E um grande 2007 pra vocês todos!
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
sexta-feira, 22 de dezembro de 2006
Na blogosfera
O S.O.S. Ponta Negra é um "espaço aberto-coletivo-democrátivo-e-livre, criado em defesa do principal cartão postal de Natal, RN: a praia Ponta Negra e o Morro do Careca", que estão sendo detonados pela especulação imobiliária. Morei anos maravilhosos da minha adolescência nessa praia linda, que hoje mal reconheço quando visito a cidade do sol.
Comércio ilegal de talco continua em Ouro Preto
Uma série de quatro reportagens especiais da Rádio CBN, que foram ao ar entre 18 e 21 de dezembro, repercutiu a denúncia do Observatório Social sobre a existência de trabalho infantil na mineração de talco em Ouro Preto (MG), na cadeia produtiva de multinacionais.
A série, de autoria da repórter Luciana Marinho, traz outra denúncia grave: apesar da interdição da mineração pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), o minério de talco continua sendo comercializado de forma clandestina.
Com um gravador escondido e sem revelar a identidade, a repórter negociou a compra de um caminhão do minério por R$ 1.500,00 com um dos donos de pedreiras mais conhecidos da localidade de Santa Rita, Oscar Lundes da Silva. Mais aqui
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Nova estação
Depois de dias e noites de calor senegalês - chegamos a comprar dois ventiladores -, o verão estréia nublado e ameno. O sol não deu as caras hoje.
A violência camuflada
Na revista do Observatório Social, uma reportagem de Sylvia Palma - com arte de Frank Maia - explica como se dá o assédio moral, uma violência camuflada à qual estão sujeitos milhares de trabalhadores em diversas profissões. As primeiras linhas do texto dão uma amostra dos casos estarrecedores que acontecem todos os dias:
Século 21. 2006. Brasil. Uma operária do setor fabril da região Sul é acorrentada a uma máquina têxtil. Ela só será libertada depois de cumprir sua meta de produção. Assim como todas as outras trabalhadoras que apresentaram baixa produtividade.
Outra trabalhadora, de uma empresa do Nordeste do país, para usar o banheiro durante o serviço é obrigada a fazer a limpeza dos sanitários, pias e chão. Ela decide levar um urinol para o trabalho e fazer suas necessidades fisiológicas diante das colegas.
Numa terceira empresa, na Bahia, vários trabalhadores são colocados num auditório. Os homens que não atingiram as metas de vendas são obrigados a desfilar vestidos de mulher, ornamentados com um pênis de plástico preto – os negros têm que usar o artifício de plástico branco. E as mulheres são oferecidas de brinde para programas sexuais com os colegas que atingiram as metas. As que não aceitam são queimadas com cigarros nas nádegas. (...)
Madeira e Sangue
Foi penoso, mas também gratificante fazer esta reportagem - com fotos de Sérgio Vignes - pra revista do Observatório Social. Pude conhecer de perto uma realidade de sofrimento que não é mostrada quando se divulga a pujança da indústria de Santa Catarina, líder na exportação de móveis. Apesar de o problema estar bem diagnosticado, as ações de prevenção vêm sendo adiadas sob alegação de prejuízos com a crise cambial. (!)
As mangas e eu
Tou rindo aqui sozinho com as confissões de uma desertora, em que a Dadivosa conta sobre sua relação com as ex-arquiinimigas mangas. O texto sobre sua abdução é tão delicioso quanto essas frutas - cujo único defeito, na minha opinião, é deixar fiapos nos dentes. Deixei no blog dela dois comentários com ecos da minha infância, que reproduzo aqui.
Sabe que uma de minhas primeiras lembranças de vida é comendo manga num tanque de lavar roupa? Eu devia ter uns dois anos e morava no Recife. Dizem que a melhor maneira de comer essa fruta lasciva é pelado/a, se lambuzando por inteiro. E em seguida entrar debaixo do chuveiro.
