sábado, 29 de dezembro de 2007

De Cáceres
Pôr-do-sol no rio Paraguai em Cáceres, Mato Grosso.

Notícias de Cáceres

Augusto foi operado para aliviar a pressão do higroma subdural. Traduzindo: com o impacto do acidente, houve derramamento de um líquido sob a membrana dural, a mais externa que recobre o cérebro. Os médicos estavam aguardando o momento ideal pra cuidar disso e o momento foi hoje. Na cirurgia desta tarde foi feito um furinho pra drenar esse líquido. Tudo ocorreu conforme o planejado. A intervenção foi feita por um casal de neurocirurgiões, dra. Olga e dr. José Roberto, num hospital particular de Cáceres, o São Luís. Em seguida ele foi reconduzido à UTI do Hospital Regional (SUS), onde continua em coma. A médica disse que esse procedimento cirúrgico aumenta as chances de ele se recuperar mais rápido. Em quanto tempo, por enquanto é impossível prever. Estamos otimistas.

Na estrada: Vilhena

Escrevo de Vilhena, primeira cidade de Rondônia pra quem vem por terra a partir de Mato Grosso. Ontem, depois de dez dias em Cáceres (MT), Laura, eu e os meninos seguimos viagem de carro até nosso destino original: Rolim de Moura (RO). Resolvemos dividir o time em dois pra melhor atender meus sogros. Augusto permanece na UTI em Cáceres, acompanhado por Carlos, Sônia e Neto. Nilza, acompanhada de Ana e Cristina, foi levada de carro a Cuiabá, onde pegou um avião pra Ji-Paraná e de lá foi de carro a Rolim de Moura, onde terá melhor estrutura de apoio familiar e a força dos nove netos reunidos.

Paramos na noite passada num hotel em Vilhena pra descansar e hoje cedo prosseguimos no último trecho da viagem, que começou no dia 15 de dezembro em Floripa - às vezes me dá a impressão de que aquele tempo se passou há anos. Daqui a três ou quatro horas chegaremos a Rolim de Moura. Com mais esta divisa estadual, entramos finalmente na Amazônia e na região Norte. Atrasamos nossos relógios em mais uma hora - o fuso aqui em Rondônia é GMT -4, duas horas a menos que o atual horário de Brasília (GMT -2). Sair de Cáceres foi difícil, mas na prática a melhor solução pro momento. Meu sogro sempre diz que gosta de viajar no seu próprio ritmo, sem ter que acompanhar os carros mais possantes dos outros. Assim está sendo nesta viagem inesperada: sua saída do coma e a recuperação dependem em grande parte dele mesmo.

Vou continuar mantendo vocês informados por meio das conversas diárias com o pessoal lá em Cáceres.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Um recado 'wireless' e um pequeno avanço

Hoje em torno das 14h45, estávamos descansando no quarto do hotel. Bruno, 1 ano e 8 meses, brincava com o lego e de repente falou:
- Vovô conseguiu.
Um pouco mais tarde, o médico de plantão na UTI informou que nesta tarde houve pequena melhora neurológica no quadro de Augusto, que permanecia inalterado há dias. Um passo de uma longa caminhada, nas palavras do médico. Quem é que entende os mistérios da vida?

Primeira foto de Nilza depois da alta


Cliquei esta ontem de manhã no Hotel Riviera Pantanal, onde estamos hospedados em Cáceres. É a primeira da minha sogra depois de ter alta do hospital. Da esq. pra dir.: Miguel, Ana, Bruno, Sônia, Nilza e Cristina.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A vida é forte

Minha sogra Nilza teve alta do hospital agora há pouco. Começa pra ela a próxima etapa, ainda em Cáceres: recuperar as forças pra voltar à ativa o mais rápido possível. Vamos continuar concentrando boas energias pro Augusto.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Feliz Natal

