quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Miguelices: trabalho infantil

A conversa com Miguel era sobre trabalho infantil. Eu explicava que, se um adulto obriga uma criança a trabalhar, pode até ser preso. Ele:
- E se um adulto estudar? A polícia também prende?

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Percepção extra-sensorial

Ontem sonhei com meu grande amigo Marcello Castro, de Natal, que não vejo há alguns anos. E fazia tempo que ele não me aparecia em sonhos também. No mesmo dia, ele encontrou outro grande amigo, João Augusto, na UFRN. Ficaram um tempo conversando e falaram de mim. Aí tentaram me ligar, mas tinham um número de celular antigo. João me mandou e-mail hoje contando isso. E liguei pro Marcello pra contar do sonho.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Somos todos fotógrafos agora

Elysee_All_Photographers_Now_2007-02-17

Minha foto Family na exposição Somos todos fotógrafos agora, do Museu do Elyssee, em Lausanne, Suíça. A exposição é um experimento sobre a revolução digital, aberto à participação pública.

My photo Family at Musee de l'Elysee's exhibit We are all photographers now!. Lausanne, Switzerland. The exhibit is an experiment on digital revolution, open to public participation.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Dica de sobrevivência na selva de plástico

Aprendi numa esquina dessas e passo adiante. Quando você tiver que digitar sua senha bancária, do cartão de débito ou coisa parecida num lugar público e desconfiar que alguém está de butuca, aperte cada número com um dedo diferente. O curioso vai ficar boiando. Lembre que esta dica é inútil se o elemento lhe apontar um treizoitão.

Fim do horário de verão

Foi bom enquanto durou. O que você fez com a "hora a mais" que ganhou neste sábado? Eu dei banho num menino, troquei a fralda de outro e bloguei.

Frase da vez: linguagem

"Language is a virus from outer space..."

William S. Burroughs
Pesquei deste saite que traz jogos e dicas pra enfrentar o bloqueio da escrita. Numa página em que Jack Kerouac faz considerações sobre a técnica da prosa espontânea, encontrei dois vídeos dele: o primeiro é uma leitura de On the Road e o segundo, cenas dele com Ginsberg em New York.

Prestes Maia: despejo suspenso por 60 dias

A Defensoria Pública de São Paulo obteve suspensão da desocupação do edifício Preste Maia por 60 dias. O juiz que havia ordenado a reintegração de posse reviu sua decisão depois que uma forte mobilização popular, envolvendo até mesmo a Anistia Internacional, levou a um acordo entre a Prefeitura de São Paulo e o Movimento dos Sem Teto do Centro. Maior ocupação vertical da América Latina, com 22 andares, o prédio abriga 468 famílias. O Preste Maia é avaliado pela Caixa Econômica Federal em R$ 7 milhões, mas seus proprietários têm uma dívida acumulada de IPTU com o município que pode chegar a R$ 5,8 milhões. Mais detalhes na matéria da Repórter Brasil.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Portal de blogs

Novidade na blogosfera: tá no ar o Interney Blogs, parceria de Edney Souza, dono do blog mais linkado do Brasil, com Alexandre Inagaki, do ótimo Pensar Enlouquece, Pense Nisso, agora em novo endereço. A proposta é criar uma forma profissional de remunerar os blogueiros brasileiros via publicidade. Inagaki conta mais detalhes nesta entrevista a Tiago Dória.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Nova ameaça de despejo de 468 famílias que vivem há dois anos no edifício abandonado Prestes Maia, em São Paulo. Um juiz quer colocar todos no olho da rua. Clique na foto de Tatiana Cardeal e veja como você pode se somar à campanha da Anistia Internacional pra que isso não aconteça.

Pequenos prazeres: sinuca em pé-sujo

Sou grande apreciador de xadrez, "o rei dos jogos". Entre muitos motivos, porque nele não entra o fator sorte. Nada de dadinho rolando: ganha sempre o melhor, ou o menos distraído. Mas o que eu queria comentar mesmo é sobre outro belo jogo, também isento do fator sorte - um maravilhoso invento que a humanidade bolou pra diminuir nossas angústias em relação à finitude da vida. A sinuca me fascinava quando criança e via a malandragem jogando na bodega o dia inteiro. Mas terminei indo fazer outras coisas e não pude me aperfeiçoar. Talvez tenha sido pro meu bem, você pode pensar. É, talvez. Escapei de viciar em jogatina e de virar pinguço, mas o antigo fascínio pela beleza das esferas coloridas singrando no veludo verde permanece até hoje.

