Cá estou com mais uma mini-resenha "ligeiramente atrasada" de um filme lançado em 1999 que vi ontem: O mesmo amor, a mesma chuva. É o primeiro dos três que o cineasta argentino Juan José Campanella dirigiu tendo como protagonista o ator Ricardo Darín - os outros dois, que vi antes, são O filho da noiva (2001) e Clube da Lua (2004). Todos muito bons.
É uma história despretensiosa sobre os encontros e desencontros de um casal desde 1980 até o presente. Ele, jornalista que publica contos na revista Coisas, é uma promessa da literatura argentina; ela, garçonete, é aspirante a atriz e pintora. Em paralelo acompanhamos um pouco da história recente do país: ditadura militar, euforia e depois decepção com as Malvinas, frustrações com Alfonsín, neoliberalismo de Menem, crise econômica. Esse pano de fundo não chega a competir com a narrativa principal, centrada no cotidiano de pessoas comuns.
Jorge, o personagem interpretado por Darín, nos conquista por sua personalidade humanamente contraditória e complexa. Ele está apaixonado e tenta ser feliz enquanto luta contra os próprios fantasmas: egoísmo, acomodação, remorso por não corresponder à lealdade dos amigos, medo de arriscar pra viver seus sonhos. O pequeno épico caminha suave e agridoce, sem medo da emoção mas sem pieguismo. Está recheado de bons diálogos - marca registrada de Campanella - e comedidas doses de humor. Mais uma jóia fina do cinema argentino.
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