As mangas do Nordeste e do Norte são muuuuito mais saborosas, porque o calor faz elas acumularem mais açúcar. Quem nunca comeu manga dessas regiões ainda não conhece a verdadeira fruta. Minhas preferidas são manga rosa - perfumadas, boas de comer em fatias -, manga espada, ideais pra se fazer um buraquinho na casca e chupar - elas contribuíram com minha educação sentimental, pois aprendi a beijar com elas - e manga coité - enorme e suculenta, muito comum no Ceará.
Frase do dia, de um gremista
"A Terra é e será sempre azul. Agora, só está menstruada, já vai passar."
[hugs, Pato]
Em obras
Mudanças no leiaute deste blog, aproveitando os recursos do novo Blogger, o simbolismo do solstício de verão e a chegada de 2007. O conteúdo continua aleatório como sempre. Ainda falta apertar uns parafusos da repimboca. Por enquanto a visualização dos comentários na coluna da direita vai sumir, mas eles ainda podem ser feitos gratuitamente embaixo de cada texto.
~
UPDATE 13h: Os comentários na coluna ao lado voltaram! Graças à dica do meu guru pra assuntos blogosféricos aleatórios, Alexandre Gonçalves, que escreve o Coluna Extra. Você precisa de um blog corporativo ou pessoal de qualidade? Quer criar uma política de comunicação profissional na internet pra sua empresa? Fale com o Alexandre e seus problemas vão pro espaço.
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
Bem-vindo, verão
Sol, música arisca em pele ardida
disjuntor de neurônios fatigados,
gerador de sombra companheira,
fogaréu chucro que azeita xacras,
criador de sutileza no ocaso,
ofuscador de tant(r)a quando a pino,
aquecedor de águas e almas frias,
contato imediato com a praia,
insumo das imagens na retina,
insuperável bateria fotovoltaica,
caprichoso construtor de arco-íris,
certeza da manhã pros seres vivos,
ponto de interrogação para os astrônomos,
fonte de inspiração pros vagabundos,
alimento de tudo que se move,
bem-vindo, amigão dos sorveteiros,
neste verão que nos ensopa de suor.
~
Este é o primeiro escrito no novo blogger, que vem com um monte de novidades. A começar pelas tags - ou rótulos, ou palavras-chave, ou marcadores, como esse aí embaixo.
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Procura-se parceira
Os riscos do trabalho
Mais uma saiu do forno. A edição 11 de Observatório Social Em Revista aborda os riscos a que os trabalhadores estão sujeitos quando seus direitos são desrespeitados. Mutilações, assédio moral, lesões por esforços repetitivos, invalidez e distúrbios mentais estão entre os problemas cotidianos enfrentados por muitos brasileiros.
Estima-se que os acidentes de trabalho provoquem meio milhão de mortes por ano no Brasil. A maioria dos casos nem entram nas estatísticas oficiais. As doenças e acidentes de trabalho são, na grande maioria, evitáveis. Cumprir a lei é um bom começo. As empresas podem ir além, investindo em políticas de prevenção e envolvendo os trabalhadores como parceiros. A edição impressa pode ser solicitada por e-mail e a versão digital está aqui.
Vale a pena ser jornalista?
Este belo artigo de Fernando Evangelista foi publicado na revista Caros Amigos de dezembro.
Vale a pena ser jornalista? Eu me fazia essa pergunta enquanto soldados norte-americanos me arremessavam dentro de um carro na fronteira do Iraque. Dois militares me pegaram pelos braços, outros dois pelas pernas e, sem gritar, como se fosse um trabalho de rotina, como se fossem educados, disseram: "Desaparece". Era junho de 2003 e essa era a minha segunda tentativa frustrada de entrar no país, em menos de três dias. (...)
