Fim de semana movimentado e emocionante. No sábado a cunhada e comadre Sônia casou com meu compadre Antônio Gerassi Neto, depois de uns 15 anos de união que já geraram uma filha e um filho. A cerimônia foi na capelinha do Campeche, com um pequeno grupo de familiares e amigos. Domingo Laura e eu fomos padrinhos de batizado do Eduardo, filho de 11 anos do irmão dela, Carlos, e da Cristina. No meio de preparativos, idas a aeroporto e rodoviária e comemorações, ainda trabalhei na 7a. Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. Que teve no sábado um dia inteiro de homenagens ao centenário da imigração japonesa no Brasil. Também no fim de semana o mano Leonardo Camillo ministrou uma oficina de dublagem pra crianças de oito a doze anos. O resultado das atividades da criançada foi exibido ao público ontem à tarde, ficou muito legal.
Um ponto alto foi a presença das tias Maria e Cecília Tuyama, que vieram de ônibus de Santo André/SP depois de muita insistência minha. Elas são irmãs do querido Augusto, pai da Laura e meu segundo pai, que nos deixou em fevereiro. Conversar com elas era quase como revê-lo. São muito parecidas com ele, não só na fisionomia como no jeito de encarar a vida, com humor e tranquilidade. Tia Maria, a mais velhinha, sempre serena, contou várias histórias da infância dela em Nagasaki - ela veio do Japão com cinco anos de idade, num navio que o pai dela, Shungiro, ajudou a construir. Falou sobre a mãe, Ito, que teve uma premonição sobre a bomba atômica e insistiu pra emigrar. Lembrou da dificuldade dos primeiros tempos, da dureza que foi se alfabetizar em outra língua, de Augusto pequeninho que não queria dormir sozinho.
Tia Cecília, sorridente e doce, estava sempre se oferecendo pra fazer massagem em todos da família: "Deixa eu fazer um carinho em você". Sua intuição lhe dizia o que o corpo da pessoa precisava, onde estavam as dores, as articulações travadas. Minha tensão nos ombros se evaporou. Tia Cecília é herdeira dos dons especiais da mãe - consegue antever situações que ainda não ocorreram. Quando isso acontece e a previsão é trágica, reza muito e às vezes a tragédia é evitada. Ela nos contou isso com naturalidade e lembrou que todas as pessoas têm esse poder, só que algumas aprendem a desenvolvê-lo e outras não. Foi um fim de semana muito especial mesmo, cheio de risadas, amor e amizade.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Casamento, batizado e histórias japonesas
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