Nesta terça-feira, pra não dizer que passei o carnaval inteiro em casa, saí à noite com Neto, Érico e Camila em busca de um boteco pra jogar sinuca. No final da avenida das Rendeiras, na Lagoa, encontramos um "pé-sujo", com direito a baratas circulando pelo chão, coca-cola vencida e uma penumbra que aliviava as paredes encardidas. Compramos algumas fichas no balcão e pedimos pro homem de feições nada apolíneas que baixasse algumas cervejas. Logo estávamos passando giz nos tacos e botando as bolinhas pra rolar. A mesa, apesar de suja, era boa e com iluminação decente. O banheiro tava surpreendentemente limpo, no vídeo rolava um tributo a Bob Marley e as cervejas estavam geladinhas. Mentalmente alterei o rótulo do boteco para a categoria "falso pé-sujo" - mas diante da exuberância das baratas, resistimos à tentação de pedir um tira-gosto.

Fizemos umas dez partidas em duplas. No começo marquei o placar com giz na parede, depois deixei pra lá, o importante é competir. Até fiz uma ou outra jogada à la Rui Chapéu. Numa delas, antológica, a bola correu num ângulo improvável pela quina do feltro sem sair da mesa e acertou o alvo lá no outro canto (lembrou-me uma partida de futebol de campo que joguei uma vez na escola: contra todas as expectativas, fiz dois gols com bola em movimento e dei vitória ao meu time; minha fama de perna-de-pau se dissolveu por completo, mas só até a próxima partida). Em vários lances atirei no que vi e acertei o que não vi - mas não chamaria isso de sorte, e sim de inteligência cinestésica intuitiva (outros preferem chamar de cagada :) ). E, claro, cometi erros de amador, mas no geral não fiz feio. Até senti certo progresso em minhas habilidades psicomotoras. Em resumo, uma noite divertida.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Reflexões estatísticas durante um engarrafamento

Floripa, quarta-feira de cinzas. DataVeras contabilizou, durante engarrafamento na rua Osni Ortiga, Lagoa da Conceição, que, de 30 carros vindos da direção oposta, 17 (56,7%) tinham placas de outras cidades. Conclusão empírica óbvia: muita gente que veio passar o carnaval resolveu esticar o feriadão.

Pros moradores da Ilha, depois da alegria das visitas de parentes e amigos, da inflação de alguns preços e da chatice dos congestionamentos de trânsito e outras filas, aproxima-se o delicioso mês de março. Ainda verão, mas já baixa temporada. Fica a dica se você quiser curtir o que a capital catarinense tem de melhor. Março é o bicho!

Folhas secas, viagens e esquinas (après Cortázar)

As antenas de nossa percepção têm um limite, único e peculiar a cada pessoa. O universo que alguém enxerga numa folha seca pode passar despercebido por outro. O eco afetivo de memória que, em mim, certas músicas provocam, abrindo "portais de espaço-tempo", a você talvez soe como um amontoado de sons que não fedem nem cheiram. Além do alcance dos nossos "tentáculos sensoriais" há o grande vazio. Um vazio repleto de vida e informação, mas por não tomarmos consciência dele, é como se não existisse. De vez em quando um movimento imprevisto no líquido amniótico em que a existência está mergulhada faz com que os tentáculos tateiem um pouco mais longe em direções inusitadas. É um jogo de toma-lá-dá-cá. Se dedico alguns anos a aprender francês, vão ser anos sem estudar alemão. Enquanto leio Cortázar - cujo capítulo 84 de Rayuela me inspirou a escrever isto sentado num banco de praça -, estou deixando de ler outros. A viagem à Europa ou ao Ceará é uma não-viagem a outros lugares.

Pode-se lidar com esta limitação de muitas maneiras, todas imperfeitas, nenhuma necessariamente melhor que a outra, talvez melhor pra mim e nem tanto pra você ou ao contrário. Viver satisfeito, pleno de si, da maneira mais criativa e genial possível dentro da bolha existencial, sem perder tempo com o inatingível. Viver em permanente ânsia e frustração pela viagem não feita, a frase não-escrita, o amor não-vivido - porque se estava fazendo outra viagem, escrevendo outras coisas, vivendo outro amor. Ou ainda o frágil e desequilibrado equilíbrio entre o contentamento com o que conseguimos perceber e o sonho com a sombra da possibilidade do que há nas outras dimensões, nas folhas secas que jamais veremos, nos idiomas falados pelas árvores e cães e gentes paradas em esquinas onde jamais vamos pisar. Mas se imaginarmos, quem poderá dizer que não existem?