Nilza já fica de pé, toma banho sozinha e caminha pelo quarto no hospital. Esperamos a notícia de alta para os próximos dias ou horas. Por enquanto ela vai ficar se recuperando aqui mesmo em Cáceres, porque não vai poder se deslocar nem por terra nem por ar durante um tempinho. O estado de Augusto continua inspirando cuidados. Ele ainda não despertou do coma. A nova tomografia feita ontem indica que houve higroma subdural - trocando em miúdos, a membrana exterior que recobre o cérebro (são três) ficou machucada com o choque. Tudo indica que o próprio organismo vai se encarregar da recuperação e não será preciso intervenção cirúrgica, mas é preciso atenção especial pra evitar infecção hospitalar. Estamos providenciando a remoção dele para um hospital mais equipado no estado de São Paulo, onde vamos poder contar com o apoio mais próximo de médicos amigos. Feliz Natal pra todos vocês! Feliz aniversário, Laura! Mais notícias assim que a gente tiver.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Nilza se recupera um pouco mais a cada dia. Hoje ela recebeu visita do Bruninho e foi aquela alegria. Ele filou um pouco da gelatina dela e cantaram juntos uma cantiga infantil. Passados cinco dias do acidente, Augusto continua em coma e usando respirador artificial. O estado é grave, mas estabilizado. Suas funções renais e cardíacas estão normais, a pressão não está mais regulada por medicamentos como no início, os reflexos estão presentes. A expectativa agora é que ele desperte, pois aparentemente não houve dano neurológico. Uma nova avaliação neuro deve ser feita amanhã. Vamos ouvir os pareceres médicos e estudar a possibilidade de removê-lo pra UTI de um hospital com mais recursos. Isso não era possível nos primeiros dias.

É o que tenho pra informar no momento. Continuamos com muita fé, unidos em torno do patriarca e da matriarca do clã Tuyama. O tempo passa com grande lentidão nesta cidade bonita e calorenta que fomos obrigados a conhecer bem por causa da tragédia. Encerro o relato de hoje pra trocar uma fralda de cocô do Bruno. A vida segue. Um grande abraço a todos vocês que estão conectados com a gente, por fone, internet e em pensamento.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Três dias depois do acidente, mais boas notícias

Um dia de cada vez, aí vamos nós. Ontem Nilza retirou a sonda que entrava pelo nariz e ia até o estômago. Também sentou pela primeira vez, voltou a tomar água e comeu as primeiras colheradas de sopa. Pela vontade dela, iria andar hoje, mas precisa esperar um pouco mais. O Carlos, meu cunhado, comenta: "Amanhã ela já vai pedir uma pimentinha".

Augusto também apresenta melhoras. Ontem Sonia segurou a mão dele e pediu que desse um sinal se estivesse ouvindo. Ele apertou a mão dela e derramou duas lágrimas. Quase não há mais secreção saindo dos pulmões. Os médicos devem avaliar hoje se retiram os drenos. Ele já consegue respirar sozinho, mas continua usando o respirador artificial para não se cansar. Teve um pouco de febre, mas já tá controlada. A UTI é bem equipada e oferece tudo o que um grande centro tem.

João e Ieda mais Ariana e o pequeno Diogo, amigos da família, estão aqui em Cáceres hoje. Eles viajavam de Porto Velho a SÃo Paulo e se encontraram por acaso ontem num posto de gasolina da estrada com Carlos e com Luimar, que iam em sentidos opostos - Carlos chegando a Cáceres, Luimar levando as crianças da Sonia pra Rolim de Moura. Os três carros pararam ao mesmo tempo no mesmo posto, coincidência impressionante. Estão no hotel conosco hoje. Diogo e Miguel fizeram amizade instantânea e já foram jogar cartas de Iugui-ô.

Mudamos pra um hotel no centro. O primeiro era um hotel pra viajantes de negócios, na beira de BR, a gente passava o dia vendo carretas passarem. Este, o Riviera Pantanal (65/ 3223-1177), é bem mais agradável, silencioso e com clima mais caseiro. Tem um pátio interno com plantas, piscina de adulto e de criança e fica perto de pracinhas onde podemos levar os meninos pra brincar.

Mais informações na seqüência.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Boas notícias de Cáceres

A idéia era dar um tempo no blog e só voltar quando tivesse boas notícias. Pois a pausa foi mais rápida do que pensei, fico feliz de voltar agora. Augusto e Nilza tiveram boa melhora hoje, se levarmos em conta o estado em que chegaram ao hospital. Ele continua em coma, mas já move as pernas e não está mais tomando medicamento pra controlar a pressão. O ultrassom constatou que não houve fratura de bacia nem lesões em outros órgãos além do pulmão. O sangramento na bexiga parou e a urina é normal. Hoje de manhã, quando a Ana falou com ele, os batimentos cardíacos se aceleraram. Os pulmões estão praticamente sem secreção e os drenos devem ser retirados amanhã. Agora é esperar que o organismo continue reagindo e ele saia do coma. O japonês é muito forte, tenho certeza que vai vencer essa, porque é daquelas pessoas raras que sabem o valor da vida.

Sonia, Neto e as crianças chegaram hoje de São Paulo - pegaram um avião até Cuiabá e um táxi pra cá. Nilza está numa enfermaria, consciente e em recuperação. Ainda sente dores do pós-operatório e tem movimentos limitados na cama - se alguma leitora já fez cesária, pode imaginar ligeiramente o que é uma cirurgia no intestino. Passa boa parte do tempo descansando, mas já troca umas palavras com a gente. Eu a visitei agora à tarde, junto com os outros dois genros, Luimar e Neto. Contamos umas piadas e ela achou graça com os olhos, disse que não podia rir. Laura e Ana estão se alternando como acompanhantes, sempre tem alguma delas por perto.

