domingo, 30 de novembro de 2008

BB online facilita doações à Defesa Civil

Nando deu o toque nos comentários e destaco aqui:

Quem tem conta no Banco do Brasil pode acessá-la online que o BB preparou uma mensagem especial para doações: com um clique simples você cai numa tela de transferência entre CC pronta para a Defesa Civil de SC, bastando preencher o valor da sua doação (e sua senha, obviamente).

sábado, 29 de novembro de 2008

Defesa Civil de SC cria novo site sobre o desastre

A Defesa Civil criou novo endereço na web para agregar as informações sobre as enchentes em Santa Catarina. A partir das 17h41 de hoje, este passou a ser o site oficial sobre o desastre: http://www.desastre.sc.gov.br

Precisa-se de roupas para crianças grandes

Laura e eu chegamos agora há pouco do Sesc da Prainha, onde uma equipe de voluntários embala as doações que não param de chegar aos desabrigados. Um dos pedidos prioritários do momento é de roupas e calçados para crianças entre 7 e 14 anos.

Mais ajuda alemã para as vítimas das cheias

Geraldo Hoffmann, de Berna, Suíça

A Adveniat, uma organização ligada à Igreja Católica da Alemanha e que apóia projetos de ajuda ao desenvolvimento na América Latina, liberou 30 mil euros de auxílio de emergência para as vítimas das cheias em Santa Catarina. "Os recursos destinam-se a anemizar as necessidades mais urgentes nas localidades situadas nos três bispados mais atingidos (Florianópolis, Blumenau e Joinville)", informa a Adveniat em seu site.


Ajuda aos animais atingidos em SC


A ong Viva Bicho pede doações aos grupos que estão tentando salvar os animais atingidos pela enchente. Muitos cães e gatos morreram, outros estão vagando famintos pelas ruas das cidades atingidas, principalmente em Itajaí.

Contato: Bianca - Ong Viva Bicho
(47) 8425-1459 / 9903-5441
Banco do Brasil
Ag. 1489-3 cc 20793-4
Associação Viva Bicho
CNPJ 06 156 776 / 0001 - 81

Foto: ong Viva Bicho

Aos visitantes que chegam pela primeira vez

Obrigado por sua visita a este blog. Se você chegou até aqui buscando no Google a expressão "fotos da enchente em Santa Catarina", título de um dos posts que publiquei, lamento não ter muitas imagens pra lhe mostrar. Estou em Florianópolis, onde os estragos foram bem menores que no Vale do Itajaí. Lá a situação continua dramática. Tem gente isolada, passando sede e fome, precisando de cuidados médicos.

Que tal fazer uma visita ao saite da Defesa Civil de Santa Catarina? Você vai encontrar o balanço oficial com os números mais recentes sobre a tragédia da chuva. Às 9h46 a situação era esta: 78.707 desalojados e desabrigados, 109 mortos, 19 desaparecidos confirmados e mais 1, 5 milhão de pessoas afetadas. Também estão disponíveis informações sobre contas bancárias onde você pode depositar sua doação de qualquer valor. Os catarinenses agradecem.

Chuvas em SC: Alemanha dá ajuda humanitária

Geraldo Hoffmann recebeu e me enviou a seguinte nota da Embaixada da Alemanha em Brasília:

Ajuda humanitária para vítimas das enchentes em Santa Catarina

"Brasília,28/11/2008 - O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha disponibilizou 200 mil euros para ajudar as vítimas das enchentes no sul do Brasil. A verba do Fundo de Ajuda Humanitária será aplicada na compra de alimentos,medicamentos, colchões,cobertores e água potável. Organizações de ajuda humanitária alemãs ativas na região serão responsáveis pela logística. As enchentes na região Sul do Brasil foram consideradas as piores dos últimos 50 anos pelo Governo brasileiro. O Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Dr.Frank-Walter Steinmeier, ofereceu a ajuda alemã ao seu colega brasileiro Celso Amorim."
Ele informa ainda que Weingarten, cidade-irmã de Blumenau no sul da Alemanha, também está recolhendo doações para os blumenauenses atingidos pelas cheias. O dinheiro será repassado à prefeitura. As notícias estão publicadas no blog Coisas da Suíça.

Sindicato dos Jornalistas pisa na bola outra vez

Fico até constrangido de citar o fato, mas ele já está circulando na internet e causa espanto. Em pleno movimento geral de solidariedade aos atingidos pela chuva, o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina resolve fazer caixa e manda cartinhas cobrando dos sócios as contribuições em atraso, invocando o estatuto da entidade. Tive acesso a uma delas (ainda não chegou a minha), recebida pelo Rogério Christofoletti, um dos atingidos em Itajaí. Sequer uma linha de referência sobre apoio aos colegas desabrigados e desalojados. Lamentável, mais uma pisada na bola da nova diretoria. O que será que estão tentando fazer? Fortalecer o Sindicato ou provocar desfiliação em massa?

Chuvas em SC: como ajudar

Os catarinenses agradecem a onda de solidariedade que vem de todo o país. As águas estão baixando, mas a situação continua dramática em diversos municípios. Há muita gente sem água potável e sem alimentos, isolada em lugares onde só se chega de barco ou helicóptero.

O balanço oficial mais recente da Defesa Civil, às 8h do dia 29/11, é este: 78.707 desalojados e desabrigados, sendo 27.410 desabrigados e 51.297 desalojados. São 105 óbitos e 19 desaparecidos confirmados e mais 1.500.000 afetados.

Doações em dinheiro podem ser feitas nas contas bancárias da Defesa Civil de Santa Catarina. Fiquem atentos, há pessoas aplicando golpes na internet. Doações de alimentos e roupas podem ser feitas à Defesa Civil ou à Cruz Vermelha em seu município.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Mulheres no ar

Ontem à noite um amigo pegou avião de Brasília pra Floripa. Certa hora, ouviu "A" comandante fulana se apresentar pelo interfone e informar que ao lado dela estava "A" co-piloto sicrana. Depois de uma pausa, a comandante acrescentou, causando risada geral:
- Agora não dá mais pra descer, já estamos no ar.
Depois informou as condições do tempo em Floripa e disse esperar que faça sol no fim de semana, pois ela é daqui e vai estar de folga.

Precisa-se de voluntários em Floripa

Repasso três recados que recebi da Lícia Brancher.

  • O Corpo de Bombeiros da Trindade/Fpolis precisa de VOLUNTÁRIOS para separar donativos, tel: 48/ 3239 7100. Eles pedem qualquer horário ou tempo disponível.
  • O Mesa Brasil do SESC/SC-Florianópolis está precisando de voluntários para embalar kits e cestas básicas. São toneladas de produtos para atender aos desabrigados atingidos pelas enchentes. Contato com Luciana Nascimento: 48/ 9946-4428 
  • A Carrera Locadora, em Florianópolis, vai "até o local para arrecadar as doações (roupas, alimentos, cobertas, enfim, qualquer ajuda é válida num momento como este), é só nos informar através do fone 0800-473333 opção 5."