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Pára-choque de caminhão

Algumas frases momescas que recebi.

"Homem é que nem caixa de isopor: é só encher de cerveja que você leva pra qualquer lugar".

"Se você está se sentindo sozinho, abandonado, achando que ninguém liga pra você... atrase um pagamento".

"Bebo porque sou egocêntrico... gosto quando o mundo gira em meu redor".

"Marido é que nem menstruação: quando chega, incomoda, quando atrasa, preocupa".

"As nuvens são como chefes... quando desaparecem, o dia fica lindo!!!"

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Classe média

A música Classe Média, de Max Gonzaga e Banda Marginal, é um retrato contundente de como pensa boa parcela dos brasileiros. Os que detestam coletivo, andam de carro pago a prestação, estão se lixando pra enchente de Itaquera, acreditam na imparcialidade da revista semanal e fazem passeata pedindo pena de morte. Nota dez! Confira aqui no youtube.

Segurança pública em debate



Recomendo a leitura da entrevista de Luiz Eduardo Soares, um dos maiores especialistas em segurança pública do país, no portal do PPS. Ele desqualifica o comportamento"demagógico e populista” do Congresso Nacional diante de tragédias como a morte bárbara do menino João Hélio, de seis anos. Defende uma reforma profunda na instituições para que as leis já existentes possam ser cumpridas, explica por que é contra a redução da maioridade penal e denuncia o genocídio de jovens brasileiros negros do sexo masculino. Abaixo, um trecho:



(...)
O problema da segurança pública é muito mais grave. Não pode ser tratado com enrijecimento de penas e outras medidas desse tipo, que já se comprovaram ineficazes, inteiramente distantes das reais necessidade. Nós precisamos de uma reforma profunda nas instituições da segurança pública, de mudanças constitucionais, de políticas preventivas articuladas num sistema único de segurança pública, que envolva compromissos de investimentos reais por parte do Estado em todas as esferas, desde o município até a União. Conceber um plano amplo e sistêmico exige um outro tipo de postura, muito diferente dessa que tem caracterizado a reatividade do Congresso Nacional. (...)


No Brasil, há cerca de 45 mil crimes letais por ano e aproximadamente 40 mil homicídios dolosos anualmente. São números extraordinariamente elevados, que correspondem a 27 vítimas por 100 mil habitantes. Nos Estados Unidos são oito; na Europa, menos de três; no Japão menos de um. Quando observamos os dados desses crimes mais de perto, compreendemos que há uma forte concentração nesse processo de vitimização. Apesar de os problemas dizerem respeito à sociedade brasileira em seu conjunto, há uma concentração numa determinada faixa social quando se trata do processo de vitimização letal. Quem está morrendo são sobretudo jovens entre 15 e 24 anos, pobres, moradores das periferias, das favelas, das comunidades e, em geral, negros e do sexo masculino. Isso é tão grave e tem atingido patamares tão elevados que já há um reflexo desse processo na estrutura demográfica brasileira. Há um déficit de jovens do sexo masculino nessa faixa etária, de 15 a 24 anos, que já caracteriza esse processo como genocídio. Quando um demógrafo observa essa configuração populacional sem saber a que sociedade se reportam esses dados, tende a deduzir que se trata de guerra porque só uma sociedade em guerra tende a produz esse tipo de conseqüência no perfil demográfico. Estamos diante de um quadro muito peculiar, extremamente grave; de um processo de genocídio dos nossos jovens; num processo autofágico, fratricida, do qual tem sido co-responsável, cúmplice, o próprio Estado, na medida em que, por omissão ou por ações ilegais, tem contribuído para esses resultados. (...)

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Pensamento aleatório do dia: livros e livros

Os livros que li são mais importantes que os que possuo na estante, porque as traças podem comer o papel destes, mas nunca vão se alimentar das letras lidas. Aliás este é o critério que tou usando pra catalogar livros no Librarything. Não os que tenho, mas os que me têm.

