu comportamento: ele passa a ter atitudes bizarras, sente prazer em humilhar os clientes e imagina que o ralo é um portal para o inferno. É uma crônica urbana sobre a coisificação das pessoas, com uma galeria de personagens que têm a dignidade por um fio. A direção é de Heitor Dhalia, com roteiro dele e de Marçal Aquino a partir de um livro do quadrinista Lourenço Mutarelli - que interpreta o segurança da loja. Vale sentir com atenção a trilha sonora da banda Apollo Nove. Realizado com míseros R$ 315 mil, O Cheiro do Ralo já rendeu premiações em vários festivais. Vale cada centavo e muito mais. É um dos melhores filmes que vi nos últimos anos.
O Cinema está frenético? Um estudo científico sobre uma hipótese
perturbadora
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Uma vez, voltando de um evento científico, comentei não lembro se com o
Átila ou o Carlos Hotta que deveriam passar Cosmos, de Carl Sagan, na TV.
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Há 9 horas
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