Repercussão da enchente de SC na Suíça

O amigo Geraldo Hoffmann, jornalista catarinense que vive em Berna, escreveu em seu blog sobre a repercussão da enchente de Santa Catarina na mídia suíça. Ele expressa algumas opiniões contundentes. Trecho:

(...)
Eu não tocaria nesse assunto, se não viesse de Santa Catarina e não tivesse morado em Blumenau. Ouvindo o governador Luiz Henrique da Silveira e o presidente Lula culpando a mudança climática pelas enchentes, só posso imaginar o seguinte: ou eles são ignorantes ou pensam que a população é idiota. Quem conhece a história das enchentes no Vale do Itajaí (ou em outras regiões do Brasil) sabe muito bem que grande parte dessas catástrofes decorre do descaso da administração pública, que permite desmatamentos e loteamentos ilegais nas encostas, não faz nada contra o assoreamento dos rios, não realiza as obras necessárias de proteção a inundações e não tem um esquema de evacuação das regiões de risco. Isso já era assim na grande enchente que de 1983, quando Blumenau foi quase completamente destruída pelas águas, continua assim hoje e será assim daqui a cem anos, com ou sem mudança climática.

Lamentavelmente, quando ocorrem catástrofes como essas, os políticos brasileiros só têm desculpas baratas e promessas a oferecer - até a próxima catástrofe. Luiz Henrique da Silveira, que gosta de viajar à Europa, especialmente à Alemanha, a essas alturas deve conhecer muito bem o sistema de proteção contra enchentes que os alemães desenvolveram para enfrentar as inundações ao longo do Reno e do Danúbio, dois rios bem maiores do que o rio Itajaí. No alto Reno, um trecho de 350 km entre Bingen (Alemanha) e Basiléia (Suíça), há uma proteção especial para áreas ribeirinhas em que, estatisticamente, pode ocorrer uma enchente em cem anos. Também as autoridades de Blumenau conhecem esse sistema. Por que não fazem nada?


Jornalistas falam sobre a enchente em Blumenau

Os jornalistas do Jornal de Santa Catarina, de Blumenau, gravaram este vídeo em que contam como foi sua experiência de cobrir a enchente e ao mesmo tempo sofrer os efeitos dela.

A beleza da irmandade

Sabe lá /
o que é não ter e ter que ter pra dar /
Sabe lá...

Esquinas, Djavan

Um amigo, professor em Natal, me contou que vai depositar na conta da Defesa Civil de Santa Catarina a remuneração de um dia de aula de tai-chi pra ajudar as vítimas da enchente. Fico comovido com o gesto porque sei o quanto ele rala pra ganhar a vida. Da mesma forma, tanta gente desprovida de recursos tem contribuído dos mais diversos pontos do Brasil e de outros países.

Neste momento de desgraça coletiva, a força da irmandade é de uma beleza indescritível. Claro, também desabrocha o lado feio do engenhoso bicho humano, capaz de premeditar golpes pra arrecadar donativos pela internet, usar barcos pra saquear casas abandonadas, administrar a reconstrução com a cupidez de quem prioriza os cifrões do turismo.

Mas quero lembrar agora é de um tipo muito especial de gente boa. Os que contribuem com desprendimento e sacrifício pra pessoas que nem mesmo conhecem. É fácil ser generoso com o chapéu dos outros. De certa forma, também chega a ser cômodo doar o que não faz falta - desocupa a tranqueira dos armários e alivia culpas. Difícil mesmo é dividir o pão, se privar de algo valioso pra ajudar desconhecidos.

Quem faz isso, dizem alguns mestres de sabedoria, tem lugar garantido no céu. Disso pouco entendo. O que sei é que essas pessoas têm minha admiração profunda.

p.s.: Pra quem deseja ajudar com as próprias mãos a resgatar as vítimas: eu ia escrever sobre a importância de equilibrar solidariedade com racionalidade, mas o Cesar Valente já disse tudo neste post do seu blog De olho na capital.

Rogério volta pra casa em Itajaí

Retornei ontem à noite para casa. Foram mais de 80 horas de tensão permanente, apreensão, e sofrimento. Voltamos e enfrentamos a lama e a sujeira. Na segunda, barcos passavam na frente de casa, onde o nível da água chegou à minha cintura. Em casa, o lodo marcou 30 cm nas paredes. Foi pouco, muito pouco, perto do que vi pela cidade. Tenho amigos que perderam tudo, pois a água tomou as habitações por completo. ...

Diante de tudo o que vi, diante de tudo o que vejo e leio, não consigo me desviar de um sentimento: fui poupado. Me sinto um afortunado por ter sobrevivido, por ter sido pouco atingido e por tantos amigos que me ligaram, me escreveram, enfim, ofertaram ajuda, conforto e solidariedade. São quase cem mortos. Os números não estão consolidados. Teremos mais corpos, inevitavelmente. Nas ruas, já desde ontem, restos de móveis, entulho, e lixo se acumulam. Camas, portas, sofás, geladeiras, fogões, berços, guarda-roupas, pedaços de madeira, mesas, todos jogados. Não prestam mais. ...

Na terça e na quarta, saques em vários pontos assustaram a todos. Parecia o caos, uma terra sem lei, uma falência completa da ordem. Hoje, decretaram toque de recolher, e após as 22 horas não se pode andar pela cidade sem justificativas. É uma tentativa de restabelecer a segurança, e resgatar a sorte. ... Chegaram homens da Marinha e do Exército e alguns da Força de Segurança Nacional. Vi o Bope também nas ruas. Vi lanchas nas principais ruas, blindados e muitos caminhões camuflados, como as fardas dos militares. 23 helicópteros coalharam o céu. ...

As pessoas se olham nos olhos, se comunicam num instante, tornam-se cúmplices na desgraça.  Todos aqui têm uma história para contar sobre a tragédia. Todos. Isso é inesquecível, atordoantemente inesquecível. ... Tenho aprendido tanto nesses dias! Tenho visto tanta coisa, e pensado tanto na vida! Esta é uma experiência transformadora. O pesadelo ensina. Esses são dias em que se envelhece anos.

O texto completo está no blog Monitorando, de Rogério Christofoletti.

Fotos da enchente em Blumenau

O jornalista Celso Martins está publicando em seu blog Sambaqui na Rede dezenas de fotos sobre a tragédia em Blumenau.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Fotos da enchente em Santa Catarina

Alguns usuários do Flickr criaram o grupo Solidariedade - Santa Catarina pede Socorro. Clique no link pra ver outras imagens, contribuir com as suas e se informar sobre como ajudar os desabrigados. Nesta foto, Rosane Calegari mostra como ficou a rua onde ela mora em Timbó.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A tragédia e a blogosfera

Uma grande rede de comunicação alternativa e solidária se formou espontaneamente como complemento à cobertura da mídia sobre o desastre climático em Santa Catarina. Em muitos casos as informações chegam mais rápido e mais completas.

