O jornalista e cientista social Leonardo Sakamoto, que coordena a ong Repórter Brasil - parceira do Observatório Social -, ia receber na quinta-feira em Brasília um prêmio da OIT, por sua atuação brilhante no combate ao trabalho escravo. Com a bagunça aérea instalada no país, tomou um chá de cadeira no aeroporto. A solenidade foi adiada, já que ele e outros premiados não conseguiram chegar. Li isso agora no blog dele, que acabo de descobrir. Saka comenta o movimento dos controladores de vôo:
~(...) As classes média e alta estão dando piti agora. Bem feito. Experimentam, de leve, o que a massa de trabalhadores pobres sente todo o ano com as greves de ônibus em São Paulo, que deixam milhões a pé. Que faz moradores de bairros afastados caminharem 20 km para chegar no trabalho.
Que tal, independente de classe social, descermos ao nível da realidade e discutir a melhoria na qualidade de vida do trabalhador? Tenho fé que ou esse país dá certo para todo mundo, ou alguns poucos não vão conseguir desfrutar o seu butim.
Apóio os controladores de vôo. Apóio os cobradores e motoristas de ônibus. Apóio os bancários e metalúrgicos. Apóio os garis. Apóio os residentes médicos. Apóio o santo direito de se conscientizarem, reconhecerem-se nos problemas, dizer não à exploração e entrar em greve até que a sociedade pressione e os patrões escutem.
Mesmo que isso torne minha vida um absurdo. (...)
UPDATE 8.12: Leio agora sobre o atestado de incompetência gerencial do governo Lula pra cuidar desse setor, que se iguala à inépcia do governo FHC no caso do apagão:
O Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que os recursos destinados à manutenção do sistema aéreo brasileiro não foram destinados de forma correta e que o comando da Aeronáutica já sabia dos problemas no espaço aereo.
|