..., um dos meus escritores preferidos, ganhou hoje o Prêmio Príncipe das Astúrias, pela "renovação literária ao juntar o melhor das tradições americana e européia, inovar o relato cinematográfico e incorporar à literatura algumas de suas contribuições".
quarta-feira, 31 de maio de 2006
Governo não transformou a comunicação
“O governo Lula não mostrou a existência de um projeto estratégico para a área de comunicação social, apesar das inúmeras propostas que emergiram neste sentido, inclusive do FNDC, que apresentou um projeto para desenvolvimento da comunicação social no Brasil, e, embora tivesse sido aprovado pelo PT, essa proposição, nas definições programáticas, sequer foi divulgada publicamente e muito menos implementada. Não tivemos a transformação que poderíamos ter feito, tanto no sentido do desenvolvimento mais saudável, do ponto de vista econômico e democrático do sistema privado e também dos sistemas público e estatal, como estabelece a Constituição. Portanto, não tivemos transformações significativas no setor de comunicação social. Em relação ao debate da digitalização, a criação do Sistema Brasileiro de TV Digital não foi cumprida, porque o próprio decreto que estabelecia a participação da sociedade não foi cumprido. É um processo que ainda está inconcluso, que pode ser ainda revertido, mas a verdade é que prosseguiu (do governo FHC para o governo Lula) uma insensibilidade do governo em relação à importância da comunicação social e das possibilidades do governo federal de estabelecer ações que pudessem ampliar o grau de democratização dos sistemas no Brasil.”
Partidas
O jornalismo e o Brasil perderam ontem uma grande figura. Daniel Herz morreu de câncer em Porto Alegre. Autor de A História Secreta da Rede Globo, leitura indispensável nos cursos de jornalismo, ele foi fundador do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. Foi chefe do Departamento de Comunicação da UFSC, onde o conheci e aprendi a admirar.
César Valente, em sua coluna de quarta-feira no Diarinho, fez uma bela homenagem ao Daniel.
~
Também me tocou outra partida pro outro lado, embora eu não conhecesse a pessoa. Kat, a menina que foi adotada pela família Schürmann na Nova Zelândia e navegou com eles pelo planeta, morreu anteontem em São Paulo, de pneumonia.
Luz cortada no Prestes Maia
Recebi do Marques Casara e passo adiante.
A Eletropaulo cortou a luz do edifício Prestes Maia. Pra quem não sabe, é um marco internacional da mobilização do movimento sem-teto de São Paulo. Vivem lá 400 famílias em 22 andares. O dono do imóvel deve milhões de IPTU e nunca usou o prédio. A fotógrafa Tatiana Cardeal está mobilizando militantes em diversos países para escreverem para a matriz da empresa, nos Estados Unidos, ou para a Eletropaulo, explicando os riscos de cortar a luz em um local como este. Solicita da empresa uma postura condizente com seu discurso de responsabilidade social. Caso você tenha interesse em participar, leia a mensagem abaixo.
De: Tati Cardeal
Enviada em: terça-feira, 30 de maio de 2006 17:40
Assunto: Prestes Maia, sem luz e em risco.
Caros,peço que visitem o link abaixo, onde escrevi um breve texto explicando a atual situação do Prestes Maia e peço ajuda para a busca de um entendimento razoável, digno e respeitável para todos.
http://www.flickr.com/photos/tatianacardeal/156488678/
Abraços,Tatiana
terça-feira, 30 de maio de 2006
Miudezas sinestésicas (ou "meu cinema pessoal")
Assim como Horácio, protagonista da Rayuela de Cortázar, gosto de divagar sobre detalhes inúteis da existência, no melhor sentido possível de inutilidade. Os fragmentos de imagens formam uma espécie de filme caleidoscópico e aditivado pela lembrança de todos os sentidos, que às vezes repriso pra mim mesmo.
A manga rosa chupada no tanque de lavar roupa.
A bolha inesperada de tempo lento no meio da multidão.