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Miguelices: infinito e McDonald´s
Espelho, espelho meu, esse clichê é verdade pura: o tempo voa. Num dia a gente vê o pequeno nascer, noutro ele já tá sendo batizado na capoeira e perguntando como se escreve "a letra infinito". Agora, pede pra gente levá-lo ao McDonald´s. O Bernardo lá na escolinha falou que era muito gostoso. Vou satisfazer a curiosidade dele, mas já fiz meu pequeno discurso-de-pai sobre os riscos da obesidade. Nosso desafio na cozinha agora é fazer uns sandubas bem mais gostosos. Nada do outro mundo, aliás. Receitas são bem-vindas.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2006
Miguelices: batizado
Dia especial. Depois do encerramento do ano letivo e da chegada de Papai Noel à escola Engenho, Miguel e uma meninada foram batizados na capoeira. O cordão verde foi entregue esta noite, numa festa bonita na quadra de esportes da Escola da Lagoa, com a presença do professor Ângelo e de vários mestres. Ele chegou com um berimbauzinho que ganhou de presente da vó. Logo já tinha se enturmado e tava tocando junto com o pessoal.
Lendo: O Fio da Navalha
Peguei esse clássico de Somerset Maugham fazendo escambo num sebo aqui no Campeche.
(...) O enredo conta a história de Larry Darnell, um jovem norte-americano rico e desportista. Darnell, depois de servir na Primeira Guerra como aviador, retorna aos Estados Unidos. No entanto, abalado pela experiência da frente de batalha, não consegue se readaptar à vida burguesa de Chicago. Abandona tudo, incluindo a noiva, e parte para a Europa em busca de vivência espiritual e aperfeiçoamento interior. Nesta busca, estuda Filosofia em Paris e trabalha nas minas de carvão na Alemanha. Acaba indo para a Índia, onde toma lições de budismo com um mestre místico e torna-se iogue. Tudo isto contado com grande riqueza de detalhes no que se refere a personagens, fatos e ambientes. (...)
[Maria Alzira Brum Lemos - triplov.com]
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Telefonar custa caro
Estudo da ong holandesa Somo em quatro países asiáticos - China, Tailândia, Filipinas e Índia -, publicado em novembro, revela a ocorrência de envenenamento e graves violações de direitos dos trabalhadores em fábricas de celulares que fornecem para Nokia, Motorola, Samsung, Sony Ericsson e LG. Muitos empregados foram hospitalizados por causa de contaminação por chumbo, que já foi banido dos produtos eletrônicos em vários países europeus. Em um dos casos, uma mulher precisou abortar. Mais informações no Observatório Social. A íntegra está disponível aqui (inglês, pdf, 691 kb; abre em nova janela) e pode ser reproduzida sob licença Creative Commons.
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Tutty Vasques, afiado
Pesquisa
O Chile está dividido: metade do país queria que Pinochet fosse cremado vivo.
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Obituario con hurras
Mario Benedetti (poeta uruguaio)
Vamos a festejarlo
vengan todos
los inocentes
los damnificados
los que gritan de noche
los que sueñan de dia
los que sufren el cuerpo
los que alojan fantasmas
los que pisan descalzos
los que blasfeman y arden
los pobres congelados
los que quieren a alguien
los que nunca se olvidan
vamos a festejarlo
vengan todos
el crápula se ha muerto
se acabó el alma negra
el ládron
el cochino
se acabó para siempre
hurra
que vengan todos
vamos a festejarlo
a no decir
la muerte
siempre lo borra todo
todo lo purifica
cualquier día
la muerte
no borra nada
quedan
siempre las cicatrices
hurra
murió el cretino
vamos a festejarlo
a no llorar de vicio
que lloren sus iguales
y se traguen sus lágrimas
se acabó el monstruo prócer
se acabó para siempre
vamos a festejarlo
a no ponermos tibios
a no creer que éste
es un muerto cualquiera
vamos a festerjarlo
a no volvermos flojos
a no olvidar que éste
es un muerto de mierda
'No lo miraria en los ojos'
Em 11 de de setembro de 2001, Adriane Canan trabalhava na Rádio FM Cultura, de Porto Alegre, e se preparava pra colocar no ar uma entrevista com Patrícia Verdugo, jornalista que escreveu o livro A caravana da morte. Esse livro foi um dos principais fundamentos usados pelo juiz espanhol Baltazar Garzón para abrir processo contra Pinochet. Patrícia teve o pai morto pela ditatura. Ela diz que não olharia Pinochet nos olhos, pois tem a sensação de que o terror das vítimas sempre fica preso nos olhos do assassino.
