Recebi por e-mail do Fabrício Boppré, leitor do blog que está vivendo no exterior, esse desabafo sobre a degradação de Floripa. Sua indignação tem minha total simpatia e expressa o sentimento de muita gente que vive aqui.
Todo dia agora eu leio duas ou três notícias assim, ocorridas aí na nossa cidade. Destaco essa porque aconteceu ali nas ruas onde passei uma infância tranquilíssima e maravilhosa, e onde a partir de agosto volto a caminhar diariamente. Ou não.
Enquanto isso, nossos governantes (que NÓS elegemos) só falam na copa, no congresso de turismo, no evento de mágica... 1 bilhão para isso, 15 milhões para aquilo. É como se Fpolis fosse Amsterdã, não há problemas de ordem HUMANA, então façamos da vida uma celebração. Quando algum problema que não pode mais ser empurrado com a barriga exige ação, então cria-se um viaduto remendado aqui, direciona-se um esgoto para uma praia menos famosa ali, aumenta-se um imposto acolá, cria-se uma comissão para estudar como os presos de um cadeião super-lotado escapam pela porta da frente, e toca o barco, dá de enganar o povo na boa. E a cidade REAL, lentamente, vai se transformando numa miniatura de São Paulo (pelo caos urbano) com Rio de Janeiro (pela insegurança).
Aqui do exílio, tenho saudades da cidade à beira-mar e da ilha onde cresci, mas pelo visto, é uma saudade que eu, ou nós, carregaremos pelo resto de nossas vidas... (sou pouco afeito a sentimentalismos, mas dada a variedade de pessoas que receberão este e-mail, melhor dizer isso do que o que eu realmente queria dizer, "somos um bando de otários que adora eleger aqueles que têm a maior capacidade possível de nos FODER e de DESTRUIR a médio prazo nossa cidade").
abraços,
Fabricio
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