O negócio é o seguinte: viver um dia de cada vez. A gente só se dá conta disso em situações extremas. O dia de hoje está ganho. Essas pequenas vitórias vão consolidar as de amanhã e depois. Enquanto aguardamos e damos apoio a eles, vamos distraindo as crianças e nos distraindo pelas ruas e praças de Cáceres, pra levar energia boa a eles dois no hospital. Ontem Miguel brincou na cama elástica da praça do cais, Bruno ganhou uma bola inflável com um guizo dentro e jantamos iscas de jacaré (tem gosto de peixe e textura de galinha; não é ruim, mas nada especial). Hoje almoçamos pintado e pacu à brasileira no restaurante flutuante do rio Paraguai, apreciando a lindeza do Pantanal.

O clima em Cáceres é quente e bem úmido, lembra muito a minha infância em Manaus. Ontem passou o dia chovendo, mas sempre com intervalos de sol fortíssimo, que fazia secar toda a água. A gente tem a impressão que tá evaporando também. Hoje fez sol com nuvens - cúmulos enormes, flocudos, se amontoando no céu até o próximo pé d'água. O rio Paraguai tá começando e encher, dizem que fica lindo agora na estação das chuvas.

Prefiro não entrar em detalhes sobre o acidente agora, nem sobre o pesadelo que passei acompanhando a remoção deles em duas ambulâncias - uma quebrou no caminho - por 250 km até Cáceres. Digo só o seguinte: meu sogro é macaco velho de estrada há décadas; tem mais histórias pra contar de suas andanças amazônicas que as de todos os aventureiros que conheço. Eles dois estavam viajando por terra porque amam fazer isso. Quem ama o que faz às vezes paga o preço, pois não se pode evitar o que era pra ser. Mas nunca eles vão passar pela frustração de terem sonhado sem fazer.

Em nome da família, agradeço de coração as dezenas de telefonemas e mensagens de solidariedade que estão chegando de vários lugares do Brasil e de outros países. Um recado especial às sobrinhas Camila e Amanda, de Rondônia: enxuguem as lágrimas que agora é hora de ficar alegre com as pequenas conquistas de cada dia. Digam aos pequenos que o vô e a vó estão vencendo a batalha aqui. Se quiserem mandar algum recadinho, digam que eu transmito assim que puder. A vó já pode responder. O coração do vô certamente vai bater mais forte de novo. Daqui a pouco ele vai tar contando piadas pra gente. Beijos. Mais informações no próximo boletim.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Dia 4: Acidente

Peço licença aos leitores pra dar uma notícia inesperada aos amigos e parentes. Ontem no final da tarde, meus sogros Augusto e Nilza, que viajavam conosco de SC a Rondônia, sofreram um acidente na estrada em Mato Grosso. O estado dos dois é grave, mas estável. A camioneta deles foi atingida na lateral por uma carreta quando cruzava a BR para entrar no município de Pontes e Lacerda, onde os aguardávamos para o descanso do final do dia. Vimos tudo a 300 m de distância. Como não havia recursos na cidade, eu os acompanhei na remoção por ambulância até Cáceres, 250 km mais ao sul.

Nilza foi operada de uma hemorragia intestinal e está consciente, fora de perigo. Augusto está em coma na UTI. Fraturou ambas as bacias, teve hemorragia na bexiga e está sedado, com drenos nos pulmões para retirar secreção. A tomografia indica que não houve dano neurológico, o que é um bom indício. Estamos num hotel em Cáceres, junto com outras pessoas da família, dando todo o apoio possível. Eles estão recebendo excelente atendimento médico no Hospital Regional. Esperamos que se recuperem rápido e que, daqui a um tempo, a gente possa conversar sobre o dia de ontem como apenas um grande susto do destino.