O barquinho de papel que dobrou a esquina.
A gota de leite no bigode do homem sério na padaria.
O gato dormindo enrodilhado numa casa no meio da selva.
A mão dele sobre a perna dela debaixo da mesa.
O copo quicando no chão enquanto o raio queima a árvore.
A folha seca há anos no livro e de repente sendo lida.
O menino se vendo invisível enquanto esconde seu tesouro.
As nuvens vistas da praça duma cidade desconhecida.
O rapaz andando de olhos fechados e falando sozinho.
A cadeira de balanço na calçada no fim de tarde.
~
Sinestesia
Etimologia: gr. sunaísthésis,eós 'sensação ou percepção simultânea', prov. por infl. do fr. synesthésie (1865) psic 'num mesmo indivíduo, fenômeno de associação constante de impressões vindas de domínios sensoriais diferentes' (Houaiss).
segunda-feira, 29 de maio de 2006
Sem medo de cara feia
Fanto e Branquito se encaram na porta da cozinha, bem na fronteira entre seus territórios. O v-se-pod, aparelho tradutor de gatês e cachorrês, estava ligado e captou a conversa:
- Te pego aqui fora!
- Sai pra lá, cabeção!
- Pulguento!
- Bacurim!
- Capacete de carvão!
- Boca mole!
- Projeto de tamborim!
- Vampiro brasileiro!
- Vou te botar pra correr, coelho.
- Quero só ver, marrento.
Dois minutos depois, cada um tava sossegado no seu canto, um sonhando com ossos recheados de tutano, o outro com passarinhos crocantes.
Cinema catarinense
Tá em cartaz nos cinemas de Floripa, São Paulo, Rio e Porto Alegre o filme Outra Memória, de Chico Faganello. Fala de teatro, índios, nazismo e imigração européia. Vi uma parte das filmagens no teatro Carlos Gomes, em Blumenau. Falta conferir na telona.
A ver
An inconvenient truth. Vídeo de Al Gore sobre aquecimento global, a catástrofe anunciada. Clique pra ver o trailer de dois minutos e meio.
sexta-feira, 26 de maio de 2006
quinta-feira, 25 de maio de 2006
Um livro
Quem me emprestou foi a Sandra. A lista de Ailce, escrito pelo Betinho, é feito de pequenas e deliciosas crônicas sobre pessoas conhecidas dele que já morreram. Familiares, amigos, vizinhos... Um livro cheio de humor, saudade e carinho. Até me inspirou a escrever sobre minhas pessoas queridas que já passaram pro outro lado. Às vezes sonho com algumas e acordo agradecido pelo presente.
quarta-feira, 24 de maio de 2006
Muito além da notícia
Dica de HQ
--
Quadrinho italiano de primeira
“Aventuras de uma criminóloga” é um raro caso de obra-prima a baixo preço nas bancas de jornal
Gilberto Maringoni – Carta Maior
São Paulo - Há uma pequena obra-prima passando quase desapercebida nas bancas de jornal. O título e a apresentação não ajudam. Trata-se de “Aventuras de uma criminóloga” e a capa remete a livrinhos de bolso de má qualidade. O leitor não deve desanimar e realizar um dos melhores investimentos possíveis de se fazer com R$ 7,90.
É quadrinho italiano da melhor qualidade, com Giancarlo Berardi no roteiro. Para quem não sabe, ele é o gênio criador de Ken Parker, saga monumental de western publicado entre os anos 1980 e 1990. Mais que um roteirista, este genovês é um literato de mão cheia, mestre na criação de personagens e narrativas imprevisíveis a partir de fatos banais. (...)
~
p.s.: Comprei, li e gostei. Mas não se compara a Ken Parker.
Pelas costas
No dia 17 o escritor Ferréz, que vive no Capão Redondo, uma das periferias mais violentas da capital paulista, denunciou em seu blog que a polícia está fazendo uma matança de inocentes:(...) Só de colegas, foram mortos 4, isso pra não contar os que estão no hospital. nenhum deles tinha passagem, por isso apelo para que divulguem a real de que o acordo não foi feito com o povo, o povo tá morrendo, sendo baleado pelas costas, ao entregar pizza, ao voltar para casa. (...)