A matéria entraria ao meio-dia, como parte de uma programação pra marcar o aniversário do golpe militar no Chile. Com o choque dos aviões nas torres gêmeas e no Pentágono, toda a pauta foi derrubada e os jornalistas se concentraram na cobertura do atentado terrorista que mudou o século (a entrevista entrou mais tarde, no mesmo dia).
Adri tem uma ligação especial com o Chile, pois foi casada e tem uma filha com um chileno. Com a morte de Pinochet, ela resolveu compartilhar a entrevista na internet. Pra isso contou com a ajuda técnica de Alexandre Gonçalves. Você pode conferir no blog dela, Gato-e-Passarinho.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
A Perfect Mess: The Hidden Benefits of Disorder
Vou gostar de ler este livro...
Flying utterly in the face of conventional wisdom, the authors turn the world of organization on its head to examine how messy systems can be more effective than highly organized ones. Neatness for its own sake, they say, not only has hidden costs in terms of man-hours that could be spent doing other work but it turns out that the highly touted advantages may not even exist. More loosely defined, moderately disorganized people and businesses seem to be more efficient, more robust, and more creative than the obsessively neat. (...)
[David Siegfried, Amazon]
Manifesto pela retirada do Iraque
No dia 27 de novembro o cineasta Michael Moore publicou uma carta ao Congresso e ao povo dos Estados Unidos. Nela, defende a imediata retirada das tropas do Iraque. Ele lembra que o tempo de ocupação já supera o que os americanos levaram para vencer a Segunda Guerra Mundial. E que esta é uma guerra perdida, "porque jamais teve o direito de ser vencida". A tradução está no blog de Emir Sader na Carta Maior.
Não há mal que nunca acabe
Ontem - suprema ironia, dia Internacional dos Direitos Humanos - morreu Augusto Pinochet. Infelizmente, sem ser julgado por seus crimes monstruosos. Festa e pancadaria nas ruas de Santiago. Lembro de um dia no verão de 1989, quando comprei um jornal em Cuzco e a manchete anunciava a queda de Stroessner: "Não há mal que nunca acabe".
A sombra do general tinhoso continuava de certa forma aterrorizando o Chile, anos depois de sua aposentadoria do poder. Espero que agora o povo chileno possa se reencontrar mirando pra frente. Acho que essas feridas não vão sarar nunca, mas o tempo vai torná-las mais suportáveis.
Vale ecoar o comentário da Anistia Internacional: a morte do ex-ditador deve ser encarada como um "chamado" aos governos pra necessidade de uma justiça rápida, de forma a evitar que os culpados por violações de direitos humanos escapem da punição.
Em 1989, algumas semanas depois de ler a manchete sobre Stroessner, eu entrava no Chile pela fronteira peruana. Bestamente me identifiquei como "estudante de periodismo" e fui detido pra interrogatório. Foi uma experiência assustadora e ríspida, mas sem violência física e durou só meia hora. A ditadura já estava agonizante - no ano seguinte Pinochet entregaria o poder a um presidente civil eleito.
Nem ouso comparar minha prosaica experiência com os traumas que tantos milhares sofreram. Em mim o resultado foi só um frio na barriga misturado com a sensação de humilhação e raiva impotente. Dezoito anos depois, somo meu desabafo ao da gente decente desse país encantador:
- Pinochet, filho da puta, já vai tarde!
E viva o Chile.
Arte: Frank
sexta-feira, 8 de dezembro de 2006
No DVD: 'O mesmo amor, a mesma chuva'
Cá estou com mais uma mini-resenha "ligeiramente atrasada" de um filme lançado em 1999 que vi ontem: O mesmo amor, a mesma chuva. É o primeiro dos três que o cineasta argentino Juan José Campanella dirigiu tendo como protagonista o ator Ricardo Darín - os outros dois, que vi antes, são O filho da noiva (2001) e Clube da Lua (2004). Todos muito bons.