Encerro aqui o diário de viagem. Nem sempre a vida é como a gente planeja - aliás, nunca. Dou também uma pausa neste blog, por motivos mais que compreensíveis. Espero retomar o quanto antes com boas notícias sobre a recuperação deles. Um abraço a todos e fiquem bem.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Dia 3: Campo Grande-Rondonópolis

Chegamos ontem no fim da tarde a Rondonópolis, a primeira cidade grande de Mato Grosso. Até agora são 2.208 km percorridos. Saímos 'a noite pra jantar (pintado, peixe da região), tomar sorvete e passear na pracinha, que tá com uma linda decoração de Natal. Miguel deu uma volta no carro de papai noel, puxado por "renas" de brinquedo. Ele sacou logo que era um fusca disfarçado.
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No MS fizemos uma parada de algumas horas em Rio Verde de Mato Grosso pra eu resolver um lance no cartório e enviar umas cartas. O correio fechava 'as 11, mas o funcionário me quebrou o galho e abriu cinco minutos depois. Falei que vínhamos de SC e ele se entusiasmou, contou sobre as atrações da cidade e até me levou pra salinha oonde os colegas trabalham nos fundos, pra me mostrar fotos que tinha tirado de umas cachoeiras. Visitamos Sete Quedas, um lugar lindo na beirada do Pantanal, e tomei banho de rio com Miguel e Bruno. Quando Laura tinha nove anos de idade, parou no mesmo lugar durante a mudança de SP pra Rondônia. Antes era tudo selvagem, agora tá organizado, com churrasqueiras e placas proibindo birita. Continua lindo, mas pra ela não é a mesma coisa.
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Um mar de soja pelo caminho. E uma estrada reta a perder de vista. O céu do Centro-Oeste é lindo e o pôr-do-sol, de cartão postal.
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A estrada fica sensivelmente pior quando entramos em Mato Grosso. Mas nada que comprometa demais. É que o tráfego de caminhões é intenso e isso desgasta o asfalto.
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Devemos almoçar em Cuiabá hoje. Augusto e Nilza estão por lá consertando umas coisinhas na camioneta e vamos nos encontrar. Este trecho, subindo a serra, deve ser dos mais chatinhos de toda a viagem. Se tudo andar como o previsto, entramos em Rondônia hoje à noite.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Dia 2: Ourinhos (SP)-Campo Grande

Já não se fazem mais hotéis de beira de estrada como antigamente. Este aqui, na rótula que fica na saída de Campo Grande pro norte, também tem wireless nos quartos. Sou obrigado a continuar meu diário :)
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Almoço em Lins. Bacalhau num restaurante a quilo. Cidade bonitinha, com ar de prosperidade, cercada de um mar de cana-de-açúcar.
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Como tem penitenciária no oeste de São Paulo! Dar carona aqui deve ser atividade de alto risco.
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Estradas muito boas em SP, muitas duplicadas. Mas os pedágios são frequentes e salgados.
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Placa depois da divisa: "Bem-vindo a Mato Grosso do Sul. Aqui não cobramos pedágio".
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Uma hora a menos aqui. O MS também tá com horário de verão e já tem normalmente o fuso GMT -4. Em Rondônia serão duas horas a menos. Vou aproveitar pra dormir mais.
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Bruno não vomitou hoje, mas continua com o intestino solto. Pra compensar, Miguel tá co intestino preso. Mas os dois estão adorando a viagem. Fora o estresse normal de ficarem tempo demais dentro do carro, estão de parabéns essas quiança.
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Já são 1.640 km percorridos. Pela última média que calculei, o Clio tá fazendo 16,5 km/l de gasolina. Com o ar-condicionado ligado quase o tempo todo. Calor africano esses dias. Carrinho nota dez, o motor 1.6 de 16 válvulas dá confiança total nas ultrapassagens.
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Já vimos um caminhão tombado na estrada e um carro capotado, ambos no interior de SP. No mais, tudo tranquilo. Alguns imbecis dirigindo, mas nada que tire a nossa alegria. Estar na estrada é bom demais!
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Miguel hoje no hotel, depois de mais de 800km na estrada:
- Pai, hoje nós vamos dormir dentro do carro?
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Vida de navegador não é moleza, Tem que olhar o mapa pro piloto e ainda servir de comissário de bordo, tipo essas da Gol, que servem o copinho pela metade pra não derramar.
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Trilha de hoje foi bem variada: Bob Marley, Gregory Isaacs, Odair José, Uatki (bom pra acalmar na hora da estressada dos minino), Jimi Hendrix, The Doors, Franz Ferdinand... No DVD, um filme de Jimmy Neutron já rolou mais de dez vezes (desde a semana anterior à viagem). E Alice no País das Maravilhas estreou hoje.
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O melhor do Guia 4 Rodas 2008 é o mapa atualizado indicando as estradas ruins a evitar. Mas o guia em si não foi muito prático até agora. Em Ourinhos descolamos hotel perguntando num posto de gasolina. Bom e barato, 70 paus a diária pra casal, os dois minino grátis. Aqui em Campo Grande o preço também é esse. Limpinho, honesto e com wireless. Acho que o Guia não foi feito pra viajantes ultra-econômicos e sem frescuras feito a gente.
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É lindo o ocaso no MS. A gente estranha um pouco a planura sem fim, a falta de montanhas. E os bois que não acabam mais. Uma das apostas de viagem é encontrar um boi que não seja branco. Quem vir um primeiro, ganha.
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Cansadaço. Eu nem precisava da caipirinha de vodca pra dormir feito uma pedra. Amanhã vamos ver uma cachoeira aí pela frente, depois conto mais. Fui!