Estatística da vez: mães adolescentes

Uma em cada cinco mulheres latino-americanas se tornam mães antes de completar 18 anos. O estudo publicado na revista Desafios, da Cepal/Unicef, mostra que no mundo inteiro está caindo a taxa de natalidade entre adolescentes, mas na América Latina continua estável.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Família (2)


Família (2), originally uploaded by dveras.

Três gerações do clã Tuyama num recanto da Lagoa da Conceição, em Floripa. Da esquerda pra direita: Miguel, Laura, Augusto, João Luiz e Amanda.

Miguelices: toda hora é hora

- Pai, vamo brincar de Power Rangers? Eu sou o Power amarelo.
- Tou preparando o jantar agora, filho.
- Então você é o Power cozinheiro.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Um folheto de missa e um catálogo de museu

Tenho em minhas mãos um folheto da missa dominical de 4 de fevereiro da catedral St. Patrick, de NY, que minha cunhada pegou quando passou por lá. O primeiro parágrafo dá boas vindas aos fiéis. O segundo e o terceiro pedem grana - doações pra manutenção da catedral e pra serviços educacionais, de caridade e assistenciais. Sugerem o valor de uma hora de salário pra manutenção. O quarto parágrafo informa dois números de telefone e um saite a quem precisar fazer denúncias sobre abuso sexual de menores. O quinto e último parágrafo convida para um seminário sobre "A importância de ter um testamento".

O catálogo do Museu do Brooklyn, com 12 páginas, nos conta o que rola em janeiro e fevereiro. Destaques pra exposição Mágica no Antigo Egito; pra uma mostra com 200 trabalhos da fotógrafa Annie Leibovitz entre 1990 e 2005 - ela é famosa por retratos de figuras públicas como Mandela e Demi Moore grávida e reportagens como o cerco de Sarajevo no início dos anos 90 -; e uma exposição com 11 esculturas do australiano Ron Mueck, que se dedica a fazer corpos humanos em tamanho gigante e impressionante perfeição de detalhes. Se você tivesse que escolher, iria à catedral ou ao museu?

Descobertas cotidianas

Chamamos um jardineiro pra dar um trato no nosso quintal, que tá cheio de mato. Mal ele começou o serviço, encontrou quatro pés de maracujá e um de goiaba! Nada como deixar a natureza agir...

Na trave

Hoje de manhã arrombaram o escritório que fica no mesmo andar onde trabalho. Os larápios não gostam de pegar peso: desmontaram o micro pra tirar o HD e o gravador de CD. Levaram também um fax e um bina.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Miguelices: os mistérios da onipresença

Laura e Miguel conversando. Ele pergunta onde está Deus. Ela explica que Deus está em todos os lugares e em todas as coisas: no céu, na terra, nas árvores, nos animais, na gente... Ele continua:
- ...no sangue, nos ossos, no estômago... Ah, então vai virar cocô!

Lagoa da Conceição

Saquinho da Lagoa, uma praia deliciosa de água transparente. O acesso é só a pé ou de barco.

Pela blogosfera

Aos leitores do Diarinho que chegaram a este blog por meio da coluna De Olho na Capital, do Cesar Valente, minhas boas vindas! Aos meus leitores, recomendo conferirem a afiada verve do jornalista.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Calvin vem aí

Trecho do livro O mundo é mágico - as aventuras de Calvin e Haroldo, de Bill Watterson. Editora Conrad, R$ 40,90, inédito no Brasil. Meu exemplar deve tar chegando hoje pelo correio.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Frank em dose dupla




Sincronicidade Brasil-Austrália

Meio acordado, meio dormindo, pensei nos meus amigos Camelos, que moram na Austrália: enquanto estamos nos preparando pruma noite de sono, eles estão despertando no dia seguinte. Cochilei dez minutos, sentei no micro e abri o gmail. Quem me dá um alô pelo Gtalk? Liz! Lá do outro lado. Pra dar uma notícia fantástica: o camelinho chega em setembro!

Cem anos de frevo!