Ele foi ameaçado de morte e no último fim de semana teve que deixar o estado com a família, como conta reportagem da agência Carta Maior. Leia também o desabafo dele, Mudo, surdo e louco.
terça-feira, 23 de maio de 2006
Bloganiversário
Coluna Extra faz dois anos hoje, sempre compartilhando o que aprende e trazendo informação de valor. Parabéns, Alexandre!
Crash
"You think you know who you are. You have no idea."
Este é o mote central de Crash - No limite (Paul Haggis, 2004). Mais que uma história sobre racismo, é uma reflexão sobre a intolerância nas suas formas sutis. A narrativa se passa durante dois dias em Los Angeles, onde as vidas de vários personagens se entrelaçam - lembra a estrutura de Short Cuts (Robert Altman, 1993), adaptação do livro de mesmo nome do genial Raymond Carver. O roteiro de Crash usa com habilidade alguns clichês do cinemão pra criar belas reversões de expectativa - um recurso antiquíssimo, mas infalível se bem empregado. É um filme que fala da aldeia americana, daí talvez seu alcance universal, embora, pro espectador de terras mais miscigenadas, várias situações possam parecer um tanto estranhas. Sua força vital está em nos fazer pensar sobre quem somos por trás das nossas máscaras. E sobre o que pode acontecer quando, por imprevistos da vida, elas caem e deixam ver a luz. 97/100.
Cinema em casa
Definição de DVD 24 horas para quem tem filhos pequenos, segundo a Laura: é aquele que você leva 24 horas pra assistir.
segunda-feira, 22 de maio de 2006
Da vez: a lei
"A lei não é feita para impedir este ou aquele tipo de comportamento, mas para diferenciar os modos de burlar a própria lei".
Michel Foucault, citado em artigo de Fábio Brüggemann (Por que existem as prisões?). Fábio prossegue:
"Tanto é assim que existe uma coisa, que só à elite funciona, chamada 'interpretação da lei'. Ou, como só mesmo no Brasil poderia acontecer, existem leis que 'pegam' e leis que 'não pegam'. Portanto, baseado em que direito a sociedade tem o direito (desculpem o proposital trocadilho) de prender alguém, sendo que ela mesma é contraventora?"
sexta-feira, 19 de maio de 2006
Rayuela
Esta semana comecei a ler O jogo da amarelinha (Rayuela), romance mais conhecido de Julio Cortázar (gracias, Joca!). Publicado em 1963, ele propõe duas formas distintas de leitura: a linear e a participativa, na qual é sugerida uma ordem diferente no encadeamento dos capítulos. É um dos ensaios visionários de hipertexto, três décadas antes de esse recurso narrativo se tornar trivial nos links da web.
~
Rayuela é também o nome do bar/centro cultural do Guilherme, amigo de Brasília. É considerado o melhor bar da cidade pra se ir a dois...
Vi e gostei
Cá estou de novo com meus comentários sobre os filmes que você provavelmente já viu no ano passado. Se ainda não viu estes, recomendo.
Melinda e Melinda, de Woody Allen. Quem não gosta dos filmes dele vai continuar não gostando. Se aprecia, como é meu caso, essa é uma boa amostra de que o diretor está em ótima forma. A vida é comédia ou tragédia? Duas histórias, com uma mesma protagonista numa mesma situação inicial, são apresentadas de maneira simultânea sob esses pontos de vista. 92/100.
Mondovino. Ótimo documentário sobre a produção de vinho no mundo. De Bordeaux à Califórnia, do Pays D´Oc à Sardenha, da Toscana a Pernambuco e ao norte da Argentina, o diretor nos leva a um passeio muito interessante que envolve os aspectos culturais, comerciais, políticos e filosóficos dessa bebida milenar. Achei curioso que os cachorros dos entrevistados são uma presença constante nas imagens. Podia ser um pouco mais curto - tem mais de duas horas. 90/100.