É uma história despretensiosa sobre os encontros e desencontros de um casal desde 1980 até o presente. Ele, jornalista que publica contos na revista Coisas, é uma promessa da literatura argentina; ela, garçonete, é aspirante a atriz e pintora. Em paralelo acompanhamos um pouco da história recente do país: ditadura militar, euforia e depois decepção com as Malvinas, frustrações com Alfonsín, neoliberalismo de Menem, crise econômica. Esse pano de fundo não chega a competir com a narrativa principal, centrada no cotidiano de pessoas comuns.
Jorge, o personagem interpretado por Darín, nos conquista por sua personalidade humanamente contraditória e complexa. Ele está apaixonado e tenta ser feliz enquanto luta contra os próprios fantasmas: egoísmo, acomodação, remorso por não corresponder à lealdade dos amigos, medo de arriscar pra viver seus sonhos. O pequeno épico caminha suave e agridoce, sem medo da emoção mas sem pieguismo. Está recheado de bons diálogos - marca registrada de Campanella - e comedidas doses de humor. Mais uma jóia fina do cinema argentino.
O rei do elogio
Tou rindo sozinho aqui. Essa vem duma rádio de Quixeramobim:
"Quero cumprimentar o meu amigo Carlinho Elói por ser uma pessoa cabriocárica...uma pessa estrogonoficamente sensível...uma pessoa inoxidável...uma pessoa que merece o respeito tecnológico..."[via Kibeloco]
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Reflexões na sala de embarque
O jornalista e cientista social Leonardo Sakamoto, que coordena a ong Repórter Brasil - parceira do Observatório Social -, ia receber na quinta-feira em Brasília um prêmio da OIT, por sua atuação brilhante no combate ao trabalho escravo. Com a bagunça aérea instalada no país, tomou um chá de cadeira no aeroporto. A solenidade foi adiada, já que ele e outros premiados não conseguiram chegar. Li isso agora no blog dele, que acabo de descobrir. Saka comenta o movimento dos controladores de vôo:
~(...) As classes média e alta estão dando piti agora. Bem feito. Experimentam, de leve, o que a massa de trabalhadores pobres sente todo o ano com as greves de ônibus em São Paulo, que deixam milhões a pé. Que faz moradores de bairros afastados caminharem 20 km para chegar no trabalho.
Que tal, independente de classe social, descermos ao nível da realidade e discutir a melhoria na qualidade de vida do trabalhador? Tenho fé que ou esse país dá certo para todo mundo, ou alguns poucos não vão conseguir desfrutar o seu butim.
Apóio os controladores de vôo. Apóio os cobradores e motoristas de ônibus. Apóio os bancários e metalúrgicos. Apóio os garis. Apóio os residentes médicos. Apóio o santo direito de se conscientizarem, reconhecerem-se nos problemas, dizer não à exploração e entrar em greve até que a sociedade pressione e os patrões escutem.
Mesmo que isso torne minha vida um absurdo. (...)
UPDATE 8.12: Leio agora sobre o atestado de incompetência gerencial do governo Lula pra cuidar desse setor, que se iguala à inépcia do governo FHC no caso do apagão:
O Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que os recursos destinados à manutenção do sistema aéreo brasileiro não foram destinados de forma correta e que o comando da Aeronáutica já sabia dos problemas no espaço aereo.
Saúde pública gratuita de qualidade
Hoje levamos Bruno ao posto de saúde da Fazenda do Rio Tavares pra tomar duas vacinas. Como a da pólio tava em falta, fomos encaminhados ao posto do Campeche. Nos dois o atendimento foi de primeira, por funcionárias muito simpáticas. Dava pra sentir que elas amam o que fazem, mesmo tendo que trabalhar com recursos escassos. O tempo de espera foi mínimo - cinco minutos no primeiro, dez no segundo. E ainda ganhamos uma folha A4 com várias figuras do Zé Gotinha carimbadas pro Miguel colorir. Tive a mesma sensação boa de quando Miguel e depois Bruno nasceram no Hospital Universitário. Gratidão pela eficiência, cortesia, respeito e resultados. Tudo de graça. Bem que podia ser assim no Brasil inteiro.
