quinta-feira, 17 de abril de 2008

O GMail é confiável?

Usuários do GMail, tremei! O amigo Emerson Gasperin está com um baita aborrecimento e, ao que parece, não é um caso isolado. Desde ontem, sempre que tenta acessar o serviço de correio eletrônico na web, aparece um aviso de que a conta dele foi desativada. Com ela, foi-se também o acesso dele a todos os serviços google, como blogspot, orkut, googledocs etc. Ele tá uma arara, mas encara a perda - temporária, espera-se - com o estoicismo* de quem está habituado às vissicitudes do futebol:

"Não sei por que fizeram isso, já que não fiz nada que nada que desrespeitasse os termos do Google. Uso a conta para fins pessoais e profissionais. Já mandei e-mail pro Google falando da minha situação, mas não tenho muita esperança que reativem a conta - nos fóruns em que pesquisei, casos similares não foram resolvidos. A ironia dessa história é que migrei para o gmail depois que perdi um hd e, com ele, todos os e-mails e contatos que guardava no meu computador. Usando um webmail, pensei, nunca mais perderei minhas informações. Tudo bem, sou gremista também."
A tão alardeada "web 2.0", com suas promessas de nos livrar da ditatura do armazenamento de dados nos HDs e de alcançarmos o nirvana pelas redes sociais, tá mostrando sua fragilidade. Tem gente apavorada. "Isso é gravíssimo! Metade da minha vida tá arquivada no GMail", exagera outro amigo (com mais de 40) que tem paranóia de um dia ser hackeado e perder tudo.

Também sou usuário assíduo de várias ferramentas do Google. E mais: uso o GMail como becape, pois tinha a ingênua ilusão de que somente um cataclismo nuclear ou algo do gênero poderia arruinar a confiabilidade do serviço. Hora de rever conceitos, pensar alternativas. Becape do becape no YahooMail? Implante de chip de memória sob a pele? Nesses momentos de incerteza existencial, nada como o bom e velho caderno com folhas de papel. Que, como canta Toquinho, é amigo fiel que guarda tudo e só pede uma coisa: não ser esquecido num canto qualquer.
* Estoicismo: doutrina fundada por Zenão de Cício (335-264a.C.), e desenvolvida por várias gerações de filósofos, que se caracteriza por uma ética em que a imperturbalidade, a estirpação das paixões e a aceitação resignada do destino são as marcas fundamentais do homem sábio, o único apto a experimentar a verdadeira felicidade [O estoicismo exerceu profunda influência na ética cristã.] [Houaiss]