O senhor das armas. História da vida de um traficante de armas, interpretado por Nicolas Cage (provavelmente esse filme vai ser dublado pelo mano Leo) . Taí um filme que os professores deviam levar pros adolescentes nas salas de aula, em especial nos lugares mais expostos à violência. A primeira cena é de um didatismo cru: acompanhamos uma bala de fuzil desde o momento em que é fabricada até o instante em que atinge a cabeça de um menino-soldado na África. A história pode ser fruída pelo viés da aventura e também como uma denúncia contundente dos meandros políticos do tráfico de morte, desenvolvido de forma hipócrita por todos os cinco membros do conselho de segurança da ONU (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China). 95/100.
quinta-feira, 18 de maio de 2006
Os lugares da memória
Um texto de Raul e um poema de Drummond no +D1 me levaram a fazer uma pequena viagem ao passado. Por Recife, Natal, praias potiguares e Floripa.
Chegou a tainha
Hoje de manhã, no banco, eu soube da notícia ouvindo a conversa de um vigilante com outro:
- Pegaram quarenta mil toneladas de tainha nos Ingleses!
Não foi isso tudo, claro, foram quarenta toneladas, o que já é peixe pra encher vários caminhões caçamba. Chegaram os bons tempos de "três quilos por dez real".
quarta-feira, 17 de maio de 2006
Miguelices: palavras
Miguel começou espontaneamente a descobrir as letras e a ligar sozinho o computador pra desenhar. Outra coisa que ele curte bastante são os jogos de palavras - e nisso preciso agradecer ao Chico Buarque, que num livro infantil (Chapeuzinho Amarelo) apresentou a ele a brincadeira do lobo que vira bolo:
LOBO > LOBO >LO BO LO > BOLO > BOLO.
Fizemos algumas variações em cima disso: CAJU > JUCA; MALA > LAMA; COME > MICO ... O pequeno se diverte com a ambigüidade dos sons. Dia desses ele me perguntou:
- Quem vai me pegar na escola hoje?
- Eu vou.
- Ah, o vô. - e caiu na risada.
C4573L05 D3 4R314
Recebi da Zezé e passo adiante. Se você conseguir ler as primeiras palavras o cérebro decifrará automaticamente as outras...
3M UM D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45. QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4...
4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RC0 3 CU1D4D0, 45 CR14NC45 C41R14M N0 CH0R0, C0RR3R4M P3L4 PR414, FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3C4R4M 4 C0N57RU1R 0U7R0 C4573L0.
C0MPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1C40; G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1ND0 4LGUM4 C0154 3 M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R.
M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R!! S0 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 C4R1NH0. 0 R3570 3 F3170 D3 4R314.
terça-feira, 16 de maio de 2006
Anotações esparsas sobre nomes
Mais de dez primos meus têm nomes que começam com A. Nenhum com Z, que eu saiba. Mas tudo é possível.
~
Nunca consegui diferenciar meus primos gêmeos Cosme e Damião. Como a maioria das pessoas, aliás. Eles atendem pelos dois nomes.
~
Em Granada, Espanha, há um hotel com meu nome. Também achei uma marca de azeite de oliva. Será que me dão desconto?
~
Não tenho nenhum desses sobrenomes, mas se você tiver, é possível que sejamos parentes: Severiano; Pascoal; Lopes.
~
Poucos sabem, mas também me chamo Pedrosa da Silva. Tou reservando esses nomes pra escrever contos cabeludos.
~
Já tirei 2º lugar num concurso de poesia com o pseudônimo Ascaris lumbricoidis. O poema se chamava Papel carbono e felizmente se extraviou.
~
Apelidos nunca grudaram em mim. Na escola ensaiaram me chamar de Álcoolman, mas logo fui pro jornalismo, onde tal alcunha não fazia muito sentido.