Indenização por atraso em vôos
Passou a noite em chão de aeroporto? Perdeu um negócio importante? Chegou atrasada ao altar? Seus problemas não acabaram, mas o estrago pode ser ressarcido em parte. O Idec - Instituto de Defesa do Consumidor - colocou à disposição do público um modelo de ação que pode ser usada junto ao Juizado Especial Cível (pequenas causas, até 20 salários mínimos) para pleitear das empresas aéreas indenização pelos prejuízos sofridos com os atrasos dos vôos.
Olé: espanhol com desconto no verão
Não tou ganhando nada com o anúncio, mas faço questão de divulgar a escola do André Gassen e do Rafa. Fica na Agronômica, em Floripa, perto do Centro Integrado de Cultura.
Olé idiomas - Cursos de Espanhol no VerãoPromoção de Aniversário com 40% de desconto!Cursos regulares ou intensivosAulas particulares, semi-particulares ou em grupoProfessores da Espanha, Argentina e ColômbiaMétodo igual ao utilizado pelas escolas da Comunidade Européia(Adaptado ao Marco de Referência Europeu)Informações: (48) 3333-4629 ou no site www.olefloripa.com.br
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Miguelices: tecnologia
Conversa na mesa do jantar.
- Sabia que quando eu era criança não tinha computador nem internet lá em casa?
- Não?
- Tinha não. Nem celular. Nem telefone.
- Roubaram tudo?!
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Lendo: Hemingway e Kaiser
Tou alternando: de manhã leio Do outro lado do rio entre as árvores, uma das obras mais intimistas de Hemingway. De noite e madrugada, ataco o dionisíaco Tempos Heróicos, de Jakzam Kaiser.
O curioso é a diferença radical de ritmos entre os dois romances. No primeiro só aconteceu basicamente isso até a metade do livro: o protagonista, coronel americano cinqüentão com doença terminal, chegou de carro em Veneza - pelo caminho veio apreciando a paisagem e recordando os tempos de guerra -, se instalou no hotel, foi a um bar, tomou martínis secos com a amada italiana de 19 anos, filosofaram sobre o amor e a vida, saíram caminhando de volta ao hotel, olharam jóias numa vitrina, ela lhe deu um brinco de esmeralda de presente, subiram pro quarto dele, se beijaram diante da janela e ela retocou a maquiagem. Agora se preparam pra jantar.
No segundo livro, também já pela metade, o protagonista, jovem estudante de Porto Alegre, já comeu várias gatas, se envolveu em brigas de rua, saiu de casa e foi morar sozinho, fez as pazes com o pai, pegou caronas, entrou de penetra em festas, acampou no litoral catarinense, fumou um monte de baseados, comeu cogumelos, virou a noite em bares, leu Bukowski e Henry Miller, participou do congresso da UNE em Salvador, apanhou da brigada militar em passeatas, pichou muros, foi preso, fez panfletagem em porta de fábrica, se apaixonou, passou no vestibular em duas faculdades, abandonou engenharia e escolheu jornalismo...
Fecho as páginas de um e retorno ao outro. Sopra um vento frio em Veneza. O jantar vai ter como entrada lagosta fria com maionese.
Brunitezas: tchauzinho
Bruno completou oito meses no domingo. Tá um fofo cheiroso e gostoso de apertar. Já senta sozinho no tapete - às vezes cai de lado, mas cada vez menos -, e se arrasta atrás dos brinquedos. Tem um baita apetite, adora frutas e papinha. Hoje de manhã, pela primeira vez, acenou pra mim quando eu saía pro trabalho.
