segunda-feira, 9 de julho de 2007

Moeda Verde: os respingos agora são no prefeito

Novos trechos do inquérito da Polícia Federal com transcrições de ligações telefônicas interceptadas trazem mais lama a essa nauseabunda história. As conversas dão a entender que o então vereador Juarez Silveira - agora devidamente cassado pela Câmara - defendia os interesses do empresário Fernando "Costão do Santinho" Marcondes de Mattos - junto à administração pública. E que não era favor gratuito. A PF encontrou fortes indícios de que a Lei Complementar 270, de maio de 2007, foi redigida pelos hoteleiros com a concordância do prefeito Dário Berger. Só em ISS vencido a renúncia fiscal é de R$ 6 milhões e meio. Cesar Valente conta a história com mais detalhes. Ele comenta, e concordo:

"Da leitura dessas conversas sempre fica um gosto ruim na boca. Dá náusea. Tem-se a impressão que as guerras de gangues que vemos nos filmes e nos subúrbios violentos inspiraram essa gente. Tem uma turma que ajuda e achaca estes aqui e outra, que ajuda e achaca aqueles lá."
A cassação de dois vereadores já foi um marco pra cidade, mas pelo que a gente acompanha da sucessão de escândalos brasileiros, em geral essas histórias param por aí: com a punição dos corrompidos e o providencial esquecimento quanto aos corruptores. O que mais virá por aí? Dez anos de chicanas jurídicas? Tenho uma vaga esperança de que pode ser diferente.

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UPDATE: Matéria da Folha de S. Paulo conta a história e resume o caso.