A repórter Vanessa Bárbara fez uma saborosa matéria sobre palíndromos na segunda edição da revista piauí. Conta até que existe um medo mórbido de palíndromos chamado aibofobia, palavra que não tem raiz latina nem grega, mas funciona também de trás pra frente. E que há uma desavença fonética opondo a jovem guarda aos tradicionais praticantes dessa arte. Alguns palíndromos citados no texto:
Seco de raiva, coloco no colo caviar e doces.~
(Rômulo Marinho)
Rir, o breve verbo rir.
(Laerte)
Até Reagan sibarita tira bisnaga ereta.
(Chico Buarque)
Lá vou eu em meu eu oval.
(Marina Wisnik)
Ô padre, meu, que merda, pô!
(Sofia Mariutti)
Aí é luta, patuléia!
(Paulo Werneck)
Alzira no colo: coloco nariz lá.
(Chico Mattoso)
“Para os que amam as palavras, o palíndromo representa uma espécie de felicidade em estado puro: é a frase espelho, a perfeição na simetria, ou a serpente que morde a própria cauda, o ingresso no círculo mágico dos vocábulos que não têm fim”.Claude Gagnière, poeta francês, citado neste ótimo artigo de Rômulo Marinho.
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