O frevo nasceu nas ruas do Recife, como resistência do povão ao carnaval dos ricaços e seus clubes de alegoria. É um dos ritmos musicais mais bonitos, alegres e eletrizantes que conheço. Fusão anárquica de marcha e maxixe com maravilhosos passos de dança de toques acrobáticos, herdados da capoeira. Vassourinhas, um som que mexe comigo de forma imblogável, é considerado o hino do carnaval de Recife e Olinda. Os frevos-canções também são lindos. Quem já passou o carnaval por aquelas bandas certamente já ouviu este aqui, de 1956, composto por Nelson Ferreira. O fim da música tem um belíssimo arranjo de instrumentos de sopro, que sacode a galera. Transição perfeita da melancolia dos versos pra alegria suada do momento presente.

"Felinto, Pedro Salgado,
Guilherme, Fenelon,
Cadê teus blocos famosos?
Bloco das Flores, Andaluzas,
Pirilampos, Apois-Fum,
Dos carnavais saudosos?

Na alta madrugada
O coro entoava
Do bloco a marcha-regresso
Que era o sucesso
Dos tempos ideais
Do velho Raul Morais:
'Adeus, adeus, ó minha gente,
que já cantamos bastante..'
E Recife adormecia
Ficava a sonhar
Ao som da triste melodia..."
~

Em tempo: o frevo agora é "patrimônio imaterial nacional". Bacana! Oficializou-se o que já é faz tempo.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Enxada news

Hoje no fim do dia plantei uma pitangueira no quintal.

Pra viajantes

Um saite bacana de viagem, com dicas de destinos, hospedagem e troca de informações numa comunidade de viajantes: World66, The Travel Guide you Write. Uma das ferramentas disponíveis é um mapa personalizável pra você indicar os lugares em que já esteve. Fiz o meu, copiei o código e publiquei no Google Docs: Por onde andei.

Onde está Calvin?

Dica preciosa da Dadivosa!: uma base de dados "buscável" das tirinhas de Calvin e Haroldo. In English.

Frase de viagem da vez

"Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao andar."
(Antonio Machado)

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Família

Augusto, Miguel, Laura e Amanda. Três gerações de Tuyama tomando banho na Lagoa da Conceição, em Floripa. Clique na foto pra ver ampliada.

Sabonetes, comunicação e monopólio

"Na região Sul do Brasil, que abrange três estados, um único grupo, o RBS, possui mais de 40 empresas de comunicação, fatura 1 bilhão de reais por ano e tem o domínio de virtualmente 80% da audiência de rádio e de TV e da circulação dos jornais.... enquanto uma fábrica de sabonetes, pelas leis antimonopolistas, não pode ter mais de 40% do mercado, as empresas de comunicação de massa, cruciais na formação da democracia no Brasil, violam tranquilamente a lei e chegam a altas concentrações de mercado".
Bernardo Kucinski, em seus "ensaios sobre o colapso da razão ética", apontando os 10 paradoxos do jornalismo. O sexto paradoxo trata da concentração monopolista dos meios de comunicação no Brasil. [tks Casara]. Ele escreveu isso antes da compra do jornal A Notícia.
~
Salsichas, jornais e tevê: se você souber como são feitos...

Barquinho na Lagoa (2)


Barquinho na Lagoa (2), originally uploaded by dveras.

Filosofia e felicidade

(...)
ÉPOCA - O senhor associa a felicidade à sabedoria. Os ingênuos e os ignorantes seriam então condenados a ser infelizes? Há quem diga que saber demais pode nos levar à angústia ou a um sentimento de impotência.

Comte-Sponville - Existem imbecis felizes e gênios infelizes. Mas a sabedoria é algo distinto da genialidade. Tampouco tem a ver com desatino ou tolice. A sabedoria é, sim, um certo tipo de felicidade. Mas nada tem a ver com a felicidade ilusória, conseguida por drogas ou pela ignorância. A sabedoria é a felicidade dentro da verdade. É o máximo de felicidade associado ao máximo de lucidez. Essa é a meta da filosofia. Nesse caminho, há muitas ilusões a perder e algumas verdades desagradáveis a confrontar. É por isso que a filosofia passa inevitavelmente pela angústia, pela dúvida, pela desilusão. Continua sendo apenas um caminho. Porque o destino
é uma felicidade autêntica. É isso que chamamos de sabedoria.
(...)
ÉPOCA - Devemos deixar de lado o desejo para viver melhor o presente?
Comte-Sponville - Não, de jeito nenhum! Recusar o desejo é morrer. Deve-se, isso sim, desejar o presente com todas as forças. Quando você faz amor, o que deseja: o orgasmo que está por vir, ou o ato de fazer amor, aqui e agora? Se é orgasmo o que você deseja, a masturbação é o meio mais rápido. Mas, quando se faz amor, o bom é fazer, aqui e agora, e não desejar nada além do tempo presente que nos absorve por completo.
(...)
ÉPOCA - O senhor tem algo a dizer a quem quer desesperadamente ser feliz em 2007?
Comte-Sponville - Preocupe-se menos com a própria felicidade e um pouco mais com a dos outros. Espere um pouco menos. Ame e aja um pouco mais.


