Terminei ontem A linha de sombra, de Joseph Conrad, um dos escritores que mais admiro. É a história de um capitão de primeira viagem que vive uma situação-limite: comanda um navio que enfrenta calmaria e tem quase toda a tripulação afetada por uma doença tropical. No trajeto entre Bangcoc e Cingapura, ele é desafiado pelo "fantasma" do antigo capitão morto - na forma das alucinações febris do primeiro oficial - e precisa lutar contra suas próprias inseguranças. O tema de fundo é uma reflexão sobre o limiar entre a juventude e a maturidade. Encontrei o livro na estante de um café simpático no centro e o li em três sentadas. Sobre A linha de sombra, Conrad comentou:
... é experiência pessoal vista em perspectiva com o olho da mente e colorida pela emoção que alguém não pode evitar de sentir pelos acontecimentos de sua vida dos quais não tem razão alguma para envergonhar-se".p.s. 1: Anteontem terminei outro dele: A flecha de ouro, história autobiográfica de aventura que trata de uma avassaladora paixão de juventude do autor.
p.s. 2: Já fiz o trajeto entre Bancgoc e Cingapura. Foi de avião, sem calmarias e sem febres. Mas de certa forma, a viagem asiática me ajudou no rito de passagem que é deixar de ser jovem.
|