Do Inagaki, inspirado:
(...) Gostaria de sofrer de uma amnésia controlada, que me fizesse esquecer de certos livros e filmes. Algum artifício prodigioso, que me permitisse assistir a Casablanca sem saber o que vai acontecer no final. Ou ler Cem Anos de Solidão e me deslumbrar da mesma maneira que da primeira vez. Ou gargalhar com uma gag dos Irmãos Marx ou de Woody Allen com prazer sempre renovado. Ou ser surpreendido, punch no estômago, com o assassinato no chuveiro de Psicose, a revelação da identidade de Keyser Soze em Os Suspeitos, o turning point em Um Corpo que Cai. Que me permitisse sentir novamente o orgasmo literário de quando li pela primeira vez O Jogo da Amarelinha de Cortázar, romance que me obrigou a soltar um impropério escandaloso no meio da biblioteca do Bandeirantes: "- Porra, quero escrever que nem esse filho da puta!".
O que escrevi aqui sobre/inspirado por Cortázar.
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