Wikipediando: Alberto Fuguet
Acho que já escrevi dele aqui. Bom, a repetição tem lá seu valor. Descobri Alberto Fuguet meio por acaso numa livraria de Valparaíso. Li dele Sobredosis (contos, 1994), Mala Onda (traduziram "Baixo Astral") e Os Filmes de Minha Vida. A literatura dele é urbana, mordaz e despojada dos artifícios do realismo fantástico. Mala Onda é sobre um adolescente chileno de classe média-alta nos anos 80, em meio aos problemas e prazeres cotidianos da sua faixa de idade e ao clima de asfixia da ditadura Pinochet (que, aliás, está quase batendo as botas esses dias; é impressionante como esses crápulas são longevos). Os Filmes... é um relato meio autobiográfico sobre a vida de um chileno que foi criado na California e depois retornou a Santiago. A história é pontuada pela lembrança de filmes marcantes que ele viu.
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Polêmica pra fotógrafos
O colunista de tecnologia do NY Times, David Pogue, fez um teste com cem pessoas e assegura em seu blog: não há diferença perceptível entre a qualidade de uma foto com câmera digital de 5 megapixels e uma de 12 MP até o tamanho de uma reprodução em cartaz pequeno. A pessoa que aperta o botão faz diferença, a lente influencia, mas o número de pixels, a partir de um certo ponto, não altera a maneira como o olho humano percebe a imagem.
domingo, 3 de dezembro de 2006
Diálogo possível no comércio varejista
Ao interfone na porta de uma loja, às 13h30 de um dia de semana:
Cliente: - Boa tarde.
Lojista: - Só abrimos às duas.
Cliente: - Então tá, eu não vou lhe dar trabalho.
[by Laura]
Memento sonoro: Vangelis
Na Superinteressante deste mês tem uma materinha sobre o escritor Philip K. Dick, "o mestre cyberpunk", autor do livro que deu origem ao clássico filme de ficção científica Blader Runner (1984) e também ao mais recente Minority Report. A matéria conta que no começo de 2007 vai ser lançado no Brasil mais um filme baseado na obra dele: A Scanner Darkly ("O homem Duplo"), uma ficção animada. Keanu Reeves vive um policial que toma drogas do futuro e passa a ter dupla identidade. É uma história com pitadas autobiográficas, pois o escritor teve umas crises esquizofrênicas em que pensava ser perseguido pela CIA e pela KGB. Pois bem, li toda essa matéria ouvindo, direto da gaveta da mente onde se guardam as lembranças sonoras, a trilha de Blade Runner. Ela foi composta pelo grego - confiro na Wikipedia - Evángelos Odysséas Papathanassíu, mais conhecido como Vangelis.
Documentário: Sem Limites
Eu devia ter escrevido isso antes, mas ainda tá em tempo. Nos sábados 2 (já foi), 9 e 16 de dezembro, a RBS exibe, antes do Jornal do Almoço, o documentário "Sem Limites-Histórias de Verdade", da dupla Tetê Kaiser e Daniel Ferraz. São histórias de cinco pessoas que têm comum a determinação em conquistar seus objetivos e a capacidade de superar limites. Conta o Jakzam:
"O destaque é o roteiro, construído com as falas dos personagens, que vão se encaixando e formando frases, como se estivessem seguindo um roteiro pré-determinado. Mas nada foi combinado previamente, as conversas são espontâneas e esta costura foi feita depois: todo o texto foi construído a partir do material captado. Uma fala liga na outra, que liga na outra, que liga na outra. É bem interessante, deve ter dado um trabalhão!
A força do documentário está nos personagens. Um cego que dá aula de filosofia pro Ensino Médio, ensina violão e dança todo o sábado no Bar do Tião, é sensação no local. Um jovem com problema neurológico cerebral que montou e dirige o museu dos polacos em Campo Alegre (acho, não tenho certeza) e ainda descobriu um meteorito, que leva seu nome. Uma moça paraplégica que é campeã paraolímpica de natação. Um médico tetraplégico. Um margarida que acumula tragédias (mortes de marido, filhos) mas leva a vida com alegria. Os depoimentos são fortíssimos, mas são todos pessoas positivas, e suas histórias são contadas de forma delicada, sem qualquer concessão pro piegas.