Alexandre Inagaki, um dos blogueiros mais lidos da internet brasileira, publicou hoje um importante texto sobre como ajudar os desabrigados.

O Alles Blau, blog coletivo sobre notícias de Blumenau, tem feito um trabalho extraordinário de divulgação de informações sobre a tragédia no município, talvez o mais gravemente atingido.

Paulo Henrique de Sousa, em seu blog ph ácido, traz relatos em primeira mão sobre o que está ocorrendo na cidade onde mora, Balneário Camboriú.

Destaque especial para o blog Coluna Extra, do Alexandre Gonçalves, que indexou no topo da página o que as pessoas estão publicando no twitter com as palavras-chave #chuva, #blumenau, #itajaí e #floripa.

Espiral de calamidades (crônica de Felipe Lenhart)

Estou em SP a trabalho por dois dias, mas continuo acompanhando de perto os acontecimentos de Santa Catarina. Republico na íntegra esta crônica de emergência de Felipe Lenhart, que captou bem o espírito do momento.

Espiral de calamidades

Sujos, sufocados e famintos, fogem os bichos de dentro das tocas, de cima dos ninhos, do meio do mato. Há muito a terra treme, desliza e se desmancha sob o seu peso. Há muito caem galhos e despencam árvores sobre a sua cabeça. A caça sumiu, a comida já não existe e o risco de virar presa assusta e enxota os bichos para fora das tocas alagadas, dos ninhos desfeitos, para longe do mato revirado e inabitável. Então eles vêm dar na rua. Rastejam pelo gramado dos quintais, escalam cercas e calçadas, pulam muros com a agilidade que a fome ainda não consumiu. Correm desembestados pelas valas, pelos córregos, pelas trilhas e picadas que levam às casas e aos edifícios, às lojas e mercearias, aos supermercados e abrigos. Está quase tudo submerso – servidões, ruas, avenidas, cruzamentos, garagens, porões –, mas para os bichos sem-teto estes lugares são pousos distantes o bastante do pesadelo do lar submetido à força hostil da enxurrada. Eles reviram a imundície das sarjetas, os dejetos nos terrenos baldios, as latas e os sacos de lixo espalhados em desordem. Penduram-se em árvores que resistiram, cavam novas tocas no terreno seco e firme que porventura descobrem em meio ao concreto encharcado da cidade. Urinam, defecam, canibalizam-se entre si, espalhando sangue, suor e excrementos na água suja de areia que viaja às correntezas por cada bueiro, por cada ruela. E é quando essa torrente podre atinge a altura do teto, depois de ter engolido as flores do jardim, o tapete da sala, os sofás, o carro na garagem, as camas e os armários, queimado eletrodomésticos, é nesse momento que, sujos, sufocados e famintos, saem os homens de dentro das tocas, de cima dos ninhos: para fora de suas casas. Não há comida há dias, nem energia elétrica para aquecer ou ligar o que for, botar em funcionamento a parafernália eletrônica que, por vezes, nos parece inútil. As encostas dos fundos do terreno já desbarrancaram, e o barro, o lodo, a massa compacta avança a cada hora, derrubando muros, forcejando portas e janelas. A chuva não dá trégua - há semanas varia da garoa ao temporal. As gosteiras se reproduzem, reproduzem-se os choros, os suspiros, o desespero. À mínima estiagem, o pai sai à rua com água quase pelo peito e se junta a outros pais. Sem o auxílio de bombeiros e de soldados, que não conseguem alcançar a rua isolada, esses homens pegarão em pás, empurrarão barreiras, erguerão caixas d'água, farão o diabo para que a enchente não mate a todos. Na outra ponta da família, as mães já não toleram a fome dos filhos. Com o olhar vidrado e carregando uma sombrinha, elas saem às ruas ao cair da noite. Investigam, pedem, negociam, por fim suplicam a quem encontram: uma caixa de leite, um saco de açúcar, um quilo de arroz. E se você, por acaso, sorte, sentido de prevenção ou classe social, não está enrodilhado nesta espiral de calamidades, vai ficar bastante impressionado quando for abordado por umas dessas mães. Porque, como os bichos, elas estarão caçando.

Crédito: DC Online

COMO AJUDAR DESABRIGADOS E DESALOJADOS EM SC?

Para doar dinheiro:

Defesa Civil
Banco do Brasil - Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7.
Besc – Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0.
(O depósito deve ser creditado ao Fundo Estadual de Defesa Civil-Doações.)

FIESC
Banco do Brasil - Agência 3425-8, Conta Corrente 21.000-5, CNPJ: 83.873.877/0001-14.

Para doar alimentos, remédios, roupas, colchões e água potável:

Consulte lista de locais de doação separados por cidade no hotsite especial SOS SC do clicRBS, aqui.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Fwd: Solidariedade

Recebi e passo adiante.
Amigos, Santa Catarina pede socorro. Há 10 anos atuando como repórter neste Estado maravilhoso, confesso nunca ter presenciado uma catástrofe de tão trágicas proporções. As chuvas castigam o povo catarinense, que ainda contabiliza seus mortos. Milhares de pessoas precisam de ajuda. Qualquer ajuda. Isso não é um vírus. Sou eu mesma, Simone Kafruni, quem escreve este SOS. Repasso a todos da minha agenda os dados para doações. Este é um momento de solidariedade. Trata-se da pior catástrofe da história de SC. Milhares de pessoas precisam de você.

Informações sobre como ajudar:

A Defesa Civil catarinense abriu no final da tarde duas contas bancárias para receber doações em dinheiro para ajudar as pessoas atingidas pelos desastres naturais. Os interessados em contribuir podem depositar qualquer quantia nas contas:

Banco do Brasi: Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7;

Besc: Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0.

Doações de alimentos, remédios, roupas, colchões, e, principalmente, água potável também são necessárias. Doadores de outros estados devem contatar a Defesa civil de seu estado para saber como ajudar. Onde doar em SC:

- Rede BIG de Balneário Camboriú, Florianópolis e Joinville e o Nacional Florianópolis: recebe roupas, cobertores, água potável, alimentos não-perecíveis, colchões e móveis

- Rede Mastervale (26 municípios): recolhe agasalhos e roupas de cama que serão repassados para a Defesa Civil de Rio do Sul

- Força Sindical de Santa Catarina: recebe donativos como colchões, calçados, alimentos não-perecíveis e fraldas. Rua José Siqueira, 90, Bairro Ressacada, em Itajaí. Contatos (47) 9927-5112 e (48) 9981-4522

- Mesa Brasil Sesc: aceita doação de alimentos não-perecíveis, produtos de higiene e limpeza e roupas. Informações pelo 0800 643 4363 (Mesa Brasil) ou no www.sesc-sc.com.br.

