quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A menina na faixa de pedestres

Agora há pouco vi uma menina de nove anos, impaciente, tentar atravessar a faixa de segurança de uma rua no centro, enquanto do outro lado a mãe, aflita, pedia pra ela ter calma. Passaram cinco carros sem parar nem reduzir a velocidade. Finalmente uma boa alma seguiu a lei e deu preferência à pequena. E olha que em Floripa a faixa é razoavelmente respeitada. Mas ainda estamos longe da situação de Brasília, onde, depois de muitas campanhas educativas e ações repressivas, o pedestre conquistou mesmo a prioridade. Existem cidades onde é pior - passam 50 (ou 5 mil) carros dirigidos por quadrúpedes antes que um dê a vez ao bípede.

Em julho, quando estive em Natal, comentei sobre isso com um amigo. Ele disse que, durante um tempo, houve forte campanha na cidade e os motoristas passaram a respeitar a faixa de pedestres. Foi só a campanha acabar e o desrespeito voltou, embora, na percepção dele, tenha havido um pequeno avanço. Achei a observação bastante afiada. Campanhas educativas como essa precisam ser permanentes. É como no caso das enchentes, em que os governos deixam de investir na prevenção silenciosa e gastam sete vezes mais na resposta ruidosa aos desastres. Lombadas pós-atropelamento rendem mais votos que campanhas feitas com regularidade.