sábado, 15 de dezembro de 2007

Dia 1 - Floripa-Ourinhos (SP)

Escrevo de um hotel em Ourinhos, 817,5 km depois de zarpar da Ilha às 5h50 de hoje. Tou contrariando minha intenção de permanecer offline durante a viagem, mas não resisti à conexão wireless aqui do quarto.

Trilha da viagem hoje: Norah Jones, Adriana Calcanhoto (músicas infantis), Bach e aquele músico surfista de quem comentei há pouco. Um pouco de forró também: Falamansa.
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Bruno, vendo ovelhas na beira da estrada:
- Boi de mamão!
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Miguel, depois de um tempão dormindo:
- Há quantos dias a gente tá aqui no carro?
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Um acidente na entrada de Curitiba provocou engarrafamento monstro. Pegamos um atalho empoeirado em meio a araucárias e paisagem campestre.
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Pra fugir de um trecho ruim de estrada no Paraná, pegamos atalho por uma cidade chamada Ventania. Bela estrada, apesar das curvas perigosas.
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18h: Bruno fez um mega-cocô e cumpriu a parte dele: nos avisou. Depois da limpeza num banheiro imundo de posto de gasolina - era a opção disponível - ao chegarmos em Ourinhos ele vomitou. Amanhã cedo, enquanto tomarmos café, a lavanderia do hotel vai dar conta da capa da cadeirinha e das roupas sujas de hoje.
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Dica aos pais que viajam com os filhos pequenos: castanhas são maravilhosas, mas em excesso têm seus inconvenientes.
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Se mantivermos a média de 800 km /dia, em quatro dias chegamos a Rondônia. Mas isso - a média, os dias - não importa muito. Chegar é o que importa.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Sem título

Pausa pra pegar a estrada

Cada maluco com seu jeito de descansar. A partir deste sábado vou atravessar o Brasil de carro com a família. São uns 3.000 km de estrada de Santa Catarina até Rondônia, cruzando Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Sem pressa, mas sem atravancar o trânsito. Certamente não vai faltar conexão banda larga pelo caminho, mas resolvi ser um cara offline por uns dias. No devido tempo as anotações do diário de bordo vêm pra cá. Aos que me devem alguns caraminguás, favor depositar assim que possível. Credores, não tenham pressa, a gente volta a conversar em 2008. Leitoras e leitores, amigas e amigos, irmãos, primos, sobrinhos e agregados, um ótimo Natal pra vocês!

DVeras Award 2007: mais premiados

Software: Gimp. Instalei há poucos dias esse poderoso programa gratuito de tratamento de imagens. Ainda tou patinando pra descobrir os comandos, mas a impressão é que ele não deixa a dever a nenhum fotoxopi. Menção honrosa 1: Google Docs. Usei muito este ano, tanto individualmente como fazendo edição compartilhada de textos e planilhas com colegas de trabalho. Menção honrosa 2: Twitter. Interatividade + concisão + ludismo.

Revista: piauí. Muito acima da média. Nem sempre consigo ler inteira antes da chegada do próximo número, mas é satisfação garantida. Menção honrosa 1: Galileu. Leio pouco, mas dia desses esbarrei em uma na sala de espera do dentista e ela me deixou ótima impressão. Menção honrosa 2: The New Yorker. Baita revista que eu só conhecia de nome.

Jornal: sem premiados. Sou leitor infiel de vários na internet, mas compro poucos em papel. Destes, os que mais me informam são, curiosamente, os tablóides populares e os jornais de bairro, que costumam trazer novidades não encontráveis na rede.

Viagem: Pousada Pasárgada, em Anitápolis, aqui pertinho de Floripa. Uma experiência única. Faz parte do projeto Acolhida da Colônia, que promove o turismo rural em casas de agricultores na serra catarinense. Recomendo pra quem quer ficar um tempo sem rádio e sem notícia das terra civilizada e se energizar com a força das nascentes da mata atlântica.

Gastronomia: Sou um ignorante em comida sofisticada, mas aprecio as artes da boa mesa. Este ano, o jantar mexicano feito pela Christiane Balbys pros amigos ficou com o destaque especial na minha memória gustativa e olfativa. Sem falar que jantar com amigos é sempre um grande aperitivo. Menções honrosas pro Restaurante Girassol, no Campeche, e pro mexidão mineiro da minha sogra Nilza.