Revista Época, 1/1/2007. A íntegra está aqui

De movimento

Como já dizia meu avô sertanejo - que morreu em 1963, aos cem, três anos antes de eu nascer:

Tem que se mexer, senão o sangue coalha.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Barquinho na Lagoa


Barquinho na Lagoa, originally uploaded by dveras.

Tarde de sábado na Lagoa da Conceição.

Chegadas: Faith

Aos amigos do Philo Roxburg. Semana passada nasceu em NY a primeira sobrinha dele, Faith Scapino, filha de Arlette e do marido italiano. Lindona e com saúde, viva! Mamãe Arlette vai descansar a voz e tirar folga dos palcos por um tempo.

Autocensura, fronteiras e lembranças aleatórias

Aline comenta em seus Pensamentos Públicos sobre o dilema da autocensura. Respondi dizendo que a autenticidade é uma das suas grandes e muitas virtudes. Todos temos um instinto de autopreservação que funciona no piloto automático. É ótimo quando a gente consegue relaxar e deixar que esse instinto dê o tom das coisas que a gente expressa. Sempre que a gente se bloqueia e limita nossas manifestações ao "socialmente aceitável", é grande o risco de deixar algumas preciosidades trancadas no baú. Aí lembrei de Henry Miller, cujos livros autobiográficos possivelmente são os mais sinceros da literatura mundial.

Uma coisa puxa outra: lembrei também de uma cena do livro Viajante Solitário, de Jack Kerouac, que acabo de ler. Kerouac estava mochilando pela Europa e tinha acabado de entrar na Inglaterra, vindo da França de barco. Os policiais da alfândega o detiveram e começaram o interrogatório: "O que veio fazer no Reino Unido só com 15 xelins no bolso?" Ele respondeu que era escritor, ia pegar um cheque de direitos autorais e a história podia ser comprovada com o editor dele em Londres. Mas era sábado, ninguém atendeu o fone. Aí ele teve uma lembrança, revirou a mochila e pegou um recorte de revista: era um artigo assinado por ele sobre Henry Miller. O oficial disse: "Miller? Há alguns anos também foi detido por nós, escreveu um monte de coisas". (Ih, fudeu!, K. deve ter pensado). Mas ficaram satisfeitos com a identificação e o liberaram.

Isso me lembrou um caso engraçado acontecido comigo no Rio Grande do Norte - Ayres, já te contei essa? Eu tava indo acampar em Barra do Punaú, umas três horas ao norte de Natal. Punaú é um riozinho que desagua entre dunas no meio de um coqueiral à beira-mar - descrição pobre pra um lugar paradisíaco. Ayres me recomendou falar com um pescador local amigo dele, Zé Leiteiro. Quando lá cheguei com uma galera, fui recebido por um homem com cara braba, dono do terreno que margeava o riacho. Fui logo perguntando por Zé Leiteiro e aguardando o momento propício pra pedir permissão de armar a barraca. Ele respondeu na lata: "Você é amigo de Zé Leiteiro? Já tá perdendo ponto comigo!". (Ih, fudeu!, pensei) Mas acabou deixando a gente acampar. Eu soube depois que Zé Leiteiro era posseiro antigo de um terreninho encravado bem no meio do latifúndio do sujeito. Esse pescador nos recebeu com grande hospitalidade. A sombra dos coqueiros depois virou um hotel feioso, mas aí já é outra história.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007




Laerte, genial.