- Senac Santa Catarina: arrecada alimentos e cobertores. As doações podem ser feitas em qualquer unidade do Senac no Estado até sexta-feira. Informações (48) 3357-4197.

- Sine: os postos estão abertos para servir de abrigos ou centrais de atendimento aos desabrigados, e para doações de alimentos, cobertores e colchões. Informações no telefone (48) 3229-3600.

- Assembléia Legislativa: Rua Doutor Jorge Luz Fontes, 310, em Florianópolis. Telefone (48) 3221.2500.

- Procon: Rua Deodoro, 209. Informações no (48) 3251-4400

- Secretaria do Estado da Saúde: roupas, alimentos não-perecíveis, artigos de cama, mesa e banho. Rua Esteves Júnior, 160, no Centro.

- Universidade Federal de Santa de Catarina (Ufsc): recebe lençóis, cestas básicas, roupas, cobertores, colchões, toalhas de banho, travesseiros, camas e outros móveis. As doações devem ser feitas das 8h às 19h, na Reitoria e no Centro de Cultura e Eventos. Informações (48) 3721-9537 e (48) 3721-9270.

- Primeira Igreja Batista (PIB): recebe doações de roupas e alimentos, que podem ser entregues na Rua Tenente Silveira, 474, em Florianópolis. Informações nos telefones (48) 3879-3659 ou (48) 3879-0864.

- Gerência de Educação de Lages: central das doações. Rua Rio Branco, 456, ao lado da Escola Belizário Ramos, no Bairro São Cristóvão. Telefones de plantão (49) 3225-1244 e 8839-1875.

Obrigada

SC no NYTimes

A enchente de Santa Catarina no New York Times de hoje, via AP.

Hora da solidariedade

João David me manda esta mensagem e passo adiante:

Amigo, repasso a você informação que considero importante neste momento. O pouco que pudermos fazer será bastante, e o máximo que fizermos ainda será pouco.

A Universidade Federal de Santa de Catarina (UFSC) através da sua Pró-Reitoria de Infra-Estrutura, Associação Amigos do HU (AAHU) e a Associação Atlética dos Servidores da UFSC, lança uma campanha para ajudar os desabrigados pela chuva em Santa Catarina.

Serão arrecadados lençóis, cestas básicas, roupas, cobertores, colchões, toalhas de banho, travesseiros, camas e outros móveis.
As doações devem ser feitas, das 8h às 19h, no Hall da Reitoria e no Centro de Cultura e Eventos da Universidade.

Todo o material será entregue à Defesa Civil, que fará a distribuição conforme a necessidade das comunidades afetadas pelas chuvas.

Mais informações: Pró-Reitoria de Infra-Estrutura com Lucia ou Jair pelos telefones: 3721-9537 e 3721-9270 e com Narciso Policarpo, pelo telefone (48 9119-3865 ou 9161-4177 ou 3721-8042 (Associação dos Amigos do HU).

Defesa Civil pede água potável e oftalmologista

A Defesa Civil pede que empresários e pessoas físicas doem água potável aos municípios atingidos pelas fortes chuvas. O caso mais grave é no município de Itajaí. No momento, a doação deste item é prioridade. A água poderá ser entregue na Defesa Civil dos municípios, além dos órgãos de Segurança do Governo do Estado, como Polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros.

O Hospital Santo Antônio está necessitando com URGÊNCIA de um médico oftalmologista. Um paciente com uma lesão ocular necessita de cuidados médicos. Os médicos de outras áreas que puderem se colocar à disposição para trabalhos que entrem em com o Dr. Beduschi, no telefone 9983 2459.

SC nas manchetes internacionais

A enchente catarinense já virou notícia global. Minha amiga Beth, de Saint Louis, Missouri, acaba de me mandar e-mail perguntando se estamos bem. Meu amigo Pieter, holandês que vive em Floripa, também recebeu mensagens preocupadas da Holanda e da Bélgica.

Chuva em SC: supermercados

Acabo de fazer uma rápida pesquisa informal em um supermercado do centro de Floripa. Três marcas de pão de fôrma estão em falta por causa dos bloqueios nas estradas. No açougue o estoque está completo, mas disseram que novos pedidos devem sofrer atraso.


Defesa Civil abre conta corrente para receber doações

Antes de fazer qualquer depósito, confirme a veracidade desta nota no próprio saite da Defesa Civil de SC.

A Defesa Civil catarinense abriu no final da tarde desta segunda-feira (24) duas contas bancárias para receber doações em dinheiro para ajudar as pessoas atingidas pelos desastres naturais. Os interessados em contribuir podem depositar qualquer quantia nas contas: Banco do Brasil – Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7; ou Besc – Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0. Todo dinheiro arrecado será utilizado para compra de mantimentos para os desalojados.

Chuva em SC: histórias de uma tragédia em andamento

À medida que passam os dias, as histórias de horror sobre a chuva em Santa Catarina se acumulam. Ontem vi com o coração apertado, no Jornal Nacional, o choro da mulher que perdeu a filha de seis anos. Meu filho de seis anos também viu e começou a se dar conta da dimensão da tragédia. As imagens que um cinegrafista amador fez de um desabamento que soterrou várias casas são arrepiantes. E ainda há tanto a desenterrar. O jornalista René Müller ouviu esta do colega Régis Mallmann:

"Uma rua em Blumenau, no bairro Garcia, simplesmente sumiu. As casas desapareceram. A Defesa Civil e os bombeiros não conseguem chegar lá".
O colega Galeno Lima chama a atenção pra um detalhe na cobertura das tevês. Pelo noticiário, a impressão que se tem é que a tragédia aconteceu por causa das chuvas deste fim de semana. É certo que caiu muita água nos últimos dias, mas vem chovendo quase todo dia há mais de três meses. A terra está encharcada faz tempo, as pessoas sabiam - ou deviam saber - do risco que corriam. Muitas fatalidades podiam ter sido evitadas se o poder público e os moradores das encostas tivessem agido de maneira preventiva.

Talvez você pense: "O que adianta falar disso agora? É hora de salvar os vivos e enterrar os mortos". De fato, o momento é de emergência, e nesse exato momento tem gente trabalhando com heroismo pra salvar os atingidos. Mas isso não exclui a capacidade de pensar adiante. Não é a primeira calamidade provocada pela chuva em Santa Catarina. Nem vai ser a última, porque o estado não vai deixar de ter relevo acidentado, nem as pessoas vão de repente abandonar suas casas nos morros. Aceitar a ocorrência de desastres assim como destino imutável seria fatalismo em excesso. Fica a esperança de que a dor nos ensine alguma coisa.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A chuva em SC e a internet

O Alexandre Gonçalves, do blog Coluna Extra, é um dos exemplos de como a população de Santa Catarina está se mobilizando pela internet pra se informar e informar sobre a maior tragédia climática de todos os tempos já registrada aqui no estado. No topo de seu blog é possível seguir os comentários no twitter para as palavras-chave #chuva, #floripa e #blumenau.