~
Na escola tive um colega apelidado Mangaba e outro Batatinha. Na vizinhança, Cebolinha. No jornalismo, Tomate e Feijão. Também conheci vários bananas.
segunda-feira, 15 de maio de 2006
Caos em São Paulo
Abriram a tampa do caldeirão do inferno em São Paulo. É a guerra civil expondo à sociedade brasileira a fragilidade em que se sustenta esse sistema aí. Tanto tempo de exclusão social, concentração de renda, descaso com a educação e a saúde, abandono da segurança pública cidadã, superlotação de cadeias, impunidade, corrupção na polícia, política e judiciário... Uma hora a porra toda tinha que explodir.
sexta-feira, 12 de maio de 2006
quinta-feira, 11 de maio de 2006
Meninos
Vou fechar o dia falando de vida. Duas coisinhas que adoro no meu neném novo:
- O cheiro da cabecinha dele. Deviam engarrafar.
- Quando ele se acalma ao se aconchegar no meu colo. É o céu.
- Quando chego em casa e ele vai até a porta me esperar.
- Quando a gente sai juntos de mãos dadas pra passear com os cachorros.
O jornalismo nosso de cada trimestre
Mais uma cria no mundo do jornalismo, editada junto com Emerson Gasperin e grande elenco: Primeiro Plano, uma revista trimestral de circulação dirigida que vai abordar responsabilidade social das empresas e desenvolvimento sustentável. O lançamento do número 1 foi ontem aqui em Floripa.
Blogueiro egípcio é preso por criticar o regime
Li no Coluna Extra, que leu na Deutsche Welle:
A prisão do blogueiro egípcio Alaa Abd El-Fattah, um dos mais conhecidos críticos do regime no país, vem causando fortes reações na comunidade blogueira internacional. Alaa foi detido no último domingo (07/05) junto a outros dez ativistas durante uma manifestação pacífica no Cairo.
Em 2005, o blog Manal and Alaa's Bit Bucket, editado por Alaa e sua mulher, foi o vencedor do Prêmio Especial Repórteres Sem Fronteiras, concedido pelo concurso internacional de weblogs da Deutsche Welle, o The BOBs, em parceria com a organização não-governamental de mesmo nome, como forma de incentivo a blogs empenhados na luta pela liberdade de opinião e imprensa.
A é A, O é O
Depois de três meses de peregrinações ao Detran de Floripa (oito idas) e diversos telefonemas ao Detran de Natal, finalmente hoje consegui renovar minha carteira de motorista. Descobri que o principal motivo da demora foi um erro de digitação de algum fi duma égua lá em Natal, que trocou uma letra no sobrenome da minha mãe - em vez de Pedrosa escreveu Pedroso. Aí o sistema - a culpa é sempre do sistema - não localizava meu prontuário. Tudo ok agora. Fica pronto entre três e cinco dias. Justiça seja feita: o Detran daqui é bastante eficiente. Só na hora da integração nacional é que a coisa pega.
terça-feira, 9 de maio de 2006
segunda-feira, 8 de maio de 2006
As imagens do dia
Nando nos mostra no Aloha um pouso em Floripa, visto da cabine do piloto. Sensacional.
Hipertexto
Dica boa do blog Intermezzo: artigos apresentados no I Encontro Nacional sobre Hipertexto, realizado na Universidade Federal de Pernambuco em outubro de 2005.