Blog: a nova versão do +D1, renascido na forma de coletivo de blogs catarinenses, deu um impulso bacana à galera da terrinha. Tiro o chapéu pra iniciativa do Alexandre e do Rodrigo. Menção honrosa: Pensar enlouquece, pense nisso. O premiado Alexandre Inagaki nem precisaria de mais este elogio, mas merece. Um dos melhores textos da internet em português.

Fotografia: Tatiana Cardeal, especializada em fotografia social, dispensa comentários. Vá lá, confira e veja se eu exagero ou não.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

DVeras Awards 2007: cinema e literatura

O melhor filme que vi em 2007 foi O cheiro do ralo. Menções honrosas pros dois de Clint Eastwood sobre a guerra no Pacífico.

Difícil dizer qual foi o melhor livro, foram tantos bons. Um que me causou forte impressão foi Os vultos das torres, sobre a história do fundamentalismo islâmico.

Eu escaipeio, tu escaipeias

Ontem usei bastante o Skype da maneira que mais gosto: pra conversar com as pessoas amadas. Sem pressa, sem objetivo, sem qualquer utilidade prática que não fosse a convivência. Falei com meu irmão em São Paulo - que estreava no uso do programa -, com um amigo no RN, também novato, com a cunhada em Rondônia e com um amigo na Argentina. Fiz também umas conferências a três com essas pessoas e um monte de palhaçadas no vídeo. Tudo de micro pra micro, free.

No som do carro: Álbum Branco

Reouvindo com prazer o White Album dos Beatles, meu segundo preferido dos Fab Four, empatado com Rubber Soul (o primeiro é Seargent Pepper's Lonely Heart Club Band). O "Álbum Branco" - que na verdade se chama "The Beatles" - foi lançado em 1968 depois de um retiro da banda na Índia e oito meses de trabalho. Suas trinta músicas passeiam do rock ao soul, do reggae ao blues, do country ao pop, com pitadas experimentais. Minhas favoritas: O-bla-di-o-bla-da, Blackbird, Julia, Revolution 1 e Goodnight. Vamos ouvir muito esses dois discos nas rádios em 2008, quando completam quarenta anos.

Caixinha de surpresas

Paguei 12 dinheiros numa caixa organizadora de miudezas, tipo essas usadas por pescadores, com alguns escaninhos e gavetinhas. Grande aquisição! De certa forma, vai contribuir pro meu equilíbrio mental. O que vai pra caixa? O que fica de fora? O que vai pro lixo?

Som maneiro

Você já deve conhecer esse cara faz tempo, mas só agora este ignorante musical descobre o havaiano Jack Johnson. Bom!!!

De L.A. a Floripa é um pulinho

Depois de um tempão longe do Brasil, a moça do bambolê já está curtindo as férias na Ilha!

Livros pro verão

Duas novas aquisições no sebo da rua Deodoro:

O escândalo dos Wapshot, de John Cheever. Faço uma vaga idéia do que se trata, mas pelo que diz a orelha, ele nao é apenas um grande escritor; é um mestre, um homem que ama a palavra. Então deve ser boa companhia. O romance é um retrato da sociedade americana feito com "impiedade atenta e certo carinho". A ver.

Cai o pano, de Agatha Christie. O último caso do detetive Hercule Poirot. E talvez o melhor livro da rainha da ficção de mistério. O enredo é engenhoso e o final, dos mais surpreendentes (quem conhece um pouco de Shakespeare tem mais chances de adivinhar o desfecho). Releitura depois de mais de vinte anos.

Menino olhando a chuva pela janela



Esta imagem do Bruno é um eco da minha infância. É uma das minhas primeiras lembranças. Fascínio total com a água que cai do céu.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Um ilustre blogueiro do Irã

Olha só quem tá blogando, conta o NY Times:

http://www.ahmadinejad.ir

O líder iraniano diz dedicar 15 minutos por semana ao blog. Trecho:

To read or to write, that is the question!