Diarinho na Chuva


O Diarinho do Litoral, um dos jornais mais irreverentes e bons de briga do Brasil, lançou um blog de emergência porque sua edição impressa não vai circular amanhã - Itajaí está debaixo dágua. Quem quiser pode também acompanhar pelo recém-criado perfil no tuíter ( http://twitter.com/diarinho ) - uma iniciativa do Alexandre Gonçalves. Reproduzo foto de um leitor, "Veneza Peixeira".

No meio da tragédia, o cordão dos puxa-sacos

Botelho, em seu Botelheco, chama a atenção pra uma manifestação repugnante de puxa-saquismo: enquanto a tragédia atinge Santa Catarina, a Defesa Civil nacional publica manchete em seu sítio sobre entrega de medalha ao presidente Lula. E mais: as três notícias abaixo da manchete ignoram o fato: abordam um "seminário internacional", "a Defesa Civil na mídia" e o lançamento de um "selo comemorativo". Mortes? Desabrigados? Queda de barreiras? Detalhes pra pé de página.

Balanço da Defesa Civil, 15h11

Registro de 22.009 desalojados e desabrigados, sendo 14.584
desabrigados e 7.425 desalojados. São quarenta e nove mortes
confirmadas e mais 1.500.000 afetados. Cinco municípios isolados (Rio
dos Cedros, Garuva, Pomerode, Itapoa e Benedito Novo).

Balanço da Defesa Civil, 9h de hoje

Registro de 19.841 desalojados e desabrigados, sendo 12.484
desabrigados e 7.357 desalojados. São trinta e três mortes confirmadas
e mais 1.500.000 afetados. Quatro municípios isolados (Rio dos Cedros,
Pomerode, Itapoa e Benedito Novo).

domingo, 23 de novembro de 2008

Chuvas em Santa Catarina, balanço parcial

Balanço da Defesa Civil de Santa Catarina às 15h de hoje:

7.556 desalojados e desabrigados, sendo 2.311 desabrigados e 5.245 desalojados; 11 mortes confirmadas e mais 1.500.000 afetados; três municípios isolados (Rio dos Cedros, Pomerode e Benedito Novo).

p.s., atualização 15h17: 7.245 desalojados + 3.511 desabrigados = 10.753. Número de mortos: 14.

Chamem os holandeses

Duas da madrugada de domingo e São Pedro deu uma trégua - nem quero me animar muito porque a previsão do tempo anuncia mais chuva nos próximos dias. Mas o fato é que a "piscina" tá encolhendo, depois de chegar perigosamente perto das portas dos fundos da nossa casa, render fotos, barquinhos de papel e até micro-música do Alexandre.

Quintal alagado é fichinha diante do que as pessoas estão passando por aí. Já são mais de 700 desabrigados e desalojados em Santa Catarina. O governador decretou situação de emergência. Em Floripa, um dos lugares mais críticos é o sul da Ilha. Minha rua, que não é pavimentada assim como muitas do Campeche, virou um lamaçal de mais de um quilômetro, cheio de lagoas.

Fico me perguntando pra onde vai nosso IPTU. E por que os administradores públicos sempre atuam na base da reação aos desastres previsíveis (em geral com um ar heróico de homens decididos), e não da prevenção inteligente. Boa oportunidade pro prefeito investir numa eficaz rede de drenagem pluvial que vá além de seu impermeabilizante "tapete preto".

Ou será que é preciso importar uns holandeses pra nos ensinarem como fazer a água fluir num ambiente chuvoso ao nível do mar?

p.s.: Duas e doze. Voltou a chover.

Quintal alagado 2

A piscina em que se transformou meu quintal com essa chuvarada inspirou o camarada Alexandre Gonçalves a compor uma micro-música e subi-la pro youtube. Como lembra o Frank, dizem que Seattle se tornou capital do grunge porque chovia pra caralho e o pessoal ia pras garagens tocar. :)

O boto e eu

O que eu tenho a ver com as estripulias do boto no Amazonas? Leia aqui.

sábado, 22 de novembro de 2008

Gotas


Gotas, originally uploaded by dveras.

De crianças e presépios

A mãe montou um presépio. E os meninos já vieram com os comentários:
Miguel: - Que legal! É de colecionar?
Bruno: - Esse aqui voa!
Pega o boneco do anjinho e sai brincando de super-herói. Depois volta e fica olhando o presépio:
- Agora eles vão lutar.
A mãe explica que não, eles estão ali pra comemorar o nascimento do menino; Bruno segura o bebê, coloca nas costas do jumento e diz:
- Anda, cavalo, anda!

Gato e piscina de pobre


Branquito observa o quintal e desiste do passeio.

Quintal alagado


Nosso quintal há cinco minutos. E continua chovendo. Tou pensando se chamo os bombeiros ou coloco umas tilápias e faço um pesque-pague.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O nome do gaiteiro

JP informa: o músico que tocou gaita de fole no seu casamento druídico com a Ju se chama Jurian Sutter e é de Blumenau. Fiz um vídeo e publiquei aqui no dia 2/11.

Técnicas ninja e feira de games no Japão



Depois de quatro anos morando em Osaka, no Japão, meu amigo Aidan Doyle arruma as malas pra voltar à sua Austrália. O único plano dele no momento é encarar um seminário intensivo de seis semanas em Brisbane sobre redação de contos de ficção científica. Da vivência japonesa, em que trabalhou como professor de inglês e jornalista, ficam saudades, histórias curiosas - algumas eu compartilhei aqui - e muitas fotos.



Entre suas últimas experiências na terra do sol nascente, ele participou de um curso sobre técnicas ninja e do Tokyo Game Show, a maior exposição mundial da games:

Last month I went to Tokyo for a few days. The Tokyo Game Show is the world's biggest computer games expo and software companies showcase their new game titles. It's held once a year and 2 days are open only to industry professionals and the media and 2 days are open to the general public. I got myself a press pass (I've been writing for a magazine in Japan) and went for one of the media-only days and one of the public days. There were hundreds of new games on display and many of the companies had very cute girls in skimpy clothing promoting the games. Getting complimented on your game-playing skills by beautiful girls is a gruelling experience. On the public days, lots of people came dressed up as their favorite anime or game characters. It was an interesting experience.

Aidan colocou no youtube algumas imagens de sua passagem pelo Tokyo Game Show.

Xecápi

Piada de mineirim que recebi do Adauri:

Seu Tonho, aproveitando a viagem a Belzonte, foi ao médico  fazer um xecápi..
Pergunta o médico:
- Seu Tonho, o senhor está em muito boa  forma para 40 anos.
- I eu diss tê 40 ânu?
- Quantos anos o senhor tem?
- Fiz 57 im mai qui passô.
- Puxa! E quantos anos tinha seu pai quando morreu?
- I eu disse qui meu pai morreu?
- Oh, desculpe! Quantos anos tem seu pai?
- O véi tem 81.
- 81? Que bom! E quantos anos tinha seu avô quando morreu?
- I eu disse qu'êi morreu?
- Sinto muito. E quantos anos ele tem?
- 103, i anda di bicicreta inté hoje.
- Fico feliz em saber. E seu bisavô? Morreu de quê?
- I eu disse qu'êi tinha murrido? Ei tá com 124 e vai casá na semana qui vem.
- Agora já é demais! - Diz o médico revoltado. - Por que um homem de 124 anos iria querer casar?
- I eu disse qu'êi QUIRIA casá? Quiria nada, êi ingravidô a moça...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Blogada da vez: Zeca Camargo sobre Woody Allen

Woody Allen ao jornalista e escritor americano Eric Lax - "Conversas com Woody Allen" (Cosac Naify), citado no blog de Zeca Camargo:

"Consigo dizer: 'Este acabou ficando um bom filme'. Na verdade não sei como as pessoas reagiram ao filme, porque faz anos que parei de conferir, mas se gostaram, ótimo. Se não gostaram, não me importa muito, não porque eu seja indiferente ou arrogante, mas porque aprendi tristemente que a aprovação deles não afeta a minha mortalidade. Se faço alguma coisa que sinto que não é muito boa e o público aceita, até entusiasmado, isso não atenua em nada a minha sensação de fracasso. Por isso o segredo é trabalhar, se divertir com o processo, não ler a respeito de si mesmo, quando as pessoas estiverem falando de cinema mudar a conversa para esportes, política ou sexo, e continuar suando a camisa".

Ameaças a índios isolados

Recebi dois releases da ong Survival International sobre ameaças graves a índios isolados no Paraguai e no Brasil. Trechos:

Foi submetido à ONU um relatório de emergência sobre a situação dos últimos índios isolados do Paraguai, cuja floresta está sendo rapidamente destruída por fazendeiros brasileiros. 'Acreditamos que isso é presentemente a mais séria ameaça aos povos indígenas em qualquer parte do mundo', diz um depoimento da Survival International ao Relator Especial da ONU sobre Assuntos Indígenas, James Anaya. Terra pertencente ao povo indígena Ayoreo-Totobiegosode está sendo destruída por duas companhias brasileiras: Yaguarete Porá SA e River Plate SA. Yaguarete impediu uma equipe do governo paraguaio de fiscalizar a área, e desde então sua licença ambiental para operar na área foi cancelada. Recentemente, dois pequenos grupos de Totobiegosode isolados foram avistados, aparentemente 'fugindo da destruição' da sua terra. (...)

Um representante do governo brasileiro advertiu que os últimos sobreviventes de um povo isolado amazônico enfrentarão o genocídio a menos que os madeireiros ilegais e os fazendeiros sejam impedidos. Um representante da FUNAI, o Departamento de Assuntos Indígenas do governo brasileiro, disse hoje, 'Existe o risco real de genocídio se a FUNAI não puder proteger a terra dos Piripkura'. Os últimos dois Índios contatados do povo Piripkura vivem na floresta amazônica, no estado de mato Grosso. O seu território fica no município de Colniza, estimada a área mais violenta do Brasil, e um que mais desmata na Amazônia brasileira. A Survival está lançando uma campanha urgente pedindo ao governo brasileiro que homologue a terra Piripkura e a proteja.

Para mais informação por favor contate Miriam Ross na Survival International (+44) (0)20 7687 8734 ou (+44) (0)7504 543 367 ou através do correio eletrônico mr@survival-international.org

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Três links sobre cibercultura

Este livro de Ronaldo Lemos (FGV, 2005) se propõe a investigar os desafios propostos ao direito em decorrência da internet e da tecnologia digital. Está licenciado em Creative Commons, é só clicar e baixar.
"O Overmundo é um site colaborativo. Um coletivo virtual. Seu objetivo é servir de canal de expressão para a produção cultural do Brasil e de comunidades de brasileiros espalhadas pelo mundo afora tornar-se visível em toda sua diversidade. Para funcionar, ele precisa da comunidade de usuários sempre gerando conteúdos, votando, disponibilizando músicas, filmes, textos, comentando tudo e trocando informações de modo permanente."
Criado em 2008 como resultado do saite Overmundo, visa estimular iniciativas para a criação de "novos canais de difusão e oportunidades para a produção cultural de todo o Brasil; a exploração das novas possibilidades de criação, compartilhamento e circulação de cultura e conhecimento geradas pela internet e pelas tecnologias digitais; e o incentivo a modelos inovadores de gestão da propriedade intelectual e de negócios nas áreas da cultura e da comunicação que confiram sustentação legal e econômica às duas vias anteriores".

[tks Felipe Obrer]

Acesso a medicamentos

Saiu hoje no Valor Econômico uma matéria minha sobre acesso a medicamentos que é uma boa notícia pra quem sofre de doenças como câncer, hemofilia e aids. A partir de 2011 o Brasil conquista a autosuficiência em cinco hemoderivados, que vão ser fornecidos de graça ao Sistema Único de Saúde (SUS). A matéria também aborda os genéricos, que desde o lançamento em fevereiro de 2000, já representaram uma economia de R$ 9,6 bilhões no bolso dos brasileiros; e o avanço dos medicamentos fitoterápicos no país - aqueles fabricados a partir de plantas medicinais.

Duas coisas que detesto e uma que adoro em restaurantes

  1. Torneira com sistema automático de mola. Lavar as mãos é uma das maneiras mais eficazes de evitar a contaminação de alimentos. Essas molas geralmente interrompem o fluxo quando estamos bem no meio no ato. Acho um puta antimarketing isso de regular água em ambiente voltado à alimentação, por isso minha tendência é não frequentar restaurantes que usam essas torneiras. Imagino sempre o tipo de economia que estão fazendo na cozinha... (o sistema que usa infravermelho é bem mais eficiente e inteligente).
  2. Latas de azeite composto com 90% de soja e 10% de oliva. Até entendo que se faça um buraco pequeno numa lata de azeite de oliva colocada na mesa do cliente, mas pão-durice tem limite.
  3. Espaço pras crianças brincarem. Atrativo pra meninada, que não precisa ficar agüentando o papo-mala dos adultos, e comodidade pros pais, a sala de brinquedos é um diferencial que marca pontos positivos comigo. Se tem recreador, então, é dez.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Menina e palhaço


Menina e palhaço, originally uploaded by dveras.

Amanda ajuda Leonardo a se transformar no Palhaço Borboleta.

Brincaduna


Brincaduna, originally uploaded by dveras.

Bruno numa duna do Campeche.

Derivativos

Vendiam vento. Um tá preso por estelionato. O outro, de férias. Capitalista nato.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Gastronomia de viagem: entrada escandinava

Comi essa entrada só uma vez e o sabor ficou marcado pra todo o sempre na memória gastronômica. É um prato ao mesmo tempo simples e refinado, pois usa dois ingredientes fáceis de conseguir - cebola e creme de leite -, mais o nobre e nada acessível caviar, que pode ser substituído pelo genérico ova de peixe. Modo de fazer:

Rale uma cebola e deixe um pouco de molho na água; abra uma lata de creme de leite e uma lata de caviar (ova de peixe). Arrume os três ingredientes de maneira harmônica em pratos pequenos, sem misturar as porções. Come-se com uma colherzinha. Dá pra botar umas gotas de limão, mas nem precisa. É só isso. Vinho branco vai bem, tinto também. 

A entrada acompanhou um delicioso macarrão a carbonara num alojamento de estudantes universitários em Bergen, Noruega. O nome do autor da iguaria - um amigo do casal de amigos Eirik e Hélène - me escapa agora, mas depois vou lembrar.

Resposta a uma entrevista imaginária para a Playboy

- Qual foi o lugar mais estranho onde você se masturbou?
- No Laboratório Santa Luzia.

domingo, 16 de novembro de 2008

De borboletas, tochas e amizades

"Foi uma das melhores festas da minha vida", disse hoje a Amanda, filha da Adriane Canan. Ela comentava sobre a festinha de aniversário dos seis anos do Miguel, que fizemos este sábado no quintal de casa. Não é porque ajudei a organizar não, mas também achei isso. :) E olha que nem teve superprodução, tudo foi saindo com simplicidade e muito improviso - em cima da hora, até antecipamos a data de domingo pra sábado, o que nos livrou de um dia de chuva e nos deu um sol delicioso.

Teve cama elástica - sucesso absoluto de público e crítica, mesmo com algumas trombadas leves; teatrinho da Amanda e Adri sobre o nascimento da borboleta; esquete do Palhaço Borboleta encenado pelo mano Leonardo, com as crianças definindo a montagem do palhaço; tochas acesas no "bosquezinho" quando anoiteceu; marshmallow assado na fogueira (e criançada encantada com fogo); cerveja gelada pros grandes; música boa ("de criança" e "de adulto" misturadas); gato e cachorra circulando e ganhando agradinhos; correrias, gritaceiras, dança.

O ingrediente principal mesmo foi a presença amorosa e alegre de gente do bem, que quando se encontra, tem tanta coisa pra compartilhar que nem sente o tempo voando. Foram oito horas que agradaram de bebezinhos a senhoras septuagenárias. Se a gente pudesse, teria convidado mais amigos, mas tinha a clássica limitação orçamentária e deixamos a lista meio que nas mãos do dono da festa. Valeu, povo! Que a gente tenha a sorte de fazer muitas outras juntos com essa criançada, que nem existia quando conheci a maioria de vocês. Parabéns pra nós todos.

Da série A vida é uma festa

Materinha interessante de Letícia Duarte, da Zero Hora, publicada no dia 14:

Idosa festeja seu centenário fumando, bebendo e comendo gorduras

Com um cigarro na mão direita e um copo de cerveja preta na outra, Olívia Franco da Silva desafia todos os protocolos de saúde. É sem abrir mão de hábitos politicamente incorretos que ela pretende festejar seus cem anos, hoje, em Alvorada.
(...)
Ainda hoje, come viradinho de feijão no café da manhã.

– Só falam de arrozinho, massinha, bolachinha. Essas comidas delicadas não dão força para a pessoa – insiste.
(...)
Pra quem quer viver muito, ela não recomenda seguir o seu exemplo.

– Tem que pedir ajuda a Deus, que ele é quem sabe – desconversa.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Tempo maluco

Os meninos viram pela janela: choveu granizo lá em casa hoje. E uma parte do quintal ficou alagada. Parece que nenhuma telha se quebrou.

A previsão do tempo é razoavelmente otimista pro finds:

Tendência para os próximos dias: Sábado, domingo e segunda-feira (15 a 17/11):

Neste período, uma massa de ar seco deixa o tempo firme em SC com presença de sol em todas as regiões. Há apenas um indicativo de pancadas isoladas de chuva à noite no Litoral no domingo, permanecendo as demais regiões sem chuva. A temperatura fica elevada no sábado e tende a declinar entre o domingo e a segunda-feira, inclusive com chance de geada fraca e isolada na madrugada e manhã de segunda-feira, nos pontos mais elevados do estado. O vento predomina de sul a sudeste, com rajadas mais intensas na segunda-feira.

"Vendemos problemas, não soluções"

A blogada da vez é de Alex Castro, autor do Liberal, Libertário, Libertino - "um blog sobre rebeldia, contemplação e sacanagem, regado a muita literatura e humor".

(...) As maiores tragédias da história foram perpetradas por pessoas que buscavam respostas e, um dia, encontraram. Muito, muito medo.

Um conselho: nunca confie em ninguém que queira te vender soluções - especialmente se forem simples e à prova de idiotas. (Quem acredita que existe algo à prova de idiotas é um deles.) Mas sei que é um conselho desperdiçado: se você é um ser pensante, já sabia disso; se não é, não adianta.

Pessoas inteligentes não buscam respostas, elas buscam perguntas. Não buscam soluções, buscam problemas. (...)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Flor da restinga


Flor da restinga, originally uploaded by dveras.

Escolinha

E por falar em passagem do tempo, hoje fiz a matrícula do Bruno na pré-escola pra 2009. Meu neném tá virando menino. Chegamos agora há pouco da festinha de aniversário do Miguel na escola. Na saída, Bruno chorou porque queria ficar mais. Geralmente eles choram pra ir pra casa, né?

Seis anos

O dia 12 de novembro de 2002 nasceu espetacular na Ilha de Santa
Catarina: sol brilhante, céu azul sem nuvens, brisa suavíssima. Pouco
depois das três da tarde nascia o primeiro filho meu e da Laura. Tive
uma daquelas raras visões da beleza do universo, que mudam a vida da
gente pra sempre. Feliz aniversário, Miguel!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Avaí no Gengibre

Alexandre Gonçalves, torcedor de carteirinha do Avaí e antenado nas novidades da web, vai testar uma cobertura diferenciada hoje no confronto do seu time de coração contra o Brasiliense - o jogo pode levar o Avaí de volta à série A. Ele vai enviar mensagens de voz para o Gengibre, uma espécie de microblog de voz, alimentado por celular. Acompanhe aqui.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Mãe e filhos


Mãe e filhos, originally uploaded by dveras.

Boas de pisar


Conchas, originally uploaded by dveras.

domingo, 9 de novembro de 2008

Argentum


Argentum, originally uploaded by Yan Boechat.

Clube de tango em Buenos Aires. Foto de Yan Boechat.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Árvore e Lagoa


Árvore e Lagoa, originally uploaded by dveras.

Mais uma da série "fotos em engarrafamento".

Let the sunshine in


Esta cena antológica do musical Hair tem muito a ver com a empolgação com a vitória de Obama. Uma chance à paz.

[tks Lígia]

Sem premeditação

Quem me conhece sabe que vivo minha espiritualidade a uma distância segura das religiões. E também que me atraem os jogos com coisas aleatórias. O preâmbulo é só pra explicar - mal e porcamente - um hábito que tenho nas viagens a trabalho. Em geral há uma Bíblia ou Novo Testamento na cabeceira da cama do hotel. Gosto de abrir o livro ao acaso pra ver o que ele me diz (faria o mesmo com uma Playboy ou um manual de máquinas agrícolas). Acabo de fazer isso no hotel onde estou em Brasília. Encontrei em Lucas, 21,14:

Proponde, pois, em vossos corações não premeditar como haveis de responder.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Guia da reforma ortográfica

O iG colocou à disposição pra download o Guia da Reforma Ortográfica da Michaelis [pdf, 971 kb], que explica em detalhes as mudanças.

Dúvida aleatória: a infraestrutura brasileira sem hífen vai melhorar ou piorar?

Os olhos do mundo em Obama (2)

Comentário de Raulzito:

Dauro véio, tenho uma opinião muito particular com esta onda Obanomania: precisamos ter cuidado, pois ele é o presidente dos EEUU e não do mundo, que o está elegendo sem direito a voto. Ontem ouvi uma jornalista da Globonews falar sobre 'o nosso Obama'. Nosso quem, cara pálida??! Sem dúvida é um grande avanço, se compararmos ao mandato anterior, mas será que o que é bom para os EEUU é bom para o Brasil emergente? Tenho dúvidas... Prefiro esperar mais um pouco para festejar.

Abs e saudades cariocas,
R.


Caieira da Barra do Sul, Floripa. Detalhe desta foto.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Os olhos do mundo em Obama



Já disseram à exaustão e faço eco: a eleição do negro Barack Obama pra Presidência dos Estados Unidos é um daqueles instantes que podemos, sem medo de erro, classificar de marco histórico. Dia de festa merecida em escala global. É muito bom viver esse momento, depois de tantos anos engolindo a arrogância e os crimes de... como é mesmo o nome daquele imbecil em fim de mandato? Agora o homem vai ter uma lista enorme de problemas a enfrentar na sua trajetória de estadista. Como disse no twitter a @analucia, "que preguiça de ser o Obama! Quanto trabalho esse cara tem pela frente".

Vai ter que lidar com a desocupação do Iraque e do Afeganistão. Espera-se que suspenda o bloqueio a Cuba, promova os direitos dos imigrantes e das minorias, defenda os direitos humanos e a retomada da economia. Vai ter que tentar a conciliação de interesses antagônicos (como lidará na prática com o conflito Israel x Palestina?, por exemplo). Claro que não existe mágica e seu poder tem limite: muita coisa não depende do presidente, e sim do Congresso. Por isso o otimismo deve ser moderado. O tempo vai dizer se o legado desse homem eleito em 4 de novembro de 2008 representou de fato uma mudança real pro planeta. Quero crer que sim. Vamos ter dias interessantes.

p.s.: o chargista pediu e taí, em sintonia perfeita com meu pitaco. Frank, eu também lembrei da vitória do Lula.

As véia voltaram

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ele fala dormindo

Miguel pra mim ontem:

- Pai, você fala dormindo?
- Acho que não. E você?
- Eu falo. Uma vez falei pra mim mesmo: "Você é tão legal!"
- E o que você respondeu?
- "Legal é você! É você!" Acordei no tapete.

"Nem parece banco"


Charge do Frank. E comentário bastante pertinente do Zé Dassilva sobre o slogan publicitário do Unibanco:

Esse slogan "nem parece banco" é a maior peça de sentimento de culpa que já vi no mundo publicitário. Isso porque a parte entre parênteses fica subentendida: "Unibanco, (tão bom que) nem parece banco". Essa é a mensagem, certo?

Imagina se outros fossem na mesma linha...

"A Notícia, nem parece jornal."
"UFSC, nem parece universidade."
"Renault, nem parece montadora."

Ninguém se anuncia denegrindo aquilo que é. As empresas costumam ter orgulho em ser o que são, em trabalhar no que trabalham.

Ao fazer isso, o Unibanco demonstra toda a vergonha em ser uma instituição que dá 1% de juros enquanto cobra uns 10%.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ética no jornalismo

Novo livro de Rogério Christofoletti na praça: Ética no jornalismo. Trecho do release:

Deve o fotógrafo capturar a imagem de uma criança morrendo ou ajudá-la? Qual é a relação possível com a fonte? Até onde ir para conseguir uma manchete? O repórter pode omitir sua identidade para conseguir uma boa informação? Em Ética no jornalismo, Rogério Christofoletti convida o leitor jornalista a se questionar o tempo todo, para que sua atividade não perca a razão de ser.

O tema rende vários posts e muita polêmica, mas vou ler o livro primeiro. Editado pela Contexto, tem 128 páginas, custa R$ 27,90 e chega às livrarias amanhã.

domingo, 2 de novembro de 2008

Trilha de um casamento druídico



Os amigos J.P. e Ju casaram no dia 18 de outubro, em Santo Amaro da Imperatriz, SC, numa bela cerimônia druídica. Cada detalhe do ritual de origem celta tinha significados profundos de amor, alegria de viver, reverência aos ancestrais, aos espíritos e às forças da natureza. Gravei (toscamente) este vídeo da trilha sonora do casório. Infelizmente não sei o nome do gaiteiro, se alguém souber informe aí nos comentários. O druidismo é uma religião pagã, politeísta e animista que tem como princípio básico a sacralidade da natureza.

Alongamento na praia


Alongamento na praia, originally uploaded by dveras.

Campeche, Floripa, Brasil. Ao fundo a praia da Armação do Pântano do Sul.

Felipiano


No banco de som do Overmundo, o piano de meu talentoso vizinho de bairro Felipe Obrer. Dá pra fazer download. Música de difusão livre, com licença Creative Commons. A foto também é dele: print screen sobre congelamento de tela acidental.

De meninos e palavras

Essa é do Bruno: ele chamava espetinho de "espeitinho". Aí a gente começava a rir e ele dizia, cara amuada: - Não tem graça!

sábado, 1 de novembro de 2008

Pra conferir com uma taça de Bordeaux

Que Second Life que nada. O Google Earth agora está com novas imagens de visão de ruas nas cidades francesas de Paris, Lyon, Lille, Toulouse, Marselha e Nice. Superbe! Funciona também com o Google Maps. Em alguns lugares dá pra ver em 360 graus (clicando nas setas do teclado) e navegar pelas ruas, como se a gente estivesse caminhando - sem pisar em cocô de cachorro. Encontrei o Jarry, hotelzim onde ficamos em 1997, numa ruazinha estreita perto da Gare du Nord.