Cinco semanas
Bruno começa a descobrir que suas mãos e pés são parte do corpo. Também faz novas e eletrizantes descobertas quanto ao potencial da sua voz. Entre uma choradinha e outra, experimenta grunhidos, gemidos e balbucios. Hoje ele tomou vacina contra hepatite B. Foi pesado e já passa dos quatro quilos.
domingo, 7 de maio de 2006
Um fim de semana
Bruno riu pra mim pela primeira vez. Miguel e eu construímos - e depois destruímos - um castelo de pedra. Olhamos nuvens no céu e imaginamos que bichos elas formavam. Andei descalço na terra. Almoçamos feijoada à sombra das árvores no quintal, em ritmo totalmente slow food. Comi pinhão assado. O gato se sentou na minha frente, de um jeito que parecia gente. Passeei com os cachorros até eles ficarem ca língua de fora, e pareciam cachorros mesmo. Um amigo querido me emprestou um livro especial que me prometo ler há anos. Perdi uma bonita partida de xadrez. Fiz uma caipirinha acima da média. Vi dois filmes regulares. Coloquei um disco que não escutava há tempo (Blur). Recebemos visita de grandes amigos. Dormi e sonhei depois do almoço. Senti cheiro de macela. Tirei as roupas de inverno do depósito, lavei e botei no sol. Recebi uma notícia de nascimento: Andréia, casada com mano André, ligou pra dizer que Arthur chegou na quinta-feira, de parto normal.
~
Tenha você também uma bela semana.
Cinco lugarzinhos
Sabe aqueles lugares especiais pra você numa cidade? Kátia Negreiros levantou o tema no blog coletivo +D1 e fiz uma lista de cinco dos meus. E você? Quais são os seus?
Leitura de banho
O que cê acha? Aquela indicação dos frascos de xampu, "enxágue e repita a aplicação", tem algum efeito prático ou é só um truque de márquetingue pra gente gastar o tubo mais rápido?
EXtudo Gráfico
Meu amigo Mafaldo Júnior,
artista plástico e designer gráfico
de João Pessoa, lançou sua
primeira exposição na web.
Muito bonita!
sexta-feira, 5 de maio de 2006
Criança e trabalho
É, Raul, tema polêmico. Lula também falou aqui no encontro da OIT [tou em Brasília] que começou a trabalhar bem cedo pra ajudar a mãe: "Temos que ter um olhar sensível às questões sociais de cada região, para saber por que as pessoas às vezes fazem o que não deveriam fazer", disse. Quando eu tinha uns nove anos, vendi revistas usadas pra ganhar um dinheirinho e comprar pirulito zorro, figurinhas... Bem diferente da situação do Lula, claro. Era mais uma brincadeira de ser gente grande, porque a família era pobre, mas não necessitada.
Há uma diferença enorme entre o trabalho de crianças no contexto cultural da agricultura familiar, por exemplo - que não exclua o estudo -, da exploração do trabalho de crianças em empresa comercial. Veja também por esse ângulo: não é papel da criança "ajudar a família" com dinheiro. Se essa é a realidade pra milhões de famílias brasileiras, é porque o Estado ainda não cumpre direito o seu papel de dar assistência prioritária às crianças e adolescentes, como manda a Constituição. O "trabalho" da criança é brincar e estudar. Se fizer isso bem feito, não é pouca coisa.
quinta-feira, 4 de maio de 2006
A boa notícia do dia
Acabo de publicar no site do Observatório Social: Relatório Global da OIT, divulgado hoje em Brasília, informa que entre 2000 e 2004 o trabalho infantil caiu 11% no mundo. A estimativa é que as piores formas de trabalho infantil - queda de 26% - possam ser erradicadas em dez anos, se for mantido o atual ritmo. Brasil e México são citados como bons exemplos.
quarta-feira, 3 de maio de 2006
terça-feira, 2 de maio de 2006
Devagar (2)
Um dos entrevistados no livro fez a mesma coisa que eu: deixou de usar relógio de pulso. Continuo consultando a hora pelo celular, mas já não tenho aquele movimento quase compulsivo e tão comum de checar o fluir do tempo a todo instante. É um pequeno grande avanço. Eu já tinha tomado essa decisão de maneira espontânea, mas também preciso agradecer aos ladrões que arrombaram nossa casa no ano passado e levaram meus dois relógios, entre outras coisas. Tá, é um típico "pensamento poliana", reconheço, mas a essa altura é bem melhor que xingar.
~
Tou aqui.