sábado, 19 de julho de 2008

Drops cearenses

Depois de um pit stop pra rever os amigos em São Paulo, estou no Ceará há dois dias. Em Russas, no Vale do Jaguaribe, onde mora meu pai. Durmo numa rede no alpendre e acordo cedo com o galo cantando. Tempo de rever os irmãos e sobrinhos, conhecer sobrinhos novos, comer tapioca, tomar suco de cajá, passear na pracinha à noite, reencontrar o sotaque e o finíssimo humor cearense.
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Fiquei algumas horas em Fortaleza. A cidade onde passei tantas férias da minha infância na casa dos avós maternos é hoje uma metrópole inchada, com uma pequena parte lindíssima pra receber os turistas e o restante, um amontoado de favelas. Uma das mais visíveis formas de transferência de renda entre as duas partes é prostituição focada no turismo. Me chamou a atenção a quantidade de casas e prédios protegidos por cercas eletrificadas. Mas claro que também tem muita coisa boa.
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Conheci uma creche pública mantida pelo município, onde trabalha minha cunhada Aline. Limpa, organizada, gerida por professoras que sabem o que fazem. As crianças se alimentam bem, fazem atividades lúdicas, dormem depois do almoço ouvindo música instrumental, tomam dois banhos por dia, enfim, são tratadas com amor e respeito. Há dezenas delas na cidade - não recordo o número agora, acho que 70. Segundo meu irmão Camillo, a prefeita Luizianne fez pouco asfalto, mas investiu pesado em obras sociais como as creches e 15 mil moradias populares.
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Falar em Fortaleza, acabo de ver mais uma grande charge do Frank, contando do rapaz cearense que tentou furtar o cordão do ministro do Supremo, Gilmar Mendes, e continua na cadeia apesar de seu réu primário. É de lascar.
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Hoje vamos almoçar peixe num lugar chamado Ilhota, na margem do rio Jaguaribe.