In the Name of Almighty God-the All-Knowing, the Most Lovingly ‎Compassionate

Since my last post on the blog, a few months have passed. But this doesn't ‎mean that I have not been keeping my promise of spending fifteen minutes per week ‎on it. As a matter of fact, I have spent more than the allocated time on the blog. The ‎magnitude of the reception and acclamation from the viewers was beyond ‎expectations. So I had to decide how to spend the limited time that I have allocated ‎for the blog; should I write new notes or respect those viewers who kindly and ‎generously have shared their thoughts and opinions with me and sent messages and read ‎their numerous received messages. ‎

‎***‎

As you know, the purpose of running this blog is to have a direct and mutual ‎contact and communication with the viewers and even though I have received many ‎messages from the viewers to update the blog and write new notes, I preferred to write ‎less and spend more time on reading the viewers' messages – and not let this ‎communication tool become just a one-way medium.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

TV DV

Alguns vídeos de humor que clipei no youtube.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Áudios históricos ao alcance do clique

"Houston, we have a problem". Este áudio do astronauta da nave Apollo 13 é uma das peças da coleção de sons históricos em mp3 disponíveis em The Free Information Society. Tem também Lênin, Gandhi, Fidel, Che, Thomas Edison, Goering, Roosevelt, Stalin, Truman, Geoge Bush pai e filho, Timothy Leary e muito mais. Encontrei enquanto navegava atrás de outras coisas.

Vai um cafezinho aí?

Os autonautas da cosmopista

Li faz tempo e gostei muito de Os autonautas da cosmopista. Julio Cortázar e Carol Dunlop passaram um mês viajando em um carro-casa pela rodovia Paris-Marselha, que pode ser percorrida em cinco horas. "A estrada deixa de ser um percurso para tornar-se o destino da viagem", diz a sinopse da Editora Brasiliense. Esse é o meu tipo de viagem - guardadas as proporções pras distâncias enormes do Brasil. E a contagem regressiva já começou.

sábado, 8 de dezembro de 2007

A vida por um triz


Está aberta a temporada de caça aos passarinhos na primavera-quase-verão 2007. Agora há pouco o Branquito abocanhou um pardalzinho. Conseguimos salvá-lo jogando água na cabeça do gato, mas o bichim voador perdeu sangue e algumas penas do rabo. Agora não consegue mais decolar e tá encolhido dentro de uma caixa de sapatos. O gato p&b, alheio ao drama humano para salvar um bichinho fofo (não faríamos isso por um ratinho, pode apostar), está deitado em nossa cama se lambendo tranquilamente, à espera de melhores oportunidades.

p.s. 22h50: E não é que a chance surgiu? Num vacilo nosso, o gato subiu na mesa, pegou o passarinho dentro da caixa e... dessa vez cheguei tarde.

Cordão verde e amarelo

A vida segue e os meninos não param de crescer. Ontem Miguel foi à sua primeira "festa do pijama", na casa de um colega de escola. Nós pegamos à meia-noite. Hoje participou do segundo Gingado do ABC e recebeu seu novo cordão da capoeira, agora verde e amarelo.

Partidas: Alcides Faganello

Morreu hoje às 14 horas, no hospital de Concórdia, Alcides Faganello, pai do amigo cineasta Chico Faganello. Tive a honra de jantar várias vezes em Seara na casa dele e de dona Teresinha, durante as gravações de um documentário que estamos fazendo. Vou sentir falta da suas conversas bem-humoradas e inteligentes, regadas a vinho branco e massa caseira em torno do fogão a lenha da cozinha. Seu Alcides era um homem generoso e querido por todos. Vai deixar muita saudade.

Nelson Motta na Folha de sexta

Metamorfose ou ouro de tolo?

SALVADOR - Quem diria, o anárquico fanfarrão Raulzito virou lição de filosofia política na boca do presidente da República, que sempre tem opinião formada e categórica sobre tudo. Seria um grande desgosto para ele ouvir a sua libertária "Metamorfose ambulante" a serviço da CPMF e das mudanças de opinião de quem, na luta pelo poder, fez de tudo para passar de pedra a vidraça.
Raul cantava a liberdade da dúvida e da contradição, da inteligência em movimento, em plena ditadura militar, quando a opinião só podia ser radical e estática: contra ou a favor. A ditadura proibia as opiniões contrárias; a oposição proibia mudar de opinião, sob a suspeita de estar servindo à direita ou para levar vantagem pessoal, como sempre.
A esquerda nacionalista sempre desprezou o "americanizado" Raul Seixas: ele era incontrolável, individualista e anárquico, detestava partidos, igrejas, instituições, torcidas, escolas e blocos. E certezas. Mas driblava a censura e ridicularizava os sonhos de felicidade da classe média governista, no "milagre brasileiro" dos anos de chumbo, com "Ouro de tolo", aquela que diz: "eu devia estar contente /porque tenho um emprego, /sou um dito cidadão respeitável/...
O baiano Raul, auto-intitulado "um magro abusado", desempenhou com grande coragem, independência e custo pessoal o papel de mosca na sopa dos que têm opinião formada sobre tudo, de esquerda, de direita e de centro, e debochava dos que pensam por slogans e palavras de ordem e mudam de opinião de acordo com os interesses de suas causas, chefes e bolsos.
Quem diria que as palavras de Raul serviriam para legitimar algumas das coisas que ele mais abominava. Coitado, virou camiseta de Che Guevara. O magro abusado não merecia esse abuso.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Crazy Frog Bros, 15 anos depois



O primeiro vídeo está aqui.