Anotação de leitura: introspecção

Nenhum homem deveria passar pela vida sem experimentar pelo menos uma vez a saudável e até aborrecida solidão em um lugar selvagem, dependendo exclusivamente de si mesmo e, com isso, aprendendo a descobrir sua verdadeira força oculta. - Aprendendo, por exemplo, a comer quando tem fome e a dormir quando tem sono.
Jack Kerouac, em Viajante Solitário, sobre um período que passou sozinho no topo de uma montanha como vigilante de incêndios.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Miguelices: uma visita objetiva ao McDonald's

Férias + primos = inevitável ida ao McDonald's depois do cinema. Fomos na loja da avenida Beira-Mar Norte, que tem um grande brinquedo com escadas, túneis e escorregadores. Miguel entrou lá e se esqueceu do mundo. Quando o João foi chamá-lo pra lanchar ele se saiu com essa:
- Eu vim aqui pra brincar, não pra comer!

Spam

Parece que a popularidade deste blog está aumentando. Só esta semana deletei cinco comentários spam.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Quem procura, acha

Historinha extraordinária no blog da InfoExame:
seqüestrada é achada no Orkut 72 anos depois

Seis curiosidades aleatórias sobre o piano

Ontem, dia singular como bem lembra o Rubinho, conheci um homem de profissão singular: afinador de piano. Algumas coisas que aprendi sobre esse instrumento fantástico no qual não toco absolutamente nada:

  1. Piano é a abreviatura de pianoforte.
  2. Atribui-se sua invenção a Bartolomeo Cristofori, de Florença. Sabe-se que inventou um cravo que toca suavemente (piano) e fortemente por volta de 1698.
  3. Um piano precisa ser afinado uma vez por ano. Quando o uso é diário, deve ser afinado a cada seis meses ou menos.
  4. Alguns compositores contemporâneos, como John Cage, Toni Frade e Hermeto Pascoal, inovaram no som do piano ao colocarem objetos no interior da caixa de ressonância ou modificarem o mecanismo. A um piano assim alterado chama-se piano preparado.
  5. Não é possível num instrumento com teclado obter quintas, terças e oitavas todas "justas". Exceto as oitavas, nenhum outro intervalo soa "puro" acusticamente, embora a impureza seja suficientemente fraca para ser tolerável pelo ouvido. [e não me pergunte o que são quintas, terças e oitavas]
  6. Há cerca de 30 afinadores de piano em atividade no Brasil.

* 1, 2, 4 e 5: Wikipedia; 3: afinador; 6: Músicos e Companhia

Foto: Richard Rosalion (sobriquet) / Flickr
Creative Commons - Some rights reserved

Meu 31 de janeiro de 2007

Amigos queridos que me deram os parabéns pessoalmente, por fone, e-mail, blog, MSN e mensagens no Orkut, um grande abraço a cada um de vocês! O aniversário foi tão legal quanto podia ter sido numa quarta-feira. Diferente da festa dos 40 no ano passado, quando reuni uma galera num quiosque de praia, desta vez deixei fluir sem planos. Laura me acordou com carinho e presentinhos - entre eles um perfume chamado "Humor". Trabalhei de manhã, almocei em casa com ela, peguei Miguel e os sobrinhos Amanda, Pedro e João na casa dos avós e trouxe pra nossa casa, devolvi DVDs na locadora, visitei o Caco - conheci o cara que afina seu piano, falamos do documentário de Herzog sobre ursos etc. etc., imprimi um boleto na impressora dele -, dirigi devagar pra Lagoa (no som, "Here comes the sun" de George Harrison em ritmo de reggae por Peter Tosh), passei num caixa eletrônico, paguei o boleto numa lotérica - a caixa que me atendeu era Lidiane, uma ex-colega de trabalho, e botamos o papo em dia. Fiz reunião de trabalho com Frank num café na Lagoa, tomamos várias Heinekens e falamos um pouco de tudo - não necessariamente nesta ordem. Fim de tarde fomos ao Canto dos Araçás encontrar a Ana Paula e a Giki. Tomamos mais umas geladas no boteco que fica diante do atracadouro - quando a Giki saiu comentamos sobre como é bonita e parece uma fada da floresta. Na boca da noite voltei pra casa, fiz jantar pros meninos, botei o Bruno pra dormir no meu colo, tomei banho com Miguel - que me falou sobre a existência de outros mundos onde vivem super-heróis -, conversei com a Laura, que tava um pouco indisposta do estômago e dormiu mais cedo. Chequei os e-mails e apaguei à meia-noite, lembrando que preciso molhar as plantas hoje.
~
p.s.: Parabéns à rainha Beatriz da Holanda, que faz anos no mesmo dia que eu. E ao Gian Martini.