André de Abreu, no Intermezzo, comenta sobre a reportagem multimídia Ambulantes no trem, um trabalho de conclusão de curso de alunos de graduação da faculdade Anhembi-Morumbi, orientado por Fábio Cardoso. Narrativas hipertextuais como esta são um exemplo do que pode se tornar o jornalismo daqui a alguns anos. Dá pra ser profundo e criativo sem ser chato. Construída em flash, a reportagem usa a metáfora do próprio trem como estrutura de navegação. Vídeos apoiados por textos curtos mostram o cotidiano dos "marrereiros", o conflito com os seguranças de empresas privadas que apreendem suas mercadorias e às vezes os agridem, as expectativas desses vendedores, as opiniões dos usuários do transporte. Há também um mapa clicável da rede ferroviária de São Paulo com informações sobre as principais estações.
Naveguei pela reportagem de maneira não-linear e transversal, como acho que a maioria do público fará. Também dá pra seguir o caminho convencional. Parece que esta é uma forte tendência nesse tipo de narrativa: traçar a rota de começo, meio e fim - o que gera segurança - e ao mesmo tempo permitir que o navegante mais destemido ou impaciente crie seus próprios. Os pequenos problemas, pelo que conta André, estão sendo corrigidos: faltam os créditos e há excesso de pop-ups: quando naveguei na parte dos usuários do trem, o vídeo travou algumas vezes. Nada que ofusque a alta qualidade do trabalho de pesquisa e de execução prática da idéia. Parabéns aos autores e ao orientador.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Ambulantes no trem
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