Brunitezas: isso aí não é de comer

O Bruno (1 ano, 8 meses e 3 dias), me olhando enquanto eu passava o fio dental:

- Papai tá comendo caca!

Uma proposta de parceria

O blog todoscomsaude.blogspot.com propôs parceria com DVeras em Rede e com vários outros blogs catarinenses. Até já me linkou. Agradeço a gentileza, mas li sua política de parcerias e, apesar de não ter nenhum reparo ético a ela, vejo que não me encaixo. O motivo é simples: DVeras em Rede não tem finalidade comercial nem cria conteúdo pra vender produtos. Aliás, como regra geral desta casa, não me imponho qualquer obrigação de trocar links ou banners com quem quer que seja. A popularidade e os rankings de acesso têm pouca relevância no que faço aqui. Boa sorte em seu projeto, siga em paz e com saúde. Se as pessoas gostarem de seu conteúdo, os links virão naturalmente, sem que seja preciso qualquer política formal de reciprocidade.

p.s.: Alexandre Gonçalves, Rodrigo Lóssio e Dora Garrido, comparsas no +D1, escreveram sobre a mesma coisa, e bem melhor do que eu.

Retoques

Pequenas mudanças no template. Uma linha horizontal curta no fim da página, antes da licença Creative Commons; aumento na entrelinha - afinal, as entrelinhas são o que há de melhor neste blog; aumento no maior corpo e redução no menor corpo da nuvem de tags. A linha minimalista permanece sem grandes alterações, conforme a lei do menor esforço.

Bela música, linda letra

Força Estranha

Composição: Caetano Veloso

Eu vi um menino correndo
eu vi o tempo brincando ao redor
do caminho daquele menino,
eu pus os meus pés no riacho.
E acho que nunca os tirei.
O sol ainda brilha na estrada que eu nunca passei.
Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga.
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou.
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.

Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista
o tempo não pára no entanto ele nunca envelhece.
Aquele que conhece o jogo, o jogo das coisas que são.
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão.
Eu vi muitos homens brigando. Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta,
é a coisa mais certa de todas as coisas.
Não vale um caminho sob o sol.
É o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Surpresa na valsa de casamento


Este também está na lista dos 10 vídeos mais engraçados do youtube. É uma bela reversão de expectativas.

Crazy Frog Bros


Este faz parte da lista dos dez vídeos mais engraçados do youtube segundo zenhabits. O garoto que aparece no fundo é um humorista nato.

Livros, filmes e amnésia controlada

Do Inagaki, inspirado:

(...) Gostaria de sofrer de uma amnésia controlada, que me fizesse esquecer de certos livros e filmes. Algum artifício prodigioso, que me permitisse assistir a Casablanca sem saber o que vai acontecer no final. Ou ler Cem Anos de Solidão e me deslumbrar da mesma maneira que da primeira vez. Ou gargalhar com uma gag dos Irmãos Marx ou de Woody Allen com prazer sempre renovado. Ou ser surpreendido, punch no estômago, com o assassinato no chuveiro de Psicose, a revelação da identidade de Keyser Soze em Os Suspeitos, o turning point em Um Corpo que Cai. Que me permitisse sentir novamente o orgasmo literário de quando li pela primeira vez O Jogo da Amarelinha de Cortázar, romance que me obrigou a soltar um impropério escandaloso no meio da biblioteca do Bandeirantes: "- Porra, quero escrever que nem esse filho da puta!".

O que escrevi aqui sobre/inspirado por Cortázar.

Três chargistas censurados e demitidos no RS


A charge acima, feita esta semana por Santiago, foi censurada pela direção do Jornal do Commércio, de Porto Alegre, que em seguida demitiu o chargista e outros dois com quem alternava o espaço: Kayser - que também teve um trabalho censurado - e Moa. No caso de Santiago, a justificativa foi dada por telefone. "Você não pode fazer um desenho sobre o lucro, porque nós não somos contra o lucro". O artista comenta: "O jornal é quase um órgão oficial da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul". Mais informações no blog dos quadrinhos.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

De Bach em Bach

Ouvindo: Sonata for viola and harpsichord no. 1, de Bach. Se Deus tem voz, deve ser parecida com os sons que esse cara criou. Nesse saite aí tem mais.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Mio & Mao



Do túnel do tempo, uma animação de massinha que vi muito na infância.

Sonho de infância

Meu pai para um garoto de seis anos:
- O que você quer ser quando crescer, filho?
- Aposentado.