Terminei de ler - ou melhor, devorei - Travessuras da menina má, de Mario Vargas Llosa. Lindíssimo e triste também. É a história de um tradutor peruano apaixonado desde a adolescência por uma mulher. Mas eles são muito diferentes. Enquanto Ricardo é romântico e se satisfaz em levar uma vida tranquila na capital francesa como intérprete da Unesco, a mulher - que tem vários nomes - é ambiciosa, quer a todo custo sair da pobreza se casando com homens de dinheiro. Os anos vão passando e os dois se encontram em várias ocasiões, em diversas cidades do mundo - primeiro em Lima, depois Paris, Londres, Tóquio, Madri... A relação entre eles é estranha e dolorida porque ela o faz de gato e sapato, mas ele continua cada vez mais apaixonado.
Pelo caminho, o narrador - que conta a história em primeira pessoa, de forma linear - vai entremeando relatos sobre os momentos históricos que viveu, como os anos revolucionários em Paris nos anos 60, a swinging London dos hippies nos 70, a Madri em efervescência política da redemocratização dos anos 80. Também passam pela narrativa alguns grandes amigos dele e breves relatos das mudanças no Peru: golpes de estado, terrorismo do Sendero Luminoso, urbanização e favelização das grandes cidades. É um romance tocante sobre encontros e desencontros, sobre solidão, sonhos e buscas existenciais. Dos livros de Vargas Llosa que li até agora (os outros são Conversa na Catedral e Quem matou Palomino Molero?), achei o melhor.
quarta-feira, 18 de março de 2009